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9.7.07

A PROPÓSITO DE.... INFERTILIDADE

Porque é um problema que atinge muitos casais, segundo as estatísticas , um em cada dez casais, tem que recorrer a tratamentos para conseguir engravidar. E se é certo que em muitos casais os tratamentos resultam, não raras vezes até com gravidez de gémeos, em alguns casos os tratamentos não resultam.
Quando já tudo foi tentado e não resultou, aconselha-se a fertilização in vitro, ou a inseminação intra uterina. Portugal é cada vez mais um país de idosos. Á esperança de vida mais longa, junta-se o facto dos casais hoje em dia não terem vários filhos como antigamente. E ás vezes, nem é por falta de vontade mas porque as exigências da vida actual o não permitem.
Hoje em dia na maioria dos casais a mulher trabalha fora de casa. Também são poucos os empregos que têm infantários para os filhos dos seus empregados. Estes por sua vez, são um peso a mais no orçamento do casal. Logo, quanto mais filhos, maior a fatia do orçamento para o infantário. E depois, há todas as outras despesas, estudos comida, calçado, saúde etc. etc. Esta é a razão porque muitos casais optam por ter um só filho mesmo quando desejavam ter mais.
Bom, além destas condicionantes ainda existe a infertilidade.
Ainda voltando ás estatísticas, só em Portugal, meio milhão de casais sofre deste problema. Antigamente, quando um casal não conseguia ter filhos, a culpa era sempre da mulher. Mesmo quando o médico dizia que não havia nada de errado com a mulher. Mas na masculinidade do homem não cabia esse "defeito".
Hoje sabe-se que as causas da infertilidades são: 40 º/º feminina, 40 º/º masculina e 20 º/º são causas mistas ou desconhecidas.
A infertilidade tem sido a causa de infelicidade de muitos casais e ás vezes até de rotura.
É um espinho que trazemos cravado no coração, que nos envenena a alma e nos mata todos os dias um bocadinho. E acreditem que sei do que falo.
E o mais triste é que por vezes nem se possa recorrer a todas as técnicas para debelar o problema porque os tratamentos são muito caros.
Claro os casais que não concebem podem sempre recorrer á adopção. Mas também aqui o preconceito evita que o façam.
E vocês que habitualmente me visitam, que pensam deste assunto?

(Este texto é dedicado a alguém muito especial, que luta com este problema à 7 longos anos)

18 comentários:

Unknown disse...

É comprenssivel que todos os casais desejem ser pais! Na impossibilidade de o poderem ser por metodos normais, creio que os tratamentos/ou outros actos médicos deveriam ser disponibilizados graciosamente aos casais que mostrassem essa vontade...quanto á adopção,em meu entender ela deveria ser rápida, desde momento que o casal mostra-se interesse em adoptar determinada criança e, tivesse condições para isso... Se o aborto é pratrocinado gratuitamente! porque não fazer o mesmo no tratamento da infertilidade?

Anónimo disse...

Graças a Deus não passei por isso.
Tenho filhos lindos, bençãos de Deus na minha vida. Mas conheço um caso de infertilidade, que tem amargurado a vida duma familiar e que não a tem deixado viver. Eu acho que se o governo vai pagar e disponibilizar os hospitais publicos para o aborto, devia igualmente disponibilizar e pagar todos os tratamentos contra a infertilidade. Não só os tratamentos hormonais, mas os que são mais caros, como a fertilização in vitro, que não só é muito cara, como na maior parte das vezes tem que ser repetida porque raramente dá positivo na ª vez

Anónimo disse...

É efectivamente um grande espinho na vida de muitos casais e não só das mulheres, o problema da infertilidade.
Também acho que deveria ser o estado a pagar os tratamentos para tratar a infertilidade, em igualdade de circunstâncias com outros actos médicos.
E cada vez mais, uma vez que a nossa população está envelhecida.
Deveriamos até seguir o exemplo dos espanhóis, dando subsídio aos casais que optem por ter filhos!

Anónimo disse...

Pessoalmente não tenho esse problema.Mas isso não quer dizer que não tenho conhecimento do caso.Todos nós conhecemos alguém que anda á anos a fazer tratamentos atrás de tratamentos. Sem falar dos casos que saltam para os jornais porque alguma mulher mais atormentada,cometeu um acto tresloucado, como seja o raptar um bebé. Como mulher e mão eu não concebo pensar que poderia passar a minha vida sem ser mãe. Claro que há a adopção. Mas não é a mesma coisa. Se em relação ao amor maternal eu acredito que ele seja verdadeiro, e que uma mãe adoptiva pode amar os seus filhos como eu amo os meus, em relação a nós mulheres,será a mesma coisa? Penso que não.

