E telefonou. Anete contou-lhe que as suas suspeitas estavam certas. Os pais tinham-lhe contado toda a história. E convidavam-no para almoçar com eles. Mas Salvador rejeitou o convite, reforçando o que já lhe dissera, quando a deixara à porta. Aquele era um tempo de descoberta, que ela devia passar só com os pais. Mais tarde, quando a poeira assentasse, não faltaria nem tempo nem oportunidade de se reunirem todos como uma grande família que eram. Combinaram que iria buscá-la às quatro. E desligou.
Digerida que foi a tensão da
difícil revelação, os pais quiseram saber tudo sobre a sua nova vida na cidade.
Um pouco antes das quatro,
Salvador chegou. A jovem pediu-lhe que entrasse para lhe apresentar os pais e a
simpatia foi mútua.
Depois de beberem um chá,
acompanhado por uma deliciosa fatia de bolo de chocolate, os jovens
despediram-se e iniciaram a viagem de regresso.
- Estás feliz? Não te sentes
magoada por te terem ocultado as tuas origens? – Perguntou Salvador, atento à
condução do veículo.
-Não. Se tivesse sabido mais
cedo, talvez tentasse encontrar a Ana Clara. Ou talvez não o fizesse para não magoar
os meus pais. Tive uma vida muito feliz ao lado deles. Sempre me senti muito
amada, e se alguma diferença houve em relação aos meus irmãos, foi que sempre
fui mais mimada e protegida que eles. Talvez por ser menina. Mas agora sinto-me
muito feliz por ter ganho uma nova família. Especialmente por ter uma irmã, com
quem partilhar sentimentos e alegrias, que não se partilham com um irmão. E adorei
os meus novos sobrinhos.
- Os meus sobrinhos são
encantadores, não são?
- Os nossos sobrinhos, - emendou
Anete e imediatamente se ruborizou imaginando como seria, se em vez de
sobrinhos, fossem filhos dos dois.
Os olhos cor de mel, fixaram-se
nela e um sorriso enigmático curvou os seus lábios.
“Será que ele pensou no mesmo”
pensou a jovem desviando o olhar.
- Porque te divorciaste? –
Perguntou de súbito.
- Já falámos nisso.
- E não te interessaste por mais
ninguém?
- Por que queres saber?
- Agora somos quase família, não?
Sou cunhado da tua irmã…
- E eu sou cunhada do teu irmão.
E onde é que isso nos leva? A um parentesco por aproximação? Isso não existe. E
já tenho protetores de sobra, com os meus irmãos. Não preciso de mais ninguém
para me dizer o que fazer, ou como fazer. O que preciso é que me deixem viver
em paz.
- Vou tentar lembrar-me disso.
Estamos a chegar. Antes de sairmos telefonei ao meu irmão. Eles estão à nossa
espera, ansiosos por saber o que os teus pais te contaram. Convidaram-nos para
jantar. Precisas passar por casa, ou
vamos diretos para casa deles?
- Vamos já. Também estou muito
ansiosa. E não quero regressar tarde. Vou começar a trabalhar amanhã, não quero
dormir tarde.
Aviso:
A partir de hoje, os capítulos desta história, deixarão de ser bi-diários e passarão a ser apenas uma vez por dia. Espero que não percam o interesse na continuação.
Aviso:
A partir de hoje, os capítulos desta história, deixarão de ser bi-diários e passarão a ser apenas uma vez por dia. Espero que não percam o interesse na continuação.
17 comentários:
E assim a vida prossegue!!!bj
Como perder o interesse? Claro que não! Estou adorando! bjs, chica
Muito bem! Estão de acordo um com o outro. Portanto, e quando acontece como está acontecendo entre Anete e Salvador, não há dúvidas. Quanto ao destino, no qual eu acredito que nos conduz até ao fim da vida!
Tenha uma boa tarde amiga Elvira.
boa tarde
estamos todos a prever um fim feliz , embora ainda faltem alguns capítulos e com a nossa autora nunca se sabe !!!
ate amanhã cedinho.
JAFR
Então até amanhã, o encontro aqui está agendado!
Abraço.
Muito bem, a Elvira é quem manda!
E adivinho que o fim não deve estar muito longe.
Será como decidir eheheheh
Beijo
Esse iato só vai aumentar a vontade de ler!
Gostei de ver que já escolheste o titulo!
Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
O titulo ficou bom, Elvira. Não esperava que uma delas tivesse sido registada como filha biológica dos pais adoptivos. Tiveste uma ideia genial, amiga! Agora espero o proximo capítulo. Beijinhos e fica bem..
Emilia
Son igualmente interesantes, Elvira.
(Aprovecho de felicitarte por la entrada de Portugal al Mundial de Fútbol 2018.Vi completo el partido ante Suiza aquí en Chile y confirmo que tu equipo fue inmensamente superior y es un justo clasificado. ¡!Mis parabienes, amiga!)
Eivirinha, você é uma amiga blogueira que preso muitissimo.
Confesso que não acompanho o seu ritmo, e que acabo perdendo seus contos e histórias magnificas!
O último, eu consegui acompanhar todos os capítulos e até comentar!!! Olha só!
Então não acho justo eu vir aqui e ler um capítulo do meio do conto, mesmo que esteja muito bem escrito e comentar.
Vou me esforçar para acompanhar o próximo.
Um grande abraço minha amiga!
Curiosa para saber do próximo encontro.
Bom um capítulo por dia, já não estou a gostar, é para render o peixe?
Bjs e continuação de uma boa semana.
Bom dia Elvira!
Gostando muito do desenrolar da estória.
Feliz dia para você, beijinhos.
História bem envolvente.
Beijos!
Ainda antes de ler este capítulo preferia que continuassem a ser bi-diários, estou a gostar muito desta história
Gostei do título... vamos ver como evolui a relação de Salvador e Anete...estou curiosa!
-Não preciso de mais ninguém para me dizer o que fazer, ou como fazer. O que preciso é que me deixem viver em paz...
Será que essa forma um tanto rude com a Anete se expressou, não é um sinal de revolta por estar ela apaixonada pelo Salvador? Aguardemos.
Abraços,
Furtado
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