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30.1.23

CICATRIZES DA ALMA - PARTE XII

 




Chegou à cidade no início da tarde. Parara numa estação de serviço para comer qualquer coisa, e logo se dirigiu à esquadra onde se identificou.

Fizeram-na entrar num pequeno gabinete, onde um oficial de meia-idade com os óculos na ponta do nariz examinava uns papéis que tinha na frente.

Depois de ouvir a apresentação que o agente lhe fazia, apresentou-se como sendo o inspetor Chaves, encarregado da investigação da morte do marido dela, pediu que ela se sentasse, retirou os óculos do nariz e depois de lhe explicar onde e como tinham encontrado o corpo de Óscar, iniciou uma série de perguntas acerca do seu relacionamento com o marido, onde estivera etc.

Ficou claro para a jovem, que ele já sabia da queixa de violência doméstica que ela apresentara em tempos, e também das ameaças de morte que o marido lhe fizera. Também sabia que não viviam juntos e que ela queria o divórcio. 

 As suas perguntas foram tão insistentes sobre ela ter deixado o emprego e ter ido para parte incerta que Anabela ficou com a clara impressão de que o inspetor desconfiava que ela estivesse de algum modo ligada à morte do marido. Principalmente quando lhe disse que a morte de Óscar naquela altura tinha sido muito conveniente para ela, pois não teriam de se enfrentar num desgastante caso de divórcio. 

Levantou-se indignada.

-Parece que o senhor inspetor, insinua que eu estive de algum modo ligada à morte do meu marido. Não sei que deduções tirou, a minha vida sempre esteve dentro da lei, e por muito que eu tenha sofrido e acredite que sofri com o meu casamento, eu sou enfermeira, a minha missão é ajudar a salvar vidas, não acabar com elas. Mais, se enveredar por esse caminho, vai deixar que o assassino fique em liberdade para fazer o mesmo com outro qualquer desgraçado que lhes caia em mãos.

-Acalme-se. O meu interrogatório não tem a ver com desconfianças sobre a senhora. Sabemos que seu marido era um viciado no jogo e que ultimamente talvez para pagar as dividas de jogo, se envolvera no tráfico da droga. Suspeitamos que ele tenha usado o dinheiro da venda em proveito próprio em vez de o entregar aos fornecedores. O tiro a meio da testa parece ser uma execução e é um aviso para os outros vendedores. Só tentava perceber se a senhora sabia disto ou se poderia estar de posse de alguma informação que levasse os assassinos a quererem vingar-se em si. Sabe que a sua casa foi assaltada, e o seu recheio praticamente destruído?

- Como havia de saber se acabo de chegar do Algarve, e o senhor ainda não me tinha informado? Além do mais, não é a minha casa desde que me separei do meu marido há vários meses. Vivo num quarto, numa residencial junto do hospital onde trabalho, como o senhor saberá, uma vez que disseram à minha comadre, que já me tinham procurado lá.

-Sei. Mas terá de ir lá a casa, e quando o fizer quero que me avise e um agente vai acompanhá-la. Afinal como viúva terá de ser a senhora a desocupar a casa e entregar as chaves ao senhorio.

E dizendo isto, abriu a gaveta e entregou-lhe as chaves e os documentos encontrados com o corpo.

-Agora pode ir, mas não esqueça de me avisar quando for tratar desse assunto. Não quero que vá sozinha.

-Obrigada. Os meus sogros já foram informados?

-Foram informados ontem. Ah! E o corpo do seu marido encontra-se na morgue do Hospital de S. José.

-Mais uma vez muito obrigado. E com quem devo falar, quando for tratar de entregar as chaves?

- Peça para falar comigo.


DESCULPEM  passei o fim de semana num desespero com uma dor de dentes. O meu dentista só tem consulta dia 21 de Março. Hoje tenho que encontrar um que me atenda, antes que endoideça.

8 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Dor de dentes é horrível.
Boa semana

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Em primeiro lugar as melhoras .
A história está a ficar interessante .

JR

chica disse...

Tua inspiração sempre maravilhosa e sabes arrumar os enredos... Melhoras pra ti! Essa dor incomoda demais! beijos, chica

Isabel disse...

olá minh aquerida Elvira
Espero que encontre um dentista e que elimine a sua dor para poder aproveitar estes lindos dias de sol.
Bjs

Ailime disse...

Bom dia Elvira,
Anabela já passou por muito.
Admiro a Elvira e a sua enorme capacidade criativa.
Beijinhos e saúde.
Ailime

noname disse...

Vidinha intrincada a desta moça, vamos esperar e ver o que lhe reserva a vida futura.

Bom dia Ekvira, Beijinhos

teresadias disse...

Continua uma confusão a vida da Anabela...
Elvira, espero que o seu desespero tenha terminado. Dor de dentes é obra!!!
Beijo, boa semana.

acedre disse...

Ai, os dentes...Así nos nacen os dentes cando non nos enteiramos, cando somos bebés