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20.3.19

UM HOMEM DIVIDIDO - PARTE V








Contratou um detetive para descobrir tudo o que lhe interessava sobre Jorge Maldonado e a sua filha, uma vez que sabia que o seu inimigo era viúvo. Porém as informações não foram as que esperava. Primeiro porque o homem tinha voltado a casar. Segundo, a filha tinha abandonado a casa paterna, e era agora dona de uma empresa de eventos, que elaborava as festas de algumas empresas e de particulares. Era considerada uma excelente profissional e muito conceituada no meio. E estava noiva de um jovem médico.
Bom, se a jovem estava noiva, ele não ia atrapalhar a sua felicidade. Afinal ele sempre gostara dela, e de modo algum queria fazer-lhe mal. O seu ódio, era contra o pai.
 Porém, no ano anterior, lera numa crónica social que depois de quatro anos a jovem tinha posto um ponto final na relação, com o tal médico, e de novo lhe veio o desejo de a associar à sua vida. Afinal ia a caminho dos quarenta anos, tinha poder económico, uma bela casa, podia trocar de carro quando quisesse, viajar pelo mundo, mas deixara de sonhar com uma vida normal há quase dezoito  anos, por culpa do pai dela.
Sendo atualmente um dos grandes empresários do país, sempre que aparecia nalgum evento era imediatamente rodeado por belas mulheres que rivalizavam entre si para lhe agradarem, até porque fisicamente era um homem muito atraente, embora não fosse nenhum Adónis. Porém ele conhecia o seu valor e não se iludia. Sabia que o dinheiro, era um atrativo capaz de rivalizar com a maior beleza do mundo. Pelo menos para a maioria das mulheres que conhecera. 
 Tinham passado cinco anos desde que regressara de França. Cinco anos em que trabalhara arduamente mas em que duplicara a sua fortuna. Mas quando fazia a si mesmo a pergunta, se era feliz, tinha que reconhecer que não. Continuava com o coração cheio de ódio pelo homem que lhe roubara a coisa mais valiosa que ele possuía. Um nome honrado. Ainda que hoje nos meios em que se movia, ninguém parecesse conhecer essa mancha do seu passado.
Na posição social onde agora se encontrava, a honradez, media-se pelo volume da sua conta bancária. Todavia, ele estava prestes a vingar-se e depois… bom depois punha uma pedra sobre o assunto e ia aproveitar o resto de tempo que tinha pela frente.
Regressou à mesa no momento em que Eduardo, o seu cunhado entrou no escritório.
- Boa tarde. Tens alguma reunião marcada para os próximos trinta minutos?
- Não. Acabei de ter uma reunião com o Jorge Maldonado. Está desesperado.
- Sabes o que penso disso, António. Já passaram muitos anos, devias esquecer e tentar ser feliz.
- Não posso esquecer que me acusou de roubo. É o meu nome, a minha honra, não percebes?
- Claro que percebo. Mas vais conseguir apagar esse facto do teu passado arruinando o homem?  
- Dei-lhe hoje a hipótese de se salvar.
- Como?
-Se a filha dele aceitar casar comigo.
- Vês? Queres comprar a filha do teu inimigo, como se ela também fosse culpada de alguma coisa. Confesso que não te entendo. És jovem, tens saúde e uma posição social invejável. Esquece essa maldita vingança e concentra-te no momento atual e na felicidade que ainda podes ter.
-Esqueçamos os meus assuntos pessoais. Que te trouxe cá?
A empresa de "rent-a-car" que vocês vão comprar em Faro.

Boa Primavera para nós, bom Outono para os nossos amigos do outro lado do oceano.