Quando Vier a Primavera
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
(Poemas Inconjuntos, heterónimo de Fernando Pessoa)
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
(Poemas Inconjuntos, heterónimo de Fernando Pessoa)
13 comentários:
Um poema que mexe um pouco com a gente, Elvira, mas muito belo, embora um pouco dolorido... a realidade é sempre assim, ela se mostra nua, pura.
Beijinho, uma boa semana, amiga!
O segundo de Pessoa que leio hoje na Net.
Bom dia Elvira,
Um poema magnífico.
Um beijinho e ótimo dia.
Ailime
Muito bonito!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Lindo e forte poema! beijos, tudo de bom,chica
Este poema faz-me confusão e sinceramente é um dos muitos de Fernando Pessoa que não gosto. Não sei dizer-te porque razão. Desculpa amiga.
Beijocas e um bom dia
Ao contrário da Fatyly eu gostei bastante deste poema de Pessoa.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Gosto muito da lucidez da poesia de Alberto Caeiro. Muito!
Forte abraço, amiga!
Realismo no poetar puro...
Tudo que Deus faz é perfeito e não depende do ser humano. A natureza segue o seu curso com ou sem os poetas.
Boa terça-feira... Bjs
QUANDO VIER A PRIMAVERA LINDO DEMAIS COM A MARCA REGISTRADA DO GRANDE PESSOA.
AQUI ELA VEIO ELVIRA E O AR CARREGA-SE DE AMOR.
LINDO POEMA PARA SAUDAR NOSSA PRIMAVERA AMIGA.
ABRAÇOS
Fantástico!! :))
.
A ousadia dos sonhos...
.
Beijos, e uma boa noite! :)
É bom ser ter lucidez!
Beijinho, bom resto de semana :)
Bom dia de domingo, querida amiga Elvira!
Por aqui, ela reina esplendorosa.
Por todo o lado ela está nos corações sensíveis.
Um belo poema.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos com carinho de gratidão e estima
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