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1.3.21

CASAMENTO POR PROCURAÇÃO - PARTE IV

 



Tanta fotografia cansava-a. Mas enfim era a tradição e ela pensava que a mãe já tinha desgostos que chegassem para os próximos dez anos pelo menos. E chegou enfim o carro para a levar até à dependência do Registo Civil.
Bem que ela gostava de uma cerimonia em casa, mas tal não era permitido por lei.

O pai entregou-a ao sogro, que na cerimonia representava o noivo.

E depois do casamento foram até ao restaurante local celebrar o acontecimento com uma pequena festa para a família, e duas amigas com quem a noiva tinha mais intimidade. 
A viagem para França seria dois dias depois, ela já tinha a carta de chamada do marido, que lhe autorizaria a saída do país, pois sem essa autorização nenhuma mulher podia viajar. 

No dia seguinte, era a festa da aldeia, com a procissão dedicada a Nossa Senhora das Dores. Era o primeiro ano que Sofia iria participar apenas como devota, e não como parte integrante da comissão organizadora. Assim, depois do almoço saiu com a mãe para assistirem à celebração da Eucaristia, à qual se seguiria a procissão pelas principais ruas da aldeia. Era uma festa a que acorriam não só os habitantes locais, como das aldeias circundantes, da vila mais próxima, e até de outros pontos do distrito.

Homens e mulheres vestiam os seus melhores fatos, para participarem na homenagem à Virgem. Os homens, sem chapéu, alguns mostrando luzidias calvícies, as mulheres de cabeças cobertas por belos e rendados véus quase todos pretos, exceção feita para as jovens e crianças, que usavam véus brancos, em sinal da sua pureza.

Mas todos sérios e solenes, compenetrados na fé à mãe de Deus. Contudo a imagem mais ternurenta, era a das crianças, vestidas de branco, com alvas asas nas costas, e coroas de flores entrelaçadas nos cabelos.
“Parecem mesmo uns anjinhos” – murmuravam pais e avós enlevados. Outras ainda, iam vestidas com o traje de Nossa Senhora de Fátima, de Nossa Senhora das Dores, S. Francisco, S. Pedro, ou Santa Teresinha do Menino Jesus, que representavam os cinco andores que todos os anos saíam na procissão, acompanhados pela banda dos Bombeiros.

15 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Cansada de fotos de casamento??
Até berrei com o fotógrafo!!!!!
Boa semana

Isa Sá disse...

A passar para acompanhar a história e desejar uma ótima semana!

Isabel Sá  
Brilhos da Moda

Cidália Ferreira disse...

Mais um belo capitulo. Muito bem!
*
Um brinde a mais um dia vivido, ao sol posto
*
Uma excelente semana
Beijo

Maria João Brito de Sousa disse...

O que Sofia ainda não sabe é que apenas vai trocar uma dependência por outra dependência...

Bem, mas esta é uma história de amor e eu tenho mais é que ficar caladinha. Espero que a vida lhe sorria e que nunca se venha a aperceber daquilo que digo acima.

Forte abraço, Elvira!

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Gostei deste capitulo.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados

" R y k @ r d o " disse...

Gostei muito de ler

Gostava que lesse a minha resposta ao seu querido comentário no pensamentos. Obrigado

Cumprimentos

noname disse...

Mais um postal do nosso Portugal interior.

Boa tarde, Elvira

silvioafonso disse...

Coitadinha dela. Vai trocar de carcereiro,
menos de prisão. (risos)
Beijos, Elvira. Beijos.

São disse...

Casamento por procuração... deve ser pouco apelativo.

Ás tantas também me cansei de fotos, para cúmulo sem mudança de cenário!!


Beijinho, bom Março.

Rosemildo Sales Furtado disse...

A história/estória está apenas começando. O melhor virá depois.

Abraços e uma ótima semana para ti e para os teus.

Furtado

Duarte disse...

Que capacidade que tens para criar. Aqui serias a Corín Tellado.

Corín Tellado (Asturias, 1927-2009). A lo largo de su dilatada carrera literaria -56 años desde que publicó su primera novela el 12 de octubre de 1946-, Corín Tellado ha publicado unos 4.000 títulos, ha vendido más de 400.000.000 de ejemplares de sus novelas y ha sido traducida a varios idiomas. No en vano figura en el Libro Guiness de los Records 1994 (edición española) como la más vendida en lengua castellana. Mario Vargas Llosa opina: "La vasta producción de Corín Tellado quedará como muestra de un fenómeno sociocultural". Y eso es lo que no se puede negar a esta autora: su condición de fenómeno sociológico, más allá de sus modas, culturas y los momentos históricos que atraviesan sus numerosas/os lectoras/es. Los argumentos de Corín Tellado nunca se desarrollan en escenarios románticos, exóticos o históricos, sino todo lo contrario: tienen lugar en una época actual. Cada una de sus novelas es el reflejo de la realidad inmediata que nos rodea, de las costumbres al uso "Recuerdo que a José Luis Garci le hacía mucha gracia que mis protagonistas tuvieran coche, que mis mujeres condujesen en una época en que en España la costumbre todavía no estaba extendida". Corín Tellado ha sido pionera, tanto en su forma de vivir como en la de enfocar su trabajo.

Realmente gosto mais daquilo que escreves.
Amanhã reanudamos as aulas e seguiremos com RENASCER.
Por certo, falta el capitulo XVII, ainda o tens? Manda quando possas.

Um grande abraço da turma e um bem apertadinho nosso.

Emília Pinto disse...

Sabes que ainda usei esse veuzinho ? É verdade, na aldeia era assim....véu branco para as meninas e as mais velhas usavam um lenço; em tempos de festa, como essa da sra Das Dores, por exemplo, quem podia, levava o tal véu de renda. E aqueles xailes pretos das senhoras mais velhas para se protegerem do frio? Na minha aldeia chamavam-se mantinhas Nos dias mais festivos elas eram mais sedosas, com umas franjas também mais finas. Como aos 10 anos tive de ir estudar para fora da aldeia, já não precisava dos véus. Tempos dificeis e nas aldeias ainda eram piores; as pessoas eram muito conservadoras . É bom recordar tudo isto, Elvira! Beijinhos e SAÚDE
Emilia

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Um capítulo muito bonito.
A nossa noiva casada e a procissão a fazer-me recuar aos tempos da infância.
Um beijinho e saúde.
Ailime

teresadias disse...

Elvira, é lindo este capítulo.
Que Nossa Senhora das Dores abençoe o casamento.
Beijo, boa semana.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Belo capítulo!
Abraços!