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5.5.16
MANEL DA LENHA - PARTE LXIV
Enquanto a vida na seca continuava, agora com menos de metade do pessoal de outrora, já que a modernização do método de trabalho fazia com que não fossem necessárias tantas pessoas, o relógio do tempo não para, e em Portugal e no resto do mundo, ele como dizia o poeta, pula e avança. A segunda filha do Manuel pensa casar no próximo ano. Tanto ela como o namorado têm emprego estável nas respectivas empresas, a rapariga está quase a fazer vinte e cinco anos, e já está para lá da data padrão de casamento na época. O namorado é um pouco mais velho, já foi à tropa, e já fez uma comissão nos comandos em Timor. Porém quando crianças, as filhas tinham feito um pacto. Se um dia se casassem uma seria madrinha da outra. Por isso a mais nova fora madrinha da mais velha, e agora esperava que o cunhado terminasse a comissão em Angola, para casar e ter a irmã como madrinha.
Estávamos em Fevereiro, Spínola acabava de lançar o livro "Portugal e o Futuro" e quase em simultâneo aparece o primeiro comunicado do Movimento dos Capitães, que defendia a democratização e a procura de uma solução política para a questão das colónias.
E como que a dar-lhes razão, agrava-se a situação na Guiné, primeiro com uma explosão a meio do mês no quartel-general de Bissau, e já quase no fim do mês, uma bomba em Bissau, faz um morto e 63 feridos.
No dia 8 desse mês de Fevereiro, sai o primeiro comunicado do Movimento dos Capitães, defendendo a democratização, e a procura de uma solução política para o Ultramar.
O livro de Spínola, é oferecido por Costa Gomes a Silva Cunha, que por sua vez o dá a Marcelo Caetano. Este dirá ao acabar a sua leitura "tinha compreendido que o golpe de Estado militar; cuja marcha eu pressentia há meses, era agora inevitável."
No dia em que o livro é posto à venda, no jornal República lê-se na primeira página "A vitória exclusivamente militar é Inviável"
No dia seguinte o Expresso transcreve várias passagens do livro de Spínola.
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18 comentários:
¡Hola Elvira!
Cuantas vueltas da la vida, amiga: y que bien plasmas tus historias -tus recuerdos reales y también tristes.
Me suena el autor del libro.
Este domingo pasado estuve en Portugal, en Barcelos y en a Poboa do Varzín. No es la primera vez, he estado varias veces y siempre vine encantada de tus gentes y se come muy bien en ese País hermano de España.
Un abrazo grande, mi estima y gratitud.
Se muy feliz.
De vento em popa segue a história do Manel da Lenha e da sua família!
A comentadora que me precedeu andou a passear cá pela minha terra, aquela onde nasci e esta onde moro. E, como não podia deixar de ser, gostou. Portugal é lindo!
Gosto imenso de ler esta história! A sua escrita cativa.
Beijinhos querida Elvira
Tempos que vivi como deves perceber. Tenho esse livro, mas nunca o li. Nao se se tambem já falei , o meu irmão e marido estavam na Guiné quando de deu o golpe militar,; estavam no fim da comissão, mas gostaram de viver esse momento ainda lá, pois a festa foi grande e dela participaram também os ex inimigos; claro, eles estavam como os nossos, obrigados e sem vontade de lutarem uns contra os outros. Cá estarei para acompanhar as tuas estórias de vida. Beijinhos
Emilia
Elvira, boa noite.
Eu estava na Guiné quando se deu o 25 de Abril, tinha apenas 10 anos e vivi momentos de pânico. O meu pai era 1º Sargento da Força Aérea e nem tudo foi comemorações e festa. Das ex-colónias portuguesas, a Guiné foi talvez onde houve mais vitimas e mais sangue.
Gostei de ler, quero ver se volto para acompanhar a sua história.
Beijinho.
Marcello Caetano percebeu muito bem o que estava a acontecer e que já não havia caminho de volta.
Bfds
A história está a ficar interessante e não à duvida de que o livro do Spínola foi um pré-aviso para o 25 de Abril.
Um abraço e bom fim de semana.
Passando para acompanhar a história!
Isabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt
Elvira vive em Angola de bebé ais 18 anos onde me formei e casei...por isso esta vida do Manel...podia ser a vida dis meus pais...menos dura por certo!
Bj amigo
Elvira vive em Angola de bebé ais 18 anos onde me formei e casei...por isso esta vida do Manel...podia ser a vida dis meus pais...menos dura por certo!
Bj amigo
Como é sexta feira, não podia deixar de passar para lhe desejar BOM FIM DE SEMANA.
Elvira...aquela fruta é a phisálys!
Bj
Elvira, também tenho passado uns dias bem corridinhos c compromissos,
mas sempre é agradável estar por aqui e ler seus textos...
Gostei da frase: "O tempo pula e avança..." Pois não é!...
Bjs e bom final de semana por aí...
Finalmente , depois de ultrapassar várias barreiras e ter saído do separador..cheguei.
Marcelo tinha a noção do que se estava passando, mas a Extrema-Direita não permitia a mínima abertura do regime.
Bom fim de semana, linda
Elvira, gostei do seu texto.
Bom fim de semana
Beijo
Portugal e o futuro, escrito num livro pelo General António de Spinola, que se calhar tinha tanto de inteligente, como tinha de maluco? Fizeram-se muitas asneiras, mas contudo, todavia, venceu a liberdade e a democracia!
Tenha uma boa noite e um bom fim de semana molhado, amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
O general Spínola, ao publicar o seu livro “PORTUGAL E O FUTURO”, creio que em Fevereiro de 1974, onde previa uma federação do continente e as suas províncias de alem mar, precipitou o 25 de Abril; deve ter assustado muita gente.
Bom fim de semana.
Oi Elvira
Acompanhando tanto sofrimento
Beijos
Lua Singular
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