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3.10.17

A RODA DO DESTINO - PARTE XIII






 Algumas horas mais tarde, Salvador, preparava-se para alinhar todos os passos a seguir. Aquele jantar, tinha sido muito proveitoso. Anete era uma jovem encantadora, mas demasiado inocente, para um advogado tão experiente como ele, habituado a descobrir até o que lhe queriam esconder.  Ele não acreditava em coincidências, e a jovem dera-lhe a pista, quando lhe dissera, que era a única pessoa morena na família.  A sua intuição dizia-lhe que a história de vida, da jovem, estava ligada à da sua cunhada. Como a data de nascimento era a mesma, e o local também, só havia duas hipóteses. Prima, o que tinha ficado descartado, quando a jovem lhe contou que seus pais eram filhos únicos, ou irmã gémea. E nesse caso, como é a jovem não sabia que era adotada? Ele sabia que certos pais, escondiam dos filhos esse facto, para que não se sentissem inferiores aos filhos biológicos. Seria esse o caso? E como é que a instituição tinha separado duas gémeas idênticas?
Durante o jantar ele ficara a saber quase tudo sobre a jovem. O que ela não lhe contou, ele adivinhou nas entrelinhas. Tinha tido uma infância feliz, mimada e protegida por pais e irmãos. Casara com um vizinho, mas o casamento não dera certo, segundo ela por excesso de amizade e falta de amor. Sobre esse ponto não conseguira arrancar-lhe mais nada, mas ficou claro que não aparentava estar a sofrer por causa disso.
Usando discretamente o telemóvel, como se fora atender uma chamada, conseguira fotografá-la, quando no fim de jantar, se levantou para ir à casa de banho.
Sentado na cama, observava a fotografia pensativo. Com exceção de quando pensou que a cunhada tinha um amante, nunca na sua vida se tinha sentido tão indeciso. Teria ele, direito a mexer naquela história, correndo o risco de desestruturar duas famílias?  Decerto que não. Mas por outro lado teria o direito de deixar que as irmãs, continuassem na ignorância da sua própria história? 
E se tudo não passasse de uma incrível coincidência?  Passou a mão pela testa, como se com isso afastasse aquele pensamento. Não. Ainda se as jovens tivessem nascido em cidades diferentes, poderia pensar em coincidência. Mas no mesmo dia, e na mesma cidade? Impossível.
O passo a seguir, era mostrar a fotografia ao irmão, e juntos decidirem o que fazer.  Talvez Raul conseguisse alguma informação junto dos sogros.  E pedir uma cópia do registo e nascimento da jovem. As adoções costumam ser averbados ao registo de nascimento. Olhou o relógio. Quase duas da manhã. Pousou o telemóvel na mesa-de-cabeceira, levantou-se e dirigiu-se à casa de banho. Precisava tomar um duche a fim de relaxar, e enfim dormir.                                                                                          

14 comentários:

chica disse...

Eu, se ele fosse, já nem conseguiria dormir..me apressaria a mostrar a foto, ver as reações e seguir na busca que ,acho, será bem frutífera! beijos, chica

noname disse...

Ansiosa, para saber como vai desfazer este imbróglio :-)

Cantinho da Gaiata disse...

Amiga Elvira quem precisa de um banho e relaxar sou eu.
Está ele com muitas perguntas e eu, já pensei mil e uma situações, mas vou ter que esperar muito, porque o fim ainda vem lá muito longe.
Até lá muitos beijinhos.

Rui disse...

Um grande dilema nas mão de Salvador !!!

Abraço

Edum@nes disse...

Continua o mistério. Tudo na mesma, nada de novo. Um romance muito bem imaginado. Voltas e mais voltas, bem recheado de confusões. Para mais entusiasmar os leitores a lerem sempre o próximo capítulo!

Tenha uma boa noite amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.

Rosemildo Sales Furtado disse...

Olá Elvira! Passando para agradecer e dizer que fiquei muito feliz com a tua visita e teu amável comentário com tão bela mensagem de felicitações e carinho quando da passagem do nosso aniversário, meu e dos meus dois filhos. Muito obrigado de coração.

O aparecimento da Anete na vida do Salvador, talvez tenha sido para compensar o fato da Ana Clara ter optado pelo irmão. Continuo gostando e aguardando.

Abraços,

Furtado

maria disse...

Mais uma vez fica provado que "nem sempre o que parece é"imagine-se o terrivel erro que o Salvador teria cometido se tivesse contado ao irmão o que vira... e agora está visto que estamos perante duas irmãs que não se conhecem...vamos ver o que vai acontecer... :D

Tintinaine disse...

Já estou a vê-lo a caminho do Registo Civil pedir uma certidão de nascimento.

PROFESSORA LOURDES DUARTE disse...

Amigos são como as estrelas no céu. Eles são mais claros nos tempos de escuridão e quando a amizade perdura suportando a distância.
E porque não dizer, podemos chamar de amigos, os virtuais que vence a distância para nos visitar e trazer um elogio, uma palavra amiga, um abraço... E como é maravilhoso! Quantas vezes senti que não estava só lendo seu comentário. Obrigada por sua amizade, que Jesus lhe proteja sempre e se estenda a sua família.
Abraços da amiga Lourdes Duarte.

Odete Ferreira disse...

De facto, tudo muito intrigante!
A acompanhar.
Bjinho

Pedro Coimbra disse...

Nem me atrevo a tentar adivinhar o que aí vem.

Berço do Mundo disse...

Foi o destino que achou que eram precisas duas mulheres iguais para completar os corações de dois irmãos.
Seguindo para o próxima capítulo

redonda disse...

Parece-me uma boa ideia, falar com o irmão

Smareis disse...

Intrigante. Uma estória muito boa. vamos ver mais adiante.
Bjs!