Três dias depois, no início da tarde, o telemóvel tocou. Não conhecia o número. Com mão tremente atendeu.
- Estou!
- Isabel Antunes?
-Sim
- Hélder Figueiredo. Está disponível para vir a minha casa, agora?
- Sim, claro. Vou já para aí.
Virou-se para a avó.
- Chamou-me. Não te esqueças que não deves dizer a ninguém, que estou cá.
-Isto não está certo, filha. As pessoas conhecem-te. Vens para cá todos os anos.
- Não te preocupes. Desde que não o digas ao casal que vive com ele, não estou a ver ninguém que lho vá dizer.
Pouco depois estava no escritório.
- Boa-tarde, senhor.
- Boa-tarde, Isabel. Se ainda está interessada no emprego, ele é seu. Pode começar amanhã às nove? O meu advogado deve trazer ainda hoje o contrato. Ou talvez amanhã de manhã. Tenho uma boa parte do meu próximo livro, gravado e espero que o consiga redigir rapidamente.
- Darei o meu melhor, senhor.
- Por favor, esqueça o senhor. Trate-me por Hélder.
- Se desejar, poderei começar agora mesmo a redigir, o livro. Não tenho nada para fazer de momento e posso adiantar já. É só dar-me o gravador.
Ele parecia surpreso.
-O gravador está na gaveta da direita.
- Redijo só para documento, ou deseja que imprima também?
- Preciso de uma cópia impressa, além da cópia em documento que deve ficar no computador e guarde outra cópia do documento numa pen drive
- Muito bem
Ela dirigiu-se ao computador que abriu, verificou a impressora, pôs-lhe papel, retirou o gravador e ligou-o. Começou a escrever, aquilo que ouvia. Segundos depois ouviu a porta bater e reparou que estava sozinha no escritório.
Trabalhou sem descanso durante duas horas, e depois deu-se um pequeno descanso. Continuava sem saber o pseudónimo dele, mas o que tinha ouvido era muito interessante, e o estilo lembrava-lhe o do seu escritor favorito, Tomás Reis.
Tomás Reis, o escritor mistério cujos livros eram “best-seller” mas que ninguém conhecia. Seria Hélder o misterioso autor? Seria pelo facto de ter cegado que não se deixava conhecer? E que acontecera para ter perdido a visão?
Teria sido um acidente? Doença? Como ela desejaria saber. Porém de uma coisa tinha a certeza. Se queria manter-se junto dele, não podia fazer perguntas. Teria que ganhar a sua confiança para que as confidências pudessem chegar.
Retomou o trabalho, e ainda teclava quando às sete horas ele regressou ao escritório.
18 comentários:
O suspense e o mistério vai-se adensando à volta de Hélder.
Será ele o tal misterioso escritor? Dúvidas no espírito de Isabel e no de quantos iniciram a leitura deste conto!!
Agora há que esperar, segunda-feira ainda está tão longe... :)
Um abraço.
Ganhar a confiança de alguém requer sabedoria e paciência.
Bfds
Bo día Elvira. Acabo de ler o capítulo e fico interesada no que virá depois. Também faço practica diaria de lectura e vejo videos de portugués online para melhorar minha escritura. Beijinho. Obrigada pelo seu commentário.
Hum, esta história promete.
Expedita, a Isabel. Misterioso, o Hélder.
Até segunda!
Beijo, bom fim-de-semana.
Por aqui vou passando para actualizar a minha memória!
Bom dia e bom fim de semana no confinas!
Estou com curiosidade sobre o Hélder. Gosto destes mistérios.
Um beijinho
Lá venho eu, Elvira, ler tudo de uma vez, visto que o tempo escasseia cada vez mais. Ainda tenho que cá voltar para ouvir algumas das suas músicas...
A menina está a arranjar lenha para se queimar, mesmo!
Um abraço.
Também estou curiosa, principalmente com o motivo da cegueira. Aos pouquinhos vamos descobrindo. Assim é melhor...aos poucos. Beijinhos, Elvira e SAÚDE! Agora, com as netas em casa estás mais ocupada, mas também mais alegre, não é verdade? Cuidem-se!
Emilia
Vamos ver como se desenrolam os próximos dias.
Boa tarde, Elvira, tudo bem por aí?
Uma história em construção interessante minha querida ELvira
EStá a ficar importante! :)
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Há prosas que contam estórias
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Beijo, e um excelente fim de semana.
hui fico a espera do resto estou adorar bravo bjs saude
Isabel conseguiu aquilo que desejava. Acho que ela pensa que o Hélder não sabem quem ela é. Todavia, penso que ele terá reconhecido a sua voz?
Tenha um bom fim de semana amiga Elvira. Um abraço e muita saúde. Boa noite.
Bom dia Elvira,
Aos poucos vou-me lembrando desta bonita história que pensava não ter lido ainda.
Beijinhos e bom fim de semana, com saúde.
Ailime
Ficando em suspense até a proxima semana, Elvira
Sabes bem prender o leitor... rs danadinha _esperou o escritor chegar para finalizar o capítulo .kkk
Adorando !
Fica bem ,amiga
meu abraço
Mais um capítulo, mais um momento que avança. Estou curioso com alguns aspetos. Ela está novamente a jogar um jogo perigoso, o de a mentira acabar por criar um distanciamento maior.
Gostei da forma como está a introduzir o escritor mistério, curiosamente o seu escritor favorito.
As questões estão todas elas em cima da mesa e a aguardar resposta. (sorrisos)
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