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20.4.16
MANEL DA LENHA - PARTE LVII
Riquita, (Maria Celmira Bauleth ) com o traje dos mucubais.
(o soutien não existe neste traje. As mulheres solteiras andam com os seios nus, as casadas amarram-nos com cordas. Compreende-se porém que neste desfile, e especialmente na época, o fato tivesse que ganhar este adereço)
Meses depois, Riquita que é de Moçâmedes, actual Namibe, desiste e voa para a sua terra. Ana Paula Almeida, Miss Moçambique, e segunda classificada, torna-se então a Miss Portugal.
Entretanto a safra terminou, os navios já estão nos bancos de pesca da Gronelândia, e na seca procede-se à manutenção dos armazéns, lavando e caiando. Roçando a erva debaixo das mesas onde se estende o bacalhau, preparando toda a seca para a próxima safra. Agora sem as maltas para abastecer, Manuel passa muito do seu horário de trabalho, nestas tarefas de manutenção. Depois em Agosto virão as camionetas carregadas de troncos de azinheira, que serão guardados no armazém para que ele os corte, e prepare de modo a alimentarem os grandes fogões durante a safra seguinte. O Manuel matou no ano anterior o último porco, desistiu dos coelhos, e só tem aves. Continua a semear os legumes, e frutas, e esse será o primeiro ano em que dará corpo a um sonho antigo. Fazer o seu próprio vinho.
Para isso utiliza o lagar do amigo e caseiro Bernardino, e guarda os barris que entretanto fora comprando na adega do mesmo.
E o tempo passa, com ele sempre ansioso pelas notícias da filha, que sempre diz que está bem, manda fotografias, pois diz estar empregada num estúdio fotográfico. Fala sempre de África e de Moçambique com grande paixão.
A guerra estava cada dia mais voraz, Portugal estava a ficar vazio de juventude. Os que não iam para a guerra, fugiam de salto para a França.
A manutenção da guerra torna-se uma despesa incomportável e o povo sofre cada dia mais na pele a carestia de vida. Talvez por isso, a conversa em família de
Marcelo Caetano, nesse mês de Outubro tem por tema o custo de vida.
Ainda nesse mês de Outubro, António o cunhado do Manuel regressa de Moçambique. Diz que a sobrinha está bem e vai regressar no final de Dezembro.
NOTA Se o Manuel fosse vivo, faria hoje 98 anos. Partiu em 2009.
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15 comentários:
Mesmo em tempos tristes pra Portugal, algo de bom acontecia pra Manuel. Haveria de fazer seu próprio vinho e sua filha estava bem... vamos indo ,te acompanhando! bjs, chica
Ótimo dia!!!!!!!!!!! Beijos
a passar para acompanhar a história e desejar um ótimo dia.
Isabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt
Vejo que a narrativa vai longa e, apesar da curiosidade, falta-me o tempo para ir buscar todos os episódios anteriores.
Terei que ficar por aqui e elogiar o traje da moça e as palavras da amiga Elvira.
Beijinho
Ruthia d'O Berço do Mundo
Tenho passado várias vezes para ir acompanhando, mas como o tempo nem sempre é muito... não comento. Aliás, a Amiga sabe o que penso...
Mas hoje, devido à data especial - o Aniversário do Manuel - abro uma excepção para deixar um abraço e dizer que continuo a acompanhar com o maior interesse.
Mesmo que eu não deixe rasto da minha passagem... estive cá... :)
Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Parabéns, minha querida pelas belas narrativas que consegues manter aqui dia após dia. Isso é que é imaginação e trabalho! Admiro-te muito!
Beijinhos sinceros.
Oi Elvira!
Como é bom vir aqui para ler essa maravilha de história, Hoje eu fui com meu marido ao Oftalmologista, e aproveiteitando a espera, dei-lhe alguns capitulos para ler. Pois como eu, achou muito interessante!
Um grande abraço amiga, uma boa noite!
Mariangela
Olá Elvira!
mesmo em tempos difíceis, é preciso nunca parar de sonhar e lutar para que o sonho se concretize!
Abraço
O conto continua agora, nessa altura as famílias que deram origem ao conto estariam mais menos bem de saúde? A filho do Manuel da lenha, com o seu Fuzileiro estava em Nampula-Moçambique. A Misse era muito bonita e muito dela se falava. As conversas de Marcelo Caetano, em família não dera bons frutos, porque a árvore da pataca secou!
Tenha uma boa noite amiga Elvira, um abraço.
Eduardo.
Corrijo: Filha, não filho!
E eu que tanto queria ver as maminhas da Riquita fiquei a ver navios!
Sinto que esse regresso vai trazer novidades...
O Manuel é quase auto-suficiente assim como muita gente nessa altura tinha os seus quintais e hortas que era o que safava as famílias da fome.
Um abraço e continuação de um bom dia.
Mesmo à tristeza de seu chão, o mundo de Manoel lhe propiciou boas novas.
Beijo*
Oi Elvira,
Ser criança naquela época deveria ser gostosos.
Feliz dia das mães.
Beijos
Lua Singular
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