Num cavalo de cartão
eu corria à desfilada
nos campos sem fim
do sonho
entre rios de alegria
e montanhas de inocência.
Nas asas da imaginação
via desfilar
perante os meus olhos
de criança
searas de carinho
pão de liberdade.
O mundo corria
pintado de esperança.
Hoje
o meu cavalinho
jaz morto
num velho armário
sepultado
como velho traste
sem préstimo.
E diante de mim
não desfilam mais
sonhos de esperança
pão de liberdade
diluída a alegria
em dor
perdida a inocência
de criança
em pecados de adulto.
3 comentários:
O meu não era de cartão. Era num cabo de vassoura velha, mas deu-me muitas horas de alegria. Incrível como no nosso tempo, qualquer coisa servia para brincar e fazia a nossa alegria.
Com que então tiveste um cavalinho de cartão!
Ainda bem que hoje te lembras dele, pois apesar das voltas que a vida dá e das desilusões que vamos tendo, sempre nos lembramos das coisas que alguma vez nos deram alegria.
São também esses momentos todos da nossa infância, que vão moldando o nosso carácter...
Os cavalos de pau, os arcos, os piôes, que saudades desse tempo.
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