A mãe de Alice morreu quando ela tinha cinco anos de idade. Apesar de os
seus nove irmãos e irmãs serem muito carinhosos, não conseguiram, obviamente,
substituir o amor de uma mãe. Alice, que é hoje minha mãe, contou-nos que em
1925 a vida era muito difícil e que a sua família era tão pobre que nem sequer
podia dar-lhe uma boneca pelo Natal.
Alice transformou o cuidado dos outros no objetivo da sua vida e foi
sucessivamente tomando conta do pai, do marido, dos filhos e dos netos. A minha
mãe acreditava que poderia compensar a sua infância triste através da dedicação
à própria família. Contudo, continuou a sentir que havia na sua vida um vazio
por preencher.
Em Dezembro de 1982, eu trabalhava num banco local. Uma tarde, quando
estávamos a decorar a árvore de Natal e a cantar canções natalícias, uma das
nossas clientes aproximou-se de mim com algumas bonecas que fazia à mão. Decidi
encomendar uma para a minha filha, Katie, que tinha quase cinco anos de idade,
e perguntei à minha cliente se poderia fazer uma boneca especial para a minha
mãe – uma boneca com cabelos grisalhos e óculos: uma boneca-avó. O meu desafio
criativo foi logo aceite.
Quando um amigo me disse que o pai – que costumava fazer de Pai Natal em
vários eventos de caridade – pretendia visitar-nos na manhã de Natal para
entregar a Katie os seus presentes, pensei logo que esse poderia vir a ser um
dos dias mais memoráveis da vida da minha mãe.
O dia de Natal chegou e, na hora combinada, também chegou o Pai Natal, que
trazia o saco que eu lhe tinha previamente feito chegar. Katie ficou
surpreendida e feliz com a visita e a minha mãe estava a apreciar a reação da
neta. Foi então, que, antes de sair, o Pai Natal olhou de novo para dentro do
saco e retirou mais um presente. Quando perguntou quem era a Alice, a minha mãe
foi totalmente apanhada de surpresa. O Pai Natal entregou-lhe o presente, que
estava acompanhado de uma carta que ele leu em voz alta:
Querida Alice,
Antes do início da viagem deste ano, enquanto quando arrumava o meu trenó,
encontrei este embrulho que devia ter sido entregue no dia 25 de Dezembro de
1925. O presente que está dentro envelheceu, mas achei que gostaria na mesma de
o receber. Peço-lhe desculpa pelo atraso na entrega.
Um beijo,
Pai Natal.
A reação da minha mãe foi uma das cenas mais emotivas a que assisti na
vida. Sem conseguir falar, apertou contra o peito a boneca que tinha esperado
57 anos para receber, enquanto lágrimas de alegria lhe rolavam pelas faces.
Aquela boneca, oferecida pelo Pai Natal, fez da minha mãe a mais feliz das
“crianças”.
Alice Ferguson
Estou de saída para o Algarve, onde espero passar o Natal se entretanto não receber nenhuma chamada do hospital. Se tem sido difícil visitar-vos com o problema dos olhos, agora vai ser mais difícil porque lá não tenho computador.
Os contos de Natal continuarão a sair todas as noites pois foram programados há muito para saírem neste mês. Tentarei sempre que possível passar pelos vossos blogues, embora como todos saibam apenas com o telemóvel é difícil.
Um beijo,
Pai Natal.
Alice Ferguson
Os contos de Natal continuarão a sair todas as noites pois foram programados há muito para saírem neste mês. Tentarei sempre que possível passar pelos vossos blogues, embora como todos saibam apenas com o telemóvel é difícil.
13 comentários:
Votos de um Santo Natal para toda a família, a melhor de todas as prendas.
Gostei e tocou-me muito.
Boa viagem amiga e desejo a todos um Natal tranquilo no calor da família. As tuas melhoras e que corra tudo bem.
Beijos e até à volta
Belo conto, Elvira.
Também eu tenho estado sem computador e nem sequer tenho acesso à net no meu velho telemóvel.
Forte abraço e que tenha um muito Feliz Natal!
Votos de um Natal tranquilo e em família.
Abraço, gostei muito do texto, as melhores prendas tendem a ser aquelas que são dadas com o coração
Boa viagem minha amiga.
Um abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Bonito conto este!
Então, umas boas férias de Natal para si e para quem a acompanha.
Quando era menino
não havia prendas dadas pelo Pai de Natal
Era essa incumbência dada ao Menino
pois o trenó
com o homem do ôh, ôh, ôh
não tinham direito a visitar a família
ou era a família que o desconhecia
Hoje, o Menino é um pobre ignorado
talvez por força do mercado
Bom Natal e um beijinho que lhe manda o Rogerito na hora de escrever mais uma redação
Mais um bonito conto...emocionante!
Boas Férias e feliz Natal!
Beijos e um excelente dia
Passando, lendo, gostando e deixando
.
Votos de um feliz Natal
Sempre um prazer visitar o seu espaço
Bj
Gostei de ler o conto... Sempre reflexão, boa reflexão...
Fique tranquila quanto à blogosfera, há tempo para tudo. Às vezes precisamos mudar o ritmo para que possamos dedicar o tempo em outras prioridades.
Bom descanso e saúde para vc e família. Bjs...
Boa viagem e Boas Festas Elvira. Felicidade Paz e Amor. Beijinho
Fermosísimo conto !.
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