-Estás bem? - perguntou António acariciando-lhe o rosto.
- Melhor seria impossível. Amo-te - respondeu
- Repete. Esperei tanto para o ouvir
que ainda me parece um sonho.
- Amo-te, amo-te, amo-te. Desde que entraste no meu escritório, e me
inquietaste com aquela promessa de beijo, que não me deste. Já gostavas de mim nessa altura?
-Segundo o teu pai, apaixonei-me por ti, no seu
escritório, quando tinhas nove anos.
-Não é possível. Por aquela garota triste e magricela?
-Bom, eu creio que me apaixonei por ti há cinco anos, dias depois do meu regresso de França, quando me cruzei contigo no banco. Mas estavas noiva, e tentei por todos os
meios esquecer-te, embora sem o conseguir. Mas é verdade que sentia um carinho especial
por ti naquela época, embora acredite que era mais um amor de irmão. Afinal de contas,
tinha uma irmã quase da tua idade. Amanhã, vamos para Sintra, - disse
mudando de assunto. Vamos falar com o padre Celso e marcar a data de casamento.
Depois vamos comprar o anel de noivado, e à noite vamos falar com o teu pai. Oxalá ele
não me dê um tiro.
-O meu pai não é tão mau como pensas. Ele sofreu imenso
com a morte da minha mãe e andou perdido durante anos. Sentia-se infeliz e
descontava o seu sofrimento em quem o rodeava. Hoje está diferente. Tenho a
certeza de que só quer a minha felicidade. Mas não falemos mais do meu pai.
Vamos dormir? – perguntou
- Se quiseres, - respondeu ele - a boca buscando a dela, a mão
esquerda abarcando-lhe o seio, com o polegar acariciando o mamilo, a mão direita,
puxando-lhe o corpo de encontro à sua masculinidade, para que sentisse a sua excitação.
Ela riu baixinho, certa de que afinal nem tinha sono.
Tinha passado um ano desde aquela noite. Um ano que trouxe muitas mudanças mas que foi sobretudo de muita felicidade para o casal. Paula era uma mulher independente, não queria viver à sombra do marido, e ele concordara em que continuasse com a sua firma de eventos. Todavia pouco tempo depois do casamento, Paula descobriu que estava grávida de gémeos. Primeira gravidez já com trinta anos, e ainda por cima uma gravidez gemelar, o médico aconselhou muito repouso e pouco stress, pelo que ela chegou a pensar fechar a firma. Porém um dia em conversa com a cunhada, Gabi disse-lhe que poderiam trabalhar juntas, pelo menos durante a gravidez. Paula assinaria os projetos e ela os executaria. E a verdade é que Gabi, revelou-se uma ajuda preciosa. Parecia ter nascido para aquela profissão, e Paula acabou propondo-lhe sociedade. Quando atingiu os seis meses, o médico exigiu repouso absoluto e dona Teresa, a sogra, mudou-se para a quinta a fim de estar perto dela para a ajudar no que precisasse. Era uma senhora amorosa, que a tratava com imenso carinho e Paula gostava muito dela.
Naquele momento, a senhora insistia com a jovem, dizendo que tinha de comer o lanche que Alice a empregada preparara e colocara na mesa-de- cabeceira. Na cama, ao lado de Paula, um bebé dormia. De pé olhando-a com amor, António tinha nos braços o outro bebé.
Ouviu-se uma leve batida na porta do quarto e dona Teresa foi abrir. Jorge, Cidália e Miguel entraram no quarto.
Naquele momento, a senhora insistia com a jovem, dizendo que tinha de comer o lanche que Alice a empregada preparara e colocara na mesa-de- cabeceira. Na cama, ao lado de Paula, um bebé dormia. De pé olhando-a com amor, António tinha nos braços o outro bebé.
Ouviu-se uma leve batida na porta do quarto e dona Teresa foi abrir. Jorge, Cidália e Miguel entraram no quarto.
-Parabéns, - disse Jorge dando uma palmada amistosa, nas costas de António e dirigindo-se em seguida para o leito a fim de beijar a filha.
Depois voltou para junto do genro, deixando a mulher e o filho junto da jovem mãe.
-Esse é o meu neto? - perguntou mirando a carinha do
recém-nascido.
-É o Martim,- respondeu António passando-lhe o bebé para os
braços. A Mariana está ao lado da mãe.
Os dois homens encararam-se com um sorriso. Durante aquele ano o ressentimento fora esquecido, não havia mais animosidade entre eles. Na cama, Paula,
colocou nos braços do irmão a sua filha. O garoto pegou-lhe com extremo
cuidado, os olhos rasos de água, comovido pela responsabilidade que era segurar nos braços a sua minúscula sobrinha.
Mais tarde quando eles partiram, António colocou os bebés nos respetivos berços, e sentando-se na beira do leito, beijou a mão da mulher.
-Meu Deus - murmurou,- não quero mais filhos. Passei as
piores horas da minha vida antes de eles nascerem. Recriminei-me tanto pelo que
estavas a passar.
-Não sejas tonto. Havemos de ter quantos Deus quiser. Afinal
de contas, não temos problemas financeiros, e não nos falta amor para lhes dar.
- Mas e o teu sofrimento? Os enjoos, os pés inchados, as dores nas costas, as dores do parto? Não é justo.
-As dores da gravidez e do parto de qualquer mãe, é
esquecido quando ela aperta o filho nos braços. Ou será que estás com ciúmes
deles?- perguntou sorrindo.
Ele curvou-se e beijou-a. Não precisou falar. Aquele
beijo disse-lhe tudo o que lhe ia na alma.
FIM
Como amanhã se festeja o dia da mãe em grande parte do mundo, (25 países) esta história não podia terminar de outra forma
Como amanhã se festeja o dia da mãe em grande parte do mundo, (25 países) esta história não podia terminar de outra forma