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10.9.21

SINFONIA DA MEMÓRIA - PARTE XVII



 Eram dez horas da manhã de segunda-feira, quando os três partiram para a aldeia na Beira Alta onde iam passar o Natal na casa dos pais de Helena.  Nas vésperas tinham passado o dia no Centro Comercial, onde ela comprara para ele, várias peças de roupa. No inverno precisa-se muito mais roupa que no verão, especialmente no norte do país onde é mais rigoroso.

 Almoçaram num dos restaurantes do Centro e depois levaram a criança ao cinema para assistir à sessão de Minions. Mais tarde passaram no supermercado, e comparam frango assado e batatas fritas para o jantar.

 O menino adorou o dia, estava encantado, com tudo, especialmente com o “tio”. Helena nunca se tinha apercebido de como ele necessitava de uma figura masculina. Mas não era só Diogo que estava encantado com Fernando. Ela também estava. Tanto que receava estar a apaixonar-se por ele. 

Sentia um formigueiro no corpo e as pernas tremiam-lhe, cada vez que ele lhe tocava, ainda que fosse apenas para a aliviar do peso do saco das compras. Dava por si, a fantasiar como seria fazer amor com ele. Sentir-se beijada e acariciada por ele. Aquilo não podia estar a acontecer. Raio de sorte a sua. A primeira vez que se apaixonara, fora por um traste, e agora ia apaixonar-se por um homem que não sabia quem era? Não devia ter-se metido naquele imbróglio, mas agora o mal já estava feito.

Felizmente que em casa dos pais, não teriam a intimidade que tiveram naquele fim de semana, e seria bem mais fácil a convivência sem constrangimentos. Tinham chegado a um determinado ponto da estrada, numa longa reta, quando ela parou o carro e voltando-se para ele informou.
- Foi aqui, na berma, naquele lado da estrada.

Ele não disse nada. Limitou-se a olhar, viu as três árvores mais à frente, alguns arbustos, e então perguntou:
- Não pensaste que podia ser uma armadilha, que podia alguém estar escondido naqueles arbustos?
- Claro que pensei. Mas também pensei que podia ser alguém em perigo de vida. Sou médica, e felizmente o meu instinto sobrepôs-se ao medo.

Ele pegou-lhe na mão e levou-a aos lábios.
-Obrigado.
Sentiu-se recompensada com a rouquidão da sua voz, e o brilho húmido do seu olhar.


11 comentários:

Pedro Coimbra disse...

A loba acordou!!!!
Bfds

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Estou a recordar alguns momentos da historia .

JR

Tintinaine disse...

E assim ficamos até segunda-feira, à espera do que aí vem e ver no que dá o reboliço que vai na cabeça deles os dois!
Bom fim de semana!

Cidália Ferreira disse...

Maravilhoso episódio. Já estou curiosa pelo próximo !!
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Viajo nas palavras, por águas quietas...
.
Beijo
Votos duma óptima Sexta-Feira

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Está a ficar interessante.
Um abraço e bom fim-de-semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

chica disse...

Muito legal e vamos esperando e gostando! beijos, chica

" R y k @ r d o " disse...

A paixão anda no ar. Adivinham-se momentos bons de amor entre os dois.
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Feliz fim-de-semana
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Janita disse...

Com mais um capítulo lido, aguardo pela chegada à santa terrinha. Gostei muito da última frase. Qual a mulher que não se emocionará quando sentir que embargou a voz e humedeceu o olhar de um homem? Pois...aí está uma emoção que nunca senti.:(

Um abraço, bom FDS, Elvira. :)

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Um capítulo lindo e cheio de emoções.
Gostei imenso.
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Belissimo e emocionante!
Abraços fraternos!

teresadias disse...

Acompanhando, encantada.
Bjs.