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13.1.21

SONHO AO LUAR -- PARTE III



Agora, Isabel tem vinte e seis anos, é advogada, trabalha num escritório de advocacia, e encontra-se de férias, que mais uma vez decidiu passar na casa da avó, que ela adora e com quem está a pensar, passar mais tempo. Na verdade, anda a estudar a hipótese de montar o seu próprio escritório de advocacia, na aldeia.
 
 A terra , tinha evoluído muito nos últimos anos, devido à proximidade da praia e da serra, o que a tornava única para o turismo. Ela nunca fora muito apegada aos pais. A mãe era professora,  e o pai médico, não dispunham de muito tempo para a filha, a quem não faltava nada material, mas faltava o carinho e atenção que uma jovem sensível como ela, necessitava. 

Por isso estava sempre a sonhar com as férias em casa da avó, e talvez por isso se tivesse apaixonado como uma tonta por Hélder Figueiredo.

A avó recebeu-a com o carinho de sempre. Disse que estivera à sua espera para jantar, mas como se fizera tarde e precisava tomar a medicação a horas certas, já jantara. Mas o seu prato estava no forno.

A jovem levou a mala para o seu quarto, lavou o rosto e voltou para a cozinha. Sentou-se à mesa. Enquanto comia ia conversando com a avó. A certa altura disse:

- Não sabia que o teu vizinho estava cá. Vi-o na praia.
- Sozinho? – Admirou-se a avó
- Sim. Estava sentado perto das dunas com um cão.
- Deve ser um cão guia, - disse a avó
- Um cão guia? - espantou-se a jovem. - Para que quer ele um cão guia?
- Ora filha, para que é que um cego, há de quer um cão guia?

Deixou cair o garfo, o rosto sem cor.

-Cego? O Hélder, está cego? Desde quando?
- Não sei. Sabes há quantos anos não o via? Dez anos. Há dez anos que ele não vinha para cá, que não sabia nada dele, quando de repente há três meses, chegou uma carrinha cheia de homens e começaram a remodelar a casa toda. E depois na semana passada, ele chegou com o cão e um casal idoso e instalaram-se. Ainda não falei com ele, mas encontrei-me no talho, com a mulher que vive lá em casa, e conversamos. Disse-me que é a cozinheira, o marido é motorista, e percebe um pouco de jardinagem e o patrão é escritor e está cego.

-Muito amigas se fizeram para que te contasse tudo isso.
-Sabes como é, nestas terras pequenas. Depois eu confessei-lhe que o conhecia desde menino. E sabes que mais? Disse-me que veio para escrever um novo livro e que anda à procura duma secretária para lhe ajudar.


14 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Já não lembro bem os pormenores.
Cresce o meu interesse.

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história!
Isabel Sá  
Brilhos da Moda

chica disse...

Acompanhando e relembrando os detalhes, tal como a cegueira...beijos, chica

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Começo a recordar o principal da história .

JR

Alexandra disse...

As cusquices de uma terra pequena!

A Elvira já deixou a semente para continuar a acompanhar.

Espero pela próxima leitura.

Um abraço.

Tintinaine disse...

Aos poucos vou recuperando a memória desta trama.
Serve, enquanto se espera pelas novidades!

noname disse...

Interessante, mesmo muito interessante...

Bom dia, Elvira

Janita disse...

Mesmo sem antes ter lido a novela, não resisto a alvitrar ser Isabel uma forte candidata a secretária do escritor.
Espera-nos um interessante enredo.

Bom dia, Elvira!
Um abraço.

teresadias disse...

Grande início de história, Elvira.
Venham mais... capítulos!
Beijo.

Edum@nes disse...

Se calhar Isabel, para o poder ajudar. Chegou na hora certa?

Tenha uma boa noite amiga Elvira. Um abraço.

Emília Pinto disse...

Não me lembro nada desta história e vai ser bom recordá-la. Começa bem!!!! Pena estar cego!!! Beijinhos, Amiga e SAÚDE!
Emilia

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Estou a gostar da história que não me parece estranha.
Mas vou acompanhar, porque já não me recordo dos detalhes da, mesma.
Beijinhos,
Ailime

João Santana Pinto disse...

(sorrisos) Não estava nada à espera disto... Sei que é um conto mais antigo, tem (à semelhança de outros, uma aldeia como pano de fundo), mas algo me diz que há uma dinâmica bem diferente... ter o segundo texto e o terceiro com "surpresas" atrás de "surpresas" deixa-me a sorrir e feliz pela arte.

Um abraço e bom início de semana

Maria João Brito de Sousa disse...

Desta vez, li dois capítulos de uma assentada!
Não tarda, tenho a leitura em dia :)

Forte abraço, amiga!