Elvira Carvalho disse...

Engraçado...alguém passou por aqui e tem o mesmo nome da autora do blog. E digo engraçado, porque não conheço mutias pessoas com o meu nome. De qualquer modo obrigada por ter passado e volte sempre.

Jorge P. Guedes disse...

É um problema sério e delicado.

Na sociedade actual, quanto menos recursos tem a família, mais se procura evitar ter mais do que dois filhos. Claro que estou a referir-me às sociedades ocidentais e não àquelas em que os
mandamentos religiosos e a carência de informação fazem com que o limite para os filhos seja o do final do período de concepção da mulher.

Em Portugal, um país que dentro de uma ou duas gerações verá diminuída a sua população em cerca de 10%, segundo as últimas perspectivas, não vejo hipótese de que a actual tendência se altere, já que os governos nada fazem no sentido de promover o nascimento de mais pessoas.

Há já países onde os governos subsidiam de forma especial quem tenha mais de um filho. essa é uma política de rejuvenescimento do país, ao contrário da realidade nacional.

Quanto à adopção, ela tem muito de pessoal, e não será apenas por preconceito que não se recorre mais a essa prática.

Um abraço, ou nunca mais me calo.
Gostei do que vi e li, Elvira. Com franqueza o digo.

Ah! Já está llinkada lá no sino ao pé de outros amigos.

Gentleman disse...

Elvira, devolviendo visitas, le cuento que yo tengo 2 nenas, una de 3 y otra de 2 años, estuvimos con mi señora casi 3 años buscando el embarazo y la angustia nos ganaba, hasta que decidimos empezar con el tratamiento, primero fueron inseminaciones y fracazaron, luego una fertilizacion in vitro y tambien, al año siguiente volvimos a la FIV y tuvimos suerte! el problema era de los dos , entrabamos en ese 20%, después que nacio nuestra primer hija, dejamos de cuidarnos y al poco tiempo noticias!!! mi señora estaba embarazada de mi segunda nena sin ningun tipo de tratamiento, solo la despreocupacion por el embarazo, conocimos muchas parejas que hicieron el tratamiento con nosotros, una de ellas tuvieron mellizos y al poco tiempo igual que nosotros les vino el tercero y tambien muchas parejas se separaron por no haber podido conseguir un hijo.
Como vera , el tema me toca muy de cerca, en carne propia! se de lo que habla , se lo que se siente, se de frustraciones y de alegrias.
Un beso grande desde Uruguay.

Patricia disse...

Também cocnordo que deveriam haver mais ajudas estatais para aqueles que querem ter filhos e infelizmente, por um percalço da natureza não os podem ter naturalmente. Quer em tratamentos de infertilidade que são carissimos quer no plano de adopção, em que o processo leva imenso, e faz com que alguns casais acabem até por desistir pelo excesso de entraves a vencer.

Anónimo disse...

Boa noite, Elvira.
Este tema é interessante e delicado.
Sou sincera ao dizer que nunca senti muito o drama dos casai que não podem ter filhos, talvez por eu ter tido quatro, e não ter nenhum caso na família.
Mas ha cerca de três anos que tenho visto um caso de uma senhora com um segundo casamento já tendo passádo dos 30 e faz tudo para ter um filho, fica grávida e aborta aos 4 meses começa a entrar em depressão, vai tentado e ha 5 meses que está grávida de gémeos dois rapazes, mas há pessoas que nunca conseguem.
Eu acho que esses tratamentos deviam de ser suportados pelo estado, e que o mesmo devia investir mais na maternidade e todo o apoio a quem quer ter filhos, porque até agora so mostram vontade em ajudar quem os quer matar, e assim este país vai tendo cada vez mais idosos.
Beijocas,Mary90

Anónimo disse...

