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22.9.21

SINFONIA DA MEMÓRIA - PARTE XXII




Quando chegaram, o inspetor Morais, ainda não tinha regressado do almoço, mas tinha deixado ordens para que lhe colhessem as impressões digitais e as comparassem com as de Fernando Monte Real que já lhes tinham sido enviadas de manhã pelo Arquivo Central. Depois de recolhidas e enviadas para os peritos que as iam analisar, eles ficaram a aguardar, até que o policial regressasse o que demorou apenas um quarto de hora. 

Depois de os cumprimentar, pediu que entrassem no seu gabinete, e explicou-lhes o trabalho de pesquisa já efetuado junto da direção da Orquestra Nova do Porto, que lhes facultara todas as informações sobre o pianista desaparecido juntamente com a sua fotografia, e ou ele tinha um sósia perfeito, ou era realmente a pessoa em questão.

 Faltava apenas a resposta dos peritos na comparação das impressões digitais mas isso era muito rápido, devia estar a chegar. E chegou cinco minutos mais tarde por fax. Sem qualquer dúvida, ele era o pianista desaparecido em Los Angeles no dia cinco de Dezembro, quando se encontrava em coma no Hospital de S. José em Lisboa, desde o dia três. 

- Um mistério bem cabeludo, - disse o inspetor. Está claro para nós que alguém se quis livrar de si. Assim depois de o abandonarem morto na berma da estrada, - acredito que quem o fez, estava convencido que estaria morto, viajaram para os Estados Unidos com os seus documentos e registaram-se no hotel. Provavelmente quem o fez, viajou de volta para Portugal, com a sua verdadeira identidade.

 O seu desaparecimento seria comunicado à polícia americana, e o senhor seria sepultado em Portugal como indigente. E todas as investigações posteriores diriam que tinha viajado e desaparecido no estrangeiro, pelo que o caso seria arquivado sem solução. 

O que levaria alguém a elaborar um tal plano é o que temos de descobrir. Ou o senhor está metido com algum gang que já se fartou de si, ou viu alguma coisa que não podia, nem devia ver. Em qualquer dos casos a sua vida não está fácil. Vamos manter segredo sobre o facto de estar vivo. 

Quem se deu a tanto trabalho para se livrar de si, vai querer acabar o serviço, se souber que está bem de saúde. Vou-lhe pedir que evite aparecer em locais onde possa ser fotografado. Continua em casa da doutora?
- Sim, - disseram os dois em uníssono.
- E há algum inconveniente em manter-se lá enquanto dura a investigação doutora? 



10 comentários:

Janita disse...

Mas é claro que não há inconveniente algum... Respondo eu, desde já, pela doutora.
Será que há um irmão gémeo? Que tal colocar o nosso herói desmemoriado, frente a um piano de cauda, só para ver se ele toca a 5ª Sinfonia de Beethoven e a memória regressa em força?
Está aqui um belo bico-de-obra, ó Elvira!!

Um abraço.
Boa noite.

noname disse...

Isto é que vai para aqui uma açorda :-)

Boa noite, Elvira

Tintinaine disse...

Crime, disse ela foi uma série famosa, há alguns atrás. A Elvira estava boa para escrever o guião dessa série. Este caso do Fernando parece o crime perfeito!

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Mais um excelente capitulo de que gostei.
Um abraço e continuação de uma boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Maria João Brito de Sousa disse...

Confesso que me senti tentada a procurar o primeiro capítulo e a lê-lo, mas... seria muito imprudente e ficaria com os olhos "a arder" ainda mais do que já estão...

Fica para quando tudo voltar ao normal, dentro de alguns meses... se eu ainda por cá andar, rsrsrs...

Abraço grande, Elvira!

Cidália Ferreira disse...

Muito bom... Adorei :))
.
Sinto o outono em meu redor
.
Beijo, e uma excelente tarde...

lis disse...

Apesar de não ter lido ainda os capitulos anteriores por estar meio afastada , entendi perfeitamente que a solução vem chegando devagar para o caso do 'acidente' programado.
Claro que ele está bem junto da doutora.
aguardamos novos rumos ,Elvira
meu abraço de volta 'aos costumes' rs

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Um capítulo muito bem escrito e com muita imaginação.
Gostei bastante.
Beijinhos e saúde.
Ailime

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

A adrenalina vai correr solta com os mistérios. Quem será que quis dar fim à vida de Fernando? Qual motivo? Todos que se envolvem com ele, agora, estão correndo perigo! Uauuuuuuuuuuuuuu que história excelente!!!!
Abraços fraternos!

teresadias disse...

Excelente capítulo!
Tudo se complica...
Beijo.