Anabela acordou com um raio de sol acariciando-lhe docemente o rosto. Verificou as horas. Sete horas. Adormecera tão tarde que devia ter dormido um pouco mais. Porém tinha deixado a persiana aberta e agora seria impossível dormir de novo.
Pegou no telemóvel para ver se tinha alguma mensagem, mas verificou que estava sem bateria. Abriu a mesa de cabeceira, tirou o carregador e ligou-o à corrente. Depois ligou-o, inseriu o código e deixando o aparelho a carregar, dirigiu-se à casa de banho, despiu o pijama de algodão rosa, pôs uma touca na cabeça e meteu-se debaixo do duche. Minutos mais tarde, fechou a torneira, e envolveu-se na toalha.
Escovava os dentes quando ouviu o telemóvel tocar.
Provavelmente era a comadre, ninguém mais lhe ligaria tão cedo. Não se apressou, sabia que ela voltaria a
ligar. Despois de lavar os dentes, acabou de se limpar e depois de ter passado
o creme hidratante na pele, vestiu o robe, retirou a touca, pegou na escova e
durante alguns minutos escovou a sua longa e bela cabeleira negra, prendendo-a
em seguida numa única trança.
Acabara de sair da casa de banho, quando o telemóvel voltou
a tocar.
- Sim, bom dia!
-Bom dia. Acordei-te? Já tinha ligado há minutos.
-Sim, eu ouvi, mas estava na casa de banho. Alguma
novidade?
-O Óscar morreu. Ou melhor apareceu morto numa viela com um
tiro na cabeça, a polícia acredita que tenha sido vítima de um ajuste de
contas.
Calou-se. E o silêncio manteve-se de
tal modo que Paula pensou que a chamada caíra.
Anabela sentiu as pernas a tremer. Sentou-se na cama e engoliu
em seco, as lágrimas correndo silenciosas pelo rosto. Mas não eram lágrimas de
dor e sim de alívio.
O silêncio manteve-se de tal modo que Paula pensou que a
chamada caíra.
- Anabela? Ainda estás aí?
-Estou, desculpa, como soubeste?
A polícia foi ao hospital e à pensão à tua procura e a rececionista
disse-lhes que tinhas ido de férias e deu-lhe o meu nome e o endereço da
clínica. Eu disse-lhes que ia entrar em contacto contigo. Tentei falar contigo ontem
à noite, mas tinhas o telemóvel desligado.
-Ficou sem bateria e só reparei esta manhã.
-Bom, suponho que virás para cima agora. O que devo dizer
ao agente se voltar à clínica, ou telefonar?
-Claro que sim. Vou fazer a mala e ponho-me a caminho. Vou
direta ao posto da polícia.
-Então depois telefona-me. Talvez seja melhor ires jantar
connosco esta noite. Estamos a teu lado para o que for preciso, tu sabes.
-Obrigado. Logo ligo. Beijo.
-Vem com calma, não tenhas algum acidente. Até logo. Beijo
10 comentários:
A coisa promete.
Bfds
Bom dia
E começa a surgir o interesse.
JR
Uma notícia assim de chofre pode matar uma pessoa!
Bom dia aí, por aqui o sol brilha e faz o frio parecer mais frio ainda!
PUXA! Que notícia e os planos com ela mudam...beijos, lindo fds! chica
Já ficámos a saber algo mais: este Óscar não devia ser boa rez e, a sua morte, trouxe alívio à nossa personagem principal.
Tal como as novelas televisivas, segunda-feira continua a saga.
Bom fim de semana e um abraço, com sol no coração.
Olá Elvira. Soube-me tão bem voltar.
É tão bom ler as suas histórias, tinha tantas saudades.
Muito obrigada
Espero que 2023 lhe traga muita saúde e muita alegria
Muitos beijinhos
Acompanhando
.
Cumprimentos poéticos.
.
Uma morte e lágrimas de alívio, esta trama promete...
Elvira, achei delicioso o pormenor do pijama de algodão rosa da Anabela.
Beijo, bom fim-de-semana.
Boa noite Elvira,
Continuando a acompanhar com interesse o desenrolar desta história, que promete.
Beijinhos e bom domingo.
Ailime
Agora vai ficar bem mais eletrizante!
Abraços afetuosos!
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