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20.1.23

CICATRIZES DA ALMA - PARTE VIII

 

Nos anos seguintes enquanto Anabela se dedicava de corpo e alma aos estudos, muitas coisas mudaram.

Matilde aceitou uma oferta para o Hospital de St. Mary em Londres e emigrou numa noite fria de dezembro, e Paula e Diogo resolveram pôr fim a um namoro de três anos, casando-se na Primavera seguinte.

Paula continuara no apartamento, após o casamento e inicialmente ela continuara com eles, mas apesar da grande relação de amizade que as duas mulheres tinham criado entre si, Anabela, sentia-se inibida a conviver com os jovens recém-casados. Decidiu deixar o apartamento ao casal e iniciou a procura de outro quarto.

Conseguiu-o em casa de Maria Rosa, uma colega da Universidade. A jovem vivia com os pais, numa casa antiga, na Avenida do Brasil, tinha um quarto livre, que tinha sido do irmão mais velho, que tinha emigrado para a Austrália. Segundo a jovem lhe confessou, os pais faziam um grande sacrifício para lhe pagar os estudos, e pensavam alugar o quarto, para ajudar a equilibrar as contas. Assim, Anabela resolvia o seu problema, e ajudava os pais de Maria Rosa a aliviar as despesas.

Um ano depois, Paula fora mãe de uma linda bebé, e Anabela que já fora a madrinha de casamento da amiga, foi convidada para madrinha da bebé, estreitando cada vez mais a relação de amizade entre as duas.

Aos vinte e sete anos, Anabela terminou o seu Curso de Enfermagem com excelentes notas, tal como já tinha terminado o Curso de Fisioterapeuta quatro anos antes.

E foi precisamente no bar onde fora com outros finalistas festejar o fim do Curso que ela conhecera Óscar.

Ele encontrava-se encostado ao balcão e era um homem bem parecido, alto de cabelos e olhos escuros, e sorriso fácil.

Por momentos os olhos dos dois encontraram-se e o sorriso dele abriu-se mais, enquanto inclinava levemente a cabeça como se estivesse cumprimentando-a.

Anabela, virou a cara envergonhada. Ela não tinha experiência de namoros. Aprendera da pior maneira aos dezassete anos, que uma jovem órfã e sem dinheiro, não servia para namorar a sério. Fora o que lhe dissera o namorado a quem pediu explicações quando ele a deixou depois de com promessas enganosas a ter levado para a cama. Desde aí, ela nunca mais tivera qualquer relação com o sexo oposto a não ser a de uma amizade pura com o marido da Paula, ou com algum colega na clínica enquanto lá trabalhou.

Apesar dos anos que já vivia na cidade, no fundo ela continuava a ser a jovem simples da aldeia. Um dia lera em qualquer lado, que se pode tirar uma pessoa da aldeia, mas não se pode tirar a aldeia da pessoa. E ela sentia que era verdade.


E ontem chegamos aos 60.000 comentários. Obrigado a todos que leem e deixam a vossa opinião.


9 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Um Óscar (é o meu gato) cura todas as cicatrizes :))
Bfds

chica disse...

Vejamos o que vamos ver com esse Oscar chegando na vida e3 na história! beijos, tudo de bom,chica

Janita disse...

Finalmente sabemos como foi a entrada desse Óscar, na vida de Anabela.
Resta saber em que circunstâncias saiu!!

Um abraço e bom fds, Elvira.

teresadias disse...

E eis que o Óscar entrou em cena.
O que se segue... só a Elvira sabe.
Para já, não faltam encruzilhadas na vida da Anabela. Eu gosto!
Beijo, bom fim-de-semana.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Uma figura masculina entrando na história promete muitas emoções!
Abraços!

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Será que Anabela vai voltar a acreditar no amor?
A história está a ficar muito interessante.
Beijinhos e bom fim de semana.
(Parabéns pelos 60 000 comentários)

São disse...

Há um jogador sueco de futebol que afirmou que se pode tirar o rapaz do gueto, mas não o gueto do rapaz ... e as irmãs de Ronaldo comprovam essa verdade, infelizmente.

Beijinho, bom fim de semana :)

Cidália Ferreira disse...

Mais um fantástico episódio!
.
A melancolia é nefasta ...
.
Beijos. Bom fim de semana.

Tintinaine disse...

Ando distraido com os comentários. Voltei a passar por aqui para corrigir o meu erro.