Naquele domingo de outono, o sol brilhava, num céu imaculadamente azul, com a temperatura a rondar os vinte e quatro graus, o que levava a crer que o S. Martinho estava a prolongar o “seu” verão para além da data, Anete e seus pais levantaram-se cedo, a fim de assistir à missa das oito. Os pais não perdiam a missa dominical, e ela gostava de os acompanhar.
Depois da homilia, quando se
preparavam para regressar, Anete viu-se constrangida a cumprimentar a ex-sogra,
que se encontrava na companhia do filho. Arrependeu-se de ter ido com os pais.
Devia ter pensado que aquilo podia acontecer. Ela não tinha nenhum problema em
cumprimentar o ex-marido. Os dois foram e eram amigos, e na verdade nunca se
sentiram de outro modo. Mas Laura, a mãe, culpava-a pelo divórcio, e não lhe
perdoava. De modo que foram uns momentos de grande constrangimento.
No regresso, foram para a
cozinha, mas enquanto mãe e filha ficavam a tratar do almoço, o pai saiu
pela porta que dava para as traseiras da casa, onde havia um quintal. Junto à
casa, um largo canteiro, onde se viam plantados vários pés de couve tronchuda,
que haveriam de acompanhar as batatas e o bacalhau na consoada. À volta alguns
pés de alface. Num outro canteiro do lado direito, várias ervas aromáticas, que
a mulher costumava usar na cozinha. Salsa, coentros, manjericão, cebolinho, hortelã, e
outras, impregnavam o ar de uma mistura de aromas. Havia ainda um canteiro maior, com couves já adultas, cenouras e nabos. Algumas iriam ser arrancadas daí a pouco, para o cozido à portuguesa que a mulher e a filha estavam a confecionar para o almoço.
Tinha disposto a parte cultivada do quintal, junto à residência, por forma a ficar mais perto, da torneira na hora de regar. Mais ao fundo, junto ao muro, e aproveitando a sombra de duas macieiras e uma nespereira, ele tinha construído uma casa de brincar, para os netos; e montado um baloiço numa armação metálica. Eles gostavam de brincar ali, quando iam passar o dia lá em casa, e naquele dia com dois novos amiguinhos, não ia ser diferente, pelo que ele se dedicou a verificar se tudo estava em ordem, de forma a evitar qualquer acidente.
Tinha disposto a parte cultivada do quintal, junto à residência, por forma a ficar mais perto, da torneira na hora de regar. Mais ao fundo, junto ao muro, e aproveitando a sombra de duas macieiras e uma nespereira, ele tinha construído uma casa de brincar, para os netos; e montado um baloiço numa armação metálica. Eles gostavam de brincar ali, quando iam passar o dia lá em casa, e naquele dia com dois novos amiguinhos, não ia ser diferente, pelo que ele se dedicou a verificar se tudo estava em ordem, de forma a evitar qualquer acidente.
Satisfeito com a inspeção,
regressava a casa, quando a porta se abriu e a mulher lhe pediu que
escolhesse 3 couves das maiores e uns quantos nabos e cenouras. Arrancou-as, lavou-lhes a terra debaixo da torneira e só então as levou para a cozinha,
Depois, enquanto as duas mulheres
continuavam os preparativos para o almoço, ele foi para a sala e ligou a
televisão.
Meia hora depois, chegou o filho
mais novo. Luís abraçou e beijou a mãe e de seguida abraçou fortemente a irmã.
Logo a afastou para a mirar, olho no olho, procurando descobrir se ela estava
bem. Anete sorriu, levantou a mão e passou-a pelo rosto recém-barbeado do
irmão.
- Não te preocupes, estou ótima.
O irmão relaxou. Deu-lhe um beijo
na testa e seguiu para a sala, onde se juntou ao progenitor. Logo depois,
chegou Ricardo e a família. O irmão voltou a assegurar que nada mudara entre
eles, e a interrogar como ela se sentia. As crianças foram brincar para o
quintal, enquanto os homens se entretinham na sala com uma acalorada discussão
sobre futebol.
11 comentários:
Bom dia Elvira.
Mais um capítulo bem descritivo. Vamos ver como vai sair esse almoço entre família.
Bj e bom domingo.
Tudo andando normal. cenas de família...beijos, lindo domingo! chica
Se forem benfiquistas têm muito que discutir. Para acabar com a crise das águias alguém tem que pagar o pato, leia-se rua com ele, e há que escolher entre o treinador e o presidente.
Vou esperar até amanhã para ver se o Salvador gosta do cozido!
bom dia
já uma vez aqui escrevi que a autora tem uma forma de descrever os planos de fundo que parece que estamos a velos na realidade.
gosto mesmo muito dessa particularidade.
ate amanhã e continuação de um santo domingo.
JAFR
Que encontro maravilhoso!
Estar junto a familia é sempre muito bom.
Feliz semana querida Elvira, beijinhos.
É bom ela ter uma família feliz - esta história também seria boa para incentivar e apoiar quem pensa em adoptar
um beijinho e bom final de Domingo
Na cozinha uma grande caldeirada,
as mulheres já estão preparando
não faltam os coentros nem a salsa
nas couves para a consoada pensando!
Tenha um bom domingo amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
Gosto muito da descrição que faz para enriquecer o conto!!! Bj
Esperemos que a refeição não se venha a revelar indigesta...
Boa semana
Almoço em familial, vamos ver como mais ser esse final. O que espera o próximo capitulo.
Bjs!
Com certeza, desde o dia anterior, a Anete está sentindo a falta do Salvador.
Abraços,
Furtado
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