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5.3.21

CASAMENTO POR PROCURAÇÃO - PARTE VI




Saíram do aeroporto, e ele levou-a até ao carro.
-  As casas aqui são caras. Eu vivia com os meus tios.  Mais do que tios, eles têm sido para mim em todos estes anos, uns verdadeiros pais. E queriam que ficássemos a viver com eles, a casa é grande, podíamos perfeitamente viver lá. 
Porém calculei que não te sentisses muito à-vontade, afinal nem os conheces. Pensei que seria melhor  alugar um apartamento para nós e foi o que fiz.  De qualquer modo é perto da casa deles, depois de descansares, vamos até lá para os conheceres.

Sofia não respondeu. Olhava pela janela a bela cidade, e as pessoas que circulavam nas ruas. Reparou essencialmente na maneira como estavam vestidas, e sentiu-se ridícula, no seu fato de saia e casaco, bem abaixo do joelho,  demasiado antiquado, para o que ela observava naquele momento.
- Olha aqui é o restaurante dos tios. Por cima é a casa deles, e naquele prédio azul, lá à frente, fica o nosso apartamento, - informou Quim.

Chegaram pouco depois. Ele ajudou-a a descer, e carregou a mala para casa.
Estavam em frente de um edifício de quatro pisos, pintado de azul.
Pegou-lhe no braço.
- Vem. O nosso apartamento é no primeiro andar. 

Subiram o lance de escadas e ele abriu a porta. Parecia à-vontade. Sofia pelo contrário estava acanhada. Só agora se dava conta da sua real situação. Estava numa terra estranha, com um homem que não conhecia, sem nenhum familiar a quem recorrer em caso de necessidade. Agora frente à realidade, perguntava-se se a ânsia de sair da aldeia, não a tinha feito fazer uma asneira das grandes. 

Entraram em casa.
Ele poisou a mala de viagem na entrada, e começou a levantar as persianas. A casa encheu-se de luz.
- Não fiques aí parada. Vem conhecer a casa. Aluguei-a assim já mobilada, pode não ser muito a teu gosto, mas é confortável. Nunca vivi sozinho, pois como te disse, sempre vivi com os meus tios, e como viste a sua casa é bastante maior que esta, todavia mesmo assim, aluguei-a pensando que gostarias de ter o teu cantinho.
“O meu cantinho? Não deveria ser o nosso cantinho?” – Interrogou-se mentalmente.

11 comentários:

noname disse...

Ui, ui, que as interrogações começaram.

Boa noite, Elvira

Pedro Coimbra disse...

O fulano tem a sensibilidade de um elefante numa loja de cristal.
Bfds

Tintinaine disse...

Os pombinhos chegaram ao ninho. Será que vão arrulhar?
Bom fim de semana, Elvira! Um pouco mais de paciência que a Páscoa está aí, à porta! E com ela virá a liberdade.

Maria João Brito de Sousa disse...

Ai, que ele, coitado, também ainda não se adaptou à ideia de estar casado...

Continuo a estar segura de que vai conseguir dar a volta certa a esta difícil situação, Elvira, mas não faço ideia como...

Forte abraço, amiga!

chica disse...

Umas palavrinhas ditas sem pensar, podem "grilos" na cabeça dela colocar,rs... Claro que seria o NOSSO ninho... beijos, chica e ótimo dia

Cidália Ferreira disse...

Ora muito bem. Gostei do episódio!
*
Silêncios... d'outras paragens...
*
Beijos e bom fim de semana.

Isabel disse...

história em forma de romance!
Maravilhoso modo de manter vivas questões históricas e culturais :)
Bom fim de semana minha querida Elvira

Fá menor disse...

Estou a gostar muito de acompanhar novamente!
Muito grata.

Bjs.

Ailime disse...

Bom dia Elvira,
Ora aqui estão os noivos instalados na sua casa em Paris.
Como será as suas vidas?
Serão felizes?
Instigante está história, da qual me vou lembrando à medida que vou lendo.
Um beijinho,
Ailime

teresadias disse...

«Teu», «Nosso»... não se conhecem, estão ambos nervosos, compreende-se.
Eu, continuo encantada com a história.
Beijo Elvira, e obrigada pelas visitas ao Pétalas.
Boa semana, saúde.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Um véu de nervosismo, insegurança e medo os envolve.
Abraços fraternos!