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10.2.20

OS SONHOS DE GIL GASPAR - PARTE XXXVII




Na manhã seguinte, pouco passava das nove horas, quando Alcides chegou a casa do Gil, onde Laura já o aguardava, pronta para irem à esquadra participar o desaparecimento do irmão.
Depois de o fazer, e tendo o advogado posto a hipótese de rapto,  foi-lhes notificado que se iria iniciar uma investigação, e o agente levou-os para outro gabinete, onde durante quase uma hora, um investigador fez com que respondessem  a inúmeras perguntas sobre os hábitos do desaparecido, seus negócios, familiares e amigos. Ao saber que o desaparecido tinha contratado segurança pessoal para acompanhar a filha e a ama, o investigador quis saber se essa decisão tinha sido tomada por terem havido ameaças de rapto, se o desaparecido tinha inimigos, e o advogado teve que informar que essa segurança se devia ao temor que Gil tinha, de que o violento ex-marido de Inês , tentasse alguma retaliação sobre a ama ou a bebé, e então foi-lhes pedido o nome completo do homem, bem como da ama.
Quando terminaram foi-lhes dito que deveriam manter-se contactáveis e disponíveis para quaisquer esclarecimentos adicionais que os investigadores achassem necessários. E que por sua vez, eles deveriam informar imediatamente, se houvesse algum contacto, ou se viessem a lembrar-se de algum facto que pudesse ter relevância para a investigação. O investigador informou-os também de que deveriam manter o desaparecimento em segredo, pois se realmente tivesse havido um rapto, e os raptores soubessem que a polícia já estava a investigar, podiam ficar nervosos e quem iria sofrer as consequências seria o próprio Gil.
- Resta-me ainda informá-los, - acrescentou por fim o agente - que todos os anos temos vários adultos, que por qualquer razão desaparecem, e quando os encontramos pedem-nos para informar que estão bem, mas não querem que se saibam onde estão.
-Tenho a certeza de que não é o caso do meu irmão – afirmou Laura convicta, - ele é muito apegado à filha bebé, que está prestes a fazer um ano, e mesmo quando em negócios viaja para o estrangeiro, está sempre a telefonar para casa e a fazer chamadas de vídeo para a ver.
Saíram do posto da polícia, não sem antes Laura ter assinado a participação, perto das onze horas.
Como tinham combinado na véspera, Alcides dirigiu-se em seguida ao banco, e Laura foi para a Fundação onde já a aguardavam alguns
doentes.
Durante duas horas dedicou-se inteiramente às consultas, quase tudo estados gripais, e felizmente nenhum muito grave. Como era quarta feira, era dia de dentista, de tarde o consultório estaria ocupado pelo seu colega Eduardo Mendes, pelo que depois do almoço, não voltaria à Fundação.
Pegou no telemóvel e telefonou ao irmão
- Estou, Marco?
- Sim. Há novidades?
- Não. Vocês almoçam no restaurante do costume?
- Sim, claro.
- Pede mesa para quatro. Precisamos falar. Estamos aí em dez minutos.



16 comentários:

noname disse...

E o mistério intrinca.se: Nem o doente mostra indícios de se começar a lembrar de quem é, nem a cuidadora de informar a polícia, do desconhecido que lhe apareceu em casa em tal estado.
Esperar para ver :)

Boa noite, Elvira

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Isto está mesmo a criar um clima de desespero .

JAFR

Os olhares da Gracinha! disse...

Quanto suspense!!! 👌👏👍🤔... Bj

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história e desejar uma ótima semana!

Isabel Sá  
Brilhos da Moda

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Gostei deste capitulo.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Maria João Brito de Sousa disse...

Passando para acompanhar o desenrolar da história e deixar um abraço.

Olinda Melo disse...


Bom dia, Elvira

História já muito avançada. Já não vou poder
acompanhá-la. Espero começar do princípio
a sua próxima.

Beijo

Olinda

Janita disse...

Mas que desassossego! Dizem que a amnésia provocada por uma pancada na cabeça pode curar-se com outra pancada...Quem sabe...?

Ainda arranjo alguma úlcera no estômago de origem nervosa...

Abraço e boa semana, Elvira.

Teresa Isabel Silva disse...

O que vem daí?!

Bjxxx
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Cidália Ferreira disse...

Está complicado! :) Estou a gostar!
-
Quando vens o teu silêncio é notado
Boa noite, e uma excelente semana. Beijos!

Edum@nes disse...

A situação continua complicada, Gil tarda em recuperar a memoria. Enquanto sua família não descobre o seu paradeiro.

Tenha uma boa noite amiga Elvira. Um abraço.

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Um episódio que adorei e que li de um fôlego.
Tem o dom de nos prender à sua escrita.
Parabéns!
Um beijinho e uma boa semana.
Ailime

Gaja Maria disse...

Complicado...

Anete disse...

Lendo aqui procurando acompanhar, apesar dos capítulos perdidos... “Boiando um pouco”, mas seguindo o raciocínio do suspense...
Meu abraço

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Nada concreto para o encontrar, mas, deixa a história cheia de suspense, maravilha!
Beijos carinhosos!

João Santana Pinto disse...

Voltei ao "meu ponto de partida". A aflição da família a ver o passar dos dias e a polícia a fazer o seu trabalho, sabendo que muitas das denuncias de desaparecimento acabam por aparecer.