A casa dos pais de Anete, ficava situada numa zona já na periferia da cidade. A rua era composta quase só por vivendas, separadas entre si por muros encimados por gradeamento. Quase todas tinham na parte da frente, um minúsculo jardim, com algumas flores. Em muitas delas havia pés de roseira, que na altura da floração perfumavam o ar. Raul estacionou o carro, entre o de Ricardo e o de Afonso, que viera passar o dia com a mãe, e que naquele preciso momento voltava a casa, depois de ter ido comprar o jornal. Sabia que havia festa em casa do vizinho, tinha visto Anete com os pais à saída da igreja, e via os carros dos dois irmãos frente à porta. Parou no passeio, espantado ao ver Anete sair dum carro que desconhecia, abrir a porta de trás e desapertar o cinto da cadeirinha de uma criança enquanto o homem do outro lado, fazia o mesmo. Ele tinha visto a jovem entrar em casa com os pais. E agora estava ali? Quem era aquele homem e aquelas crianças? Alguém que tinha conhecido em Lisboa? Estava diferente de quando a vira de manhã, com outro vestido e outro penteado. Engoliu em seco, quando ouviu uma das crianças chamar-lhe mãe. Queria falar, mas não conseguiu articular palavra. Nesse momento, Anete viu através da janela o que se passava. Rapidamente tirou o avental e saiu a receber a irmã, deixando Afonso completamente petrificado. Então a jovem aproximou-se dele e apresentou-lhos.
- Afonso, apresento-te a minha irmã gémea Ana Clara, o
meu cunhado Raul, e meus sobrinhos, Jorge e Miguel. Família, este é Afonso, um
grande amigo.
Não o apresentou como ex-marido, não lhe apetecia falar
do seu casamento falhado, naquele dia.
Afonso, compreendeu-a e também não referiu o facto.
Limitou-se a cumprimentar os recém-chegados, dizendo a Anete.
-Nunca soube que tinhas uma irmã.
- Eu também só o soube há dias. É que fomos adotadas por
famílias diferentes. E não fiques em choque. É um segredo de família, tão bem
guardado que nem eu sabia. Um dia conto-te tudo. Por favor, não o contes à tua
mãe.
- Não contarei. Fica descansada.
- Obrigada – agradeceu a jovem, dando-lhe um beijo breve
no rosto, antes de lhe voltar as costas, e dar o braço à irmã para entrarem em
casa.
- Prepara-te. Pela reação de Afonso, imagina o que te
espera lá dentro, - disse Anete
- Já chegaram todos? Não vejo o carro do meu irmão, - disse
Raul.
- Se ele vem, ainda não chegou, - respondeu Anete.
- Como se ele vem? Eu disse ao teu pai que ele vinha.
Esteve toda a semana na Madeira, mas regressou ontem.
- Não sabia.O meu pai não me disse nada, provavelmente
porque eu também não perguntei.
Entraram em casa, e Anete empurrou a irmã na direção da
sala.
- Entra tu primeiro. Quero ver a reação dos meus irmãos.
16 comentários:
bom dia
espera-se um almoço cheio de emoções. haver vamos !!!
ate amanhã .
JAFR
A passar por cá para acompanhar a história!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Vamos esperando as reações agora...beijos, linda semana,chica
Hum!
Reações emocionantes nos esperam, beijinhos.
Surpreendente!!
bjokas =)
Também quero ver como vai ser a reacção dos irmãos
um beijinho e um bom dia
Pensei que me ia atirar ao cozido, mas ainda não foi desta!
Volto amanhã!
Fiquei curiosa sobre o que se segue!!!bj
Tudo em pormenor muito bem contado. Para mais o esticar. Será que o Salvador está atrasado?
Tenha um bom dia amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
Uauuu, será que o Salvador não vai?
Esperando para ler o próximo post.
Bjs
Olá, Elvira...
Botando em dia a leitura aqui... Estão interessantes os detalhes da história...
Beijinho
¡Qué imaginación tienes Elvira! Muy buen texto.Tiene suspenso y emocionalidad.
Un beso.
Uma história linda que estou a gostar imenso de acompanhar.
Vou aguardar o desenrolar dos acontecimentos que se prevê serem bem interessantes.
Beijinhos e uma boa noite
Ailime
Essa do irmão ainda não ter chegado traz água no bico...
Uma bela casa e uma história surpreendente! Abraços amiga Elvira.
Não acredito em intensas reações como foi a do Afonso, visto que os membros da família já sabem que são gêmeas e conhecem a história.
Abraços,
Furtado
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