E tinha já agendado a data de lançamento do segundo livro, para o fim do mês. Pelo meio ficava o projecto de reunir em livro algumas das suas reportagens, como documento histórico. E, no momento encontrava-se às voltas com uma telenovela, que o seu editor lhe fizera chegar, encomenda de um canal de TV.
Esses projectos e a idade avançada dos pais, tinham-no levado a comprar casa em Lisboa e a estacionar por tempo indeterminado a autocaravana, sua companheira e seu refugio nos últimos anos, pensando que desta vez, talvez ficasse mais tempo do que habitualmente. Ou até quem sabe aquele fosse o tempo de acabar com a vida de aventureiro, e criar raízes.
Começava a pesar-lhe a solidão. Como agora. Não é que estivesse a pensar em casamento ou constituir família. Não. Não era isso. O seu desespero ainda não tinha chegado a esse ponto.
O que ele queria, era ter dois ou três amigos com quem sair, beber um copo, trocar ideias. Apenas isso. Era muito jovem quando partira de Portugal, e depois disso, sempre que vinha era de passagem, apenas para ver e abraçar os pais.
Dos amigos da faculdade, que não via há quase vinte anos, nem sabia se estavam no país, se tinham emigrado, ou mesmo se ainda se lembravam dele. E dos miúdos da sua rua, os seus companheiros de brincadeiras na infância, todos tinham casado, e partido para outros pontos da cidade, alguns até para o estrangeiro, atraídos por uma perspectiva de vida melhor. Parecia impossível, mas era a realidade. Tinha amigos espalhados por meio mundo, mas ali, na cidade onde nascera, não tinha um único amigo. E era disso, que ele sentia falta naquele momento. Alguém com quem assistir a um jogo de futebol, ou trocar dois dedos de conversa durante um jantar.
Deu uma volta pela Praça do Comércio, totalmente diferente da última vez que ali estivera, foi até ao cais das colunas, admirou o manto de águas serenas, que a lua cheia beijava descarada, a ponte 25 de Abril, o Cristo-Rei, do outro lado do Tejo, e murmurou:
- Tanta beleza meu Deus!
Olhou o relógio. Era quase meia-noite. Lançou um último olhar para o Tejo, e regressou ao hotel, fechando a gaveta das memórias, e interrogando-se sobre
quem era e onde viveria, aquela Isabel Mendes que tanto o impressionara.
Peço desculpa pelas ausências, vou comentando sempre que possa. Como sabem cuido de duas netas a mais nova com 10 meses. Elas deixam-me sem tempo nenhum senão à noite, e nessa altura os olhos não me dão muitas hipóteses. Actualizarei os comentários ao fim de semana pois nessa altura tenho os dias livres.
quem era e onde viveria, aquela Isabel Mendes que tanto o impressionara.
Peço desculpa pelas ausências, vou comentando sempre que possa. Como sabem cuido de duas netas a mais nova com 10 meses. Elas deixam-me sem tempo nenhum senão à noite, e nessa altura os olhos não me dão muitas hipóteses. Actualizarei os comentários ao fim de semana pois nessa altura tenho os dias livres.