Quim era um homem culto e um excelente guia e ela gostava de o ouvir. Jantavam em casa. E depois do jantar, iam ao cinema, ao teatro, ou simplesmente ficavam em casa, vendo televisão e conversando.
Ao domingo o restaurante estava aberto, ele ia trabalhar. Ela levantava-se cedo, tratava das tarefas da casa, ia à missa, almoçava no restaurante e passava parte da tarde com a tia Délia.
A tia era simpática e boa conversadora e Sofia tinha-se afeiçoado a ela.
Pena que cada vez se encontrasse mais debilitada.
Jantava com os tios e só descia à hora que o marido costumava sair. E seguiam juntos para casa.
Decorrido esse mês, Sofia estava completamente apaixonada pelo marido. Cada dia o admirava mais, gostava da paciência com que lhe explicava coisas, que ela nunca entendera, como a politica por exemplo. Tinha aprendido mais com ele naquele mês, do que na sua vida inteira. Sentia-se fascinada pela mentalidade do marido, tão diferente da dos homens da sua aldeia. E cada dia era maior o seu desejo de que ele reparasse nela como mulher.
Por essa altura, conheceu a mulher por quem ele se apaixonara. Encontraram-se num sábado, quando passeavam pelas margens do Sena. Ela estava sentada num café quando os vira. Levantou-se e dirigiu-se a eles. Era uma bela mulher, pequena, de aspeto delicado, tez branca e cabelos loiros. A sensação que Sofia teve foi de que se tratava de uma boneca de porcelana, tal a imagem de delicadeza e fragilidade da outra.
Sofia soube imediatamente quem ela era, não porque o marido lhe dissesse. A mão de Quim apertou de forma inconsciente, durante uma fração de segundo, o ombro de Sofia, quando a viu, e isso foi tudo.
-Olá Quim. Não há quem te veja. Disseram-me que te casaste. É claro que não acreditei, - disse ela pestanejando exageradamente.
- É bom que acredites Joana. Porque é verdade, - respondera-lhe ele aparentemente calmo.
A “boneca” fez um trejeito com os lábios, como se fizesse beicinho e dignou-se olhar para Sofia. Pendurou-se no braço de Quim e perguntou:
-Apresentas-me?
-Não. E se me dás licença, estamos com pressa.
Sem qualquer espécie de decoro, ela esticou-se, deu-lhe um beijo na face, e afastou-se dizendo:
- Telefona-me.
Esta história voltará depois da Páscoa. Para todos desejo um resto de boa semana e uma Santa Páscoa, tão feliz quanto possível.
10 comentários:
Uma Santa Páscoa, Elvira, na medida dos possiveis, como bem dizes. Se estivermos de saúde, será muito boa, com toda a certeza. Um beijinho, querida Amiga e...gostei deste calitulo. SAÚDE!
Emilia 🙏 🌻 🌷
Acho que a partir daqui haverá uma nova reviravolta, não?
Boa noite, Elvira
Páscoa Feliz, Elvira.
A história continua a prometer, embora Sofia não pareça ter vida amorosa fácil!
Feliz Páscoa também, Elvira, sobretudo com muita saúde e dias tranquilos.
Um beijinho
Gostei do episódio. Obrigada... Bom dia!:)
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Um brinde que já foi meu ...
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Uma excelente Quarta-Feira - Beijos
Tanto quanto possível é um bom termo, porque cada um terá as suas limitações e assim já sabe com o que pode contar!
Bom dia e ... haja alegria!
Caramba! Isto está a ficar cada vez mais complicado para a nossa pobre protagonista. Só faltava o descaramento dessa Joana... "a louca".
Forte abraço, Elvira.
Boa tarde Elvira,
De vez em quando vou-me lembrando desta história, mas já não me recordo do que se seguiu a este momento inesperado e talvez embaraçoso para os três.
Fico na expetativa!
Desejo-lhe uma santa e feliz Páscoa, dentro dos possíveis.
Beijinhos,
Ailime
E agora?
Qual vai ser a reacção da Sofia?
Esta história promete!!!
Elvira, desejo para si e para a sua família uma Feliz e Santa Páscoa.
Beijo, muita saúde.
Chego tarde e a más horas a esta história, mas fiquei com a pulguinha atrás da orelha com o enredo.
Vou tentar pôr-me a par de tudo.
Muitos beijinhos e grata pela companhia lá no Berço.
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