Um tema sem dúvida para reflexão.
Sobretudo num país, onde a população é cada dia mais idosa, e onde há terras onde há mais de anos não nasce uma criança. Eu não sou contra o aborto assistido e pago pelo estado. Penso que se por qualquer razão uma mulher não pode ou não quer um filho, tem o direito não ficar dependente de charlatões que ponham a sua vida em risco. O que eu penso, é que o governo devia disponibilizar meios iguais para quem luta com a infertilidade. Falaram-me e - digo isto sob reserva - que uma fertilização in vitro ultrapassa os 5000.00 euros. E que não raras vezes, só á terceira ou quarta vez resulta. Então eu penso que com o nivel médio de vida dos portugueses, serão poucos os que podem recorrer a esta técnica. Bem sei que haverão tratamentos mais baratos, mas e quando esses não resultam?
Quanto á adopção também é complicado. Primeiro, por uma questão de mentalidade,ou de educação, ainda há no nosso país,um grande preconceito em relação á adopção. Segundo, porque o processo é demasiado longo e complicado. Tenho um casal amigo que tiveram uma criança com eles durante um ano em fase de adaptação, e quando finalmente iam dar inicio ao processo de adopção, a mãe biológica apareceu e inviabilizou o processo.

elvira disse...

José,Marta, Lula,parece que no essencial estamos todos de acordo.
Será preciso fazer algo por estes casais, e esse algo passa por um acompanhamento e tratamento gratuito.Oxalá o governo se dê conta disso

elvira disse...

j.g é verdade.Estamos cada dia mais velhos, e as medidas para ajudar tomadas por este governo, foram; acabar com um monte de maternidades obrigando as grávidas a percorreram vários Kms para uma consulta ou para terem os seus filhotes. Cada dia chegam relatos de crianças que nascem nas ambulâncias em plena autoestrada. Para não falar daqueles que vão nascer a Espanha, porque a maternidade espanhola fica mais perto de casa.
Obrigada, e volte sempre

elvira disse...

Benvindo Gentleman. Fico contente que tenha resolvido o vosso problema e que tenha 2 lindas meninas. Eu também conheço casos assim. Ás vezes com o nascimento do 1ºfilho, vai-se a ansiedade, e pouco depois surge um 2º e ás vezes até um 3º.Inflizmente há 40 anos atrás, não haviam muitos dos actuais tratamentos.Assim me quedei pela adopção. Meu filho,mais do que desejado, foi escolhido. Um abraço, desde Portugal

elvira disse...

Tens razão Patricia: os processos de adopção, são tão demorados e angustiantes que levam muitos casais a desistir. E á tanta criança abandonada por essas instituições.

elvira disse...

olá Mary, obrigada pela visita. Verdade. Todos nós conhecemos alguém assim. E todos nós estamos de acordo quanto a que devia ser o estado a pagar. Afinal o dinheiro do estado sai dos nossos bolsos.
Beijos, e volte sempre.

elvira disse...

Olá Rui. Tanmbém ouvi essa...
Estou de acordo consigo em pleno.
Beijos. E volte sempre

Anónimo disse...

mais um tema complexo e delicado, sobre o qual pouco posso acrescentar ao que já foi dito, até porque graças a Deus eu nunca senti esse espinho. Sou pai dum pimpolho alegre e reguila. Mas na minha terra, quando lá vou de férias é a única criança, e isso além de me causar uma grande tristeza, faz com que nunca esteja lá mais que um fim de semana. Não é bom para o meu filho não ter ninguem da idade dele para brincar.

Anónimo disse...

Eu, infelismente, sei o que e desejar e nao conseguir concretizar esse sonho...o ser MAE!
E algo que doi e revolta!

Doi...o vazio que se sente ao observar o embalo de um bebe no aconchego doce da sua mae; ao sentir o calor de um sorriso rasgado por entre duas bochechas rosadas; ao ouvir a gargalhada de uma familia pelas traquinices do seu rebento;...

Revolta...saber de abortos por simples "capricho"; recem-nascidos abandonados a sua sorte; crianças negligenciadas, maltratadas, manipuladas e exploradas na sua inocencia e generosidade...

Com grande tristeza revejo-me em tantas mulheres que penam como eu a varios anos.
A idade de maior fertilidade ficou para tras. Porem os estudos eram importantes, o casamento so pensavel apos curso,(aos 27!)e garantir estabilidade profissional e financeira para investir num lar a pensar numa familia em expansão era prioritario...mas eis que o destino prega-nos estas partidas.

Agora aos 34 anos as listas de espera desmoralizam, as clinicas pedem-nos mais um endividamento impossivel de suportar e um plano de adopção não reune consenso.

Apesar de tudo a esperança mantem-se. E amanha sera um novo dia...


Um beijinho para todos em especial para a mulher excepcional, amiga e conselheira, que se espelha neste blog e que com muito orgulho chamo...Madrinha!