Um mês depois, tinha-se estabelecido uma grande amizade entre os dois. O livro estava quase pronto, e era frequente vê-los, passeando, ora até à praia, ora aventurando-se pelos caminhos da serra.
Para Isabel era como se tivesse voltado dez anos atrás, quando inseparáveis percorriam aqueles mesmos caminhos, em longas conversas.
Raro era o dia, que a avó não lhe chamava a atenção, preocupada que estava com a sua felicidade. Ela, fazia ouvidos de mercador, empenhada em desfrutar ao máximo da companhia dele.
Tinha pedido férias sem vencimento, no escritório, e pensava todos os dias, que tinha que procurar um espaço para montar o seu escritório, mas arranjava sempre uma desculpa para adiar essa resolução.
Uma tarde, depois de terem estado durante uma hora a rever o último capítulo, ela lendo o que estava escrito, ele corrigindo frases, mudando palavras, deram enfim o livro por terminado.
No dia seguinte sairia para a editora.
Então, ele disse-lhe que ia visitar a idosa, da casa ao lado, e pediu-lhe para o acompanhar. Isabel ficou aflita, não podia avisar a avó, e receava que ela a pudesse denunciar.
Ele cumprimentou carinhosamente a senhora, que o levou para a sala, onde conversaram sobre a sua ausência, e o que tinha feito da vida durante a sua ausência.
Depois a avó disse que ia fazer um chá, e Isabel ofereceu-se para a ajudar, a fim de recomendar à avó, que não a desmascarasse.
A visita foi muito agradável, e acabou por se prolongar. Na volta, ele rompeu o silêncio para dizer.
-É uma senhora muito agradável. Tanto que me esqueci de lhe perguntar pela neta. Antigamente ela estava sempre cá, de férias, nesta altura do ano.
Isabel estremeceu. Ele lembrava-se dela. Com voz tremente, perguntou:
-Eram amigos?
- Amigos? Não. Era muito mais do que uma amiga. Era uma irmã.
17 comentários:
Que fantástico rumo este conto está a tomar.
Adorei aquele sorriso misterioso do escritor. :-)
Ah, maroto que ele já a identificou mas não quer dizer. Que bom! Vai conhecer nela a grande Mulher em que a rapariguinha se transformou e acabar por se apaixonar...
Um abraço, Elvira.
Fique bem.
O seu blog deu-me sorte. Voltei a publicar com a minha conta e sem truques. :)
Eu bem tinha um feeling que ele já tinha sentido quem era ela, só não sei o que vai fazer com isso mas, entretanto a Elvira chega lá :)
Beijinhos
Irmã?
Que golpe!
Bom dia
Mais um episodio para bem recordar .
JR
Parece que ele já descobriu a marosca!
Bom confinamento, Elvira!!!
Elvira sempre cheia de mistérios,tão bons de desvendar! beijos, chica
Hummmm!!! Cheira-me que o senhor Hélder já sabe o que se passa.
Um abraço e saúde, Elvira.
Então Elvira, já estás melhor ? Espero que sim. Poia a história vai a caminhar bem e acho que ele está a descobrir alguma coisa. Um beijinho e SAÚDE para todos
Emilia
A acompanhar a história
Ele sabe :)
Por vezes, "o essencial é (mesmo) invisível aos olhos"...
Abraço, Elvira.
Porque será que o homem/mulher quando confrontados com certas amizades entre si dizem sempre: Não, é uma irmâ/irmão. Pois pois, irmã/irmão...Pois pois...
Cumprimentos poéticos
Um começo de história que deslumbra, quer pelo enredo quer pela realidade incutidas. Para já, para mim, este texto terá sido o primeiro “grande momento” após um início sempre fluído, surpreendente e com laivos de um realismo que muito me agrada.
Espero que esteja melhor, deixo um abraço e o desejo de que tenha uma semana inspirada
Ele já sabe!!
Empolgada, Elvira, estou empolgada.
Beijo.
Isabel, está prestes a ser desmascarada. Qual será a reação de Hélder quando descobrir?
Tenha uma boa tarde amiga Elvira. Um abraço.
Está a ficar intensa! :)
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Que a tempestade passe, o sol volte a brilhar
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Beijo e uma noite feliz
Bom dia Elvira,
A história está a tomar um bom rumo.
Estou a gostar.
Beijinhos e Feliz dia junto da netinha.
Ailime
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