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19.7.24

UMA VIAGEM ESTRANHA

 


Outubro aproximava-se do fim. Apesar disso o céu sem nuvens e o sol, que embora não apresentasse um calor abrasador, como no verão, estava luminoso e lançava sobre a terra um calor muito agradável. Conduzia numa estrada deserta, de volta ao lar de meus pais, depois de alguns anos de ausência.

 Ao olhar a paisagem tive consciência, de que me enganara na estrada, mas segui em frente, pensando que afinal aquela estrada, iria ter a algum lugar, donde poderia retomar o caminho de casa. Porém a estrada terminou um pouco mais à frente. Parei o carro e saí para olhar à minha volta.

 À minha frente uma floresta, exibia os maravilhosos tons de outono. Curiosa avancei uns cem metros e deparei-me um enorme lago, cujas águas tão serenas, mais pareciam um enorme espelho,  sobre o qual as narcisistas árvores da margem se miravam vaidosas. Quedei-me extasiante perante tão bela imagem que  me sugeriu a natureza em paz consigo mesmo . 

Pensei que era um lugar onde o homem ainda não chegou, mas então vi mais à frente duas cadeiras lado a lado, num pequeno pontão, como que a dizer-me que estava enganada. Duas cadeiras vazias que sugerem momentos de contemplação e amor.

Contemplação pela natureza, mas também amor pela pessoa que se senta ao lado, e com quem se quer partilhar um lugar tão paradísico. Olhei à volta e não vi cabana, ou caravana, que me mostrasse que ali vivia alguém. As cadeiras estão vazias, e a paz do lugar, apenas tem por companhia a solidão, o que me leva a pensar no que terá acontecido a quem nelas se sentava. 

Enquanto me perdia em conjeturas, anoitecera e de súbito desatei a correr assustada com medo de não conseguir encontrar o carro. Então a luz do sol bateu-me no rosto, e abrindo os olhos vi que a minha mãe tinha acabado de abrir a persiana, fazendo com que a luz me  acordasse. 


  

 

11 comentários:

Citu disse...

Genial relato. Te mando un beso.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Amei essa partilha! Uma viagem estranha que prendeu nossa atenção do princípio ao fim.
Abraços fraternos!

Pedro Coimbra disse...

Sweet dreams are made of this.
Bfds

Tintinaine disse...

Muito melhor ter sonhos que pesadelos!
Bom fim de semana|

chica disse...

Uma viagem estranha que terminou ao abrir a janela e os olhos... Lindo! beijos, chica

Fatyly disse...

Um sonho delicioso que gostei muito!
Beijos e um bom dia

Andre Mansim disse...

Que texto legal Elvira!
Muito bom. Viajei aqui.

Um beijão e um ótimo fim de semana.

Janita disse...

Há sonhos que são viagens estranhíssimas.
Tenho um sonho recorrente que me preocupa bastante.
Sonho que estou perdida numa determinada rua que não conheço, nunca vi, e não sei como regressar. É horrível! Chego a acordar a arfar, qualquer noite morro de aflição.

Um abraço e um bom FDS

Toninho disse...

Que lindo Elvira!
Li com sofreguidão encantando com os encanto do caminhante, pelo olhar poesia que tinha sobre cada movimento da natureza.
Mas a persiana atrevidamente me tirou deste êxtase da leitura.
Aplausos amiga.
Um abração com carinho e feliz fim de semana.

lis disse...

Bonita descrição da estrada por onde seu sonho te levou.
Gostei muito.Sonhos são mágicos , nossa memória viajando enquanto o corpo descansa Com sempre encanta-ame sua escrita,sua inspiração Elvira
Um grande abraço e bom sábado, ótimo domingo

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Um belo conto em que um sonho nos levou a momentos de indescritíveis incertezas.
Mas tudo acabou bem.
Beijinhos e saúde.
Emília