Anabela acordou sentindo um beijo molhado no rosto. Abriu os olhos e viu a seu lado, ajoelhada na cama a pequena Patrícia. Abriu os braços e a menina correspondeu ao abraço com todo o amor e alegria que só as crianças demonstram, com toda a naturalidade por aqueles que amam. Que bom era que os adultos amassem com a mesma intensidade e fossem igualmente sinceros e transparentes. Haveria muito menos sofrimento no mundo. Mas em qualquer época do nosso crescimento tudo muda, pensou a jovem com tristeza.
- Madrinha, a mãe já está na cozinha. Ela disse para não te acordar, mas eu
gosto tanto de ti e queria tanto que fosses brincar comigo um bocadinho.
-À sua malandra interesseira, - disse Anabela fazendo cocegas à afilhada
que começou a contorcer o corpito rindo alto.
-Bom, então é melhor que vás ter com a mamã, enquanto eu tomo banho e me
visto.
A menina saltou da cama e saiu correndo do quarto. Suspirando, Anabela saiu
da cama, pegou na mochila onde tinha a roupa que trouxera e com ela na mão
abriu a porta e saiu para a casa de banho no corredor.
Tomou um duche rápido, vestiu-se, tirou o secador do armário e secou o
cabelo.
Depois escovou os dentes. Tudo o que estava naquela casa de banho era de
seu uso exclusivo. Os donos da casa usavam o quarto maior com casa de banho que
sempre fora o quarto de Paula por ter sido ela a alugar o apartamento. Ela e as
outras jovens que lá viveram, durante os anos de estudo, usavam um dos dois
quartos mais pequenos, e a casa de banho do corredor.
Quando Paula casou já só lá viviam elas as duas. Conta a vontade de Paula, Anabela arranjou outro quarto mais perto da Universidade, para deixar o jovem casal viver a sua intimidade sem testemunhos, mas Paula fizera questão de sempre manter o seu quarto e a casa de banho para o seu uso sempre que ela quisesse voltar.
Ela, dava graças a Deus,
pela relação que a unia ao casal, que era mais de família, do que de simples
amizade. No seu coração carente de afetos, sentia como se Paula fosse sua irmã,
Diogo seu cunhado e Patrícia a sua sobrinha querida. E como familiares amados,
se portaram os dois, quando a vida com o marido se tornara num inferno. Anabela
nunca esqueceria o carinho e o apoio que deles recebeu inclusivo depois da
morte do marido.
-Bom dia, - saudou pouco depois ao entrar na cozinha.
-Bom dia, querida, - saudou-a o casal em uníssono.
Sentou-se à mesa dizendo:
-Há muito tempo que não dormia tão bem. Foi como voltar aos meus tempos de
estudante.
-Folgo em sabê-lo, mas agora é melhor tomares o pequeno-almoço. Não sei se
continuas com os mesmos hábitos daquela época, mas tens aqui iogurte, torradas,
manteiga e doce. Penso que de bebida continua a ser o café puro, verdade? -
perguntou a amiga.
-Pois sim, um iogurte, uma torrada e café.
8 comentários:
Já se está a sentir melhor??
Boa semana
Bom dia Elvira,
É tão bom Anabela poder contar com uma amiga como Paula e o marido.
A amizade, sentimento nobre que tanto bem nos faz.
Beijinhos e saúde.
Boa semana.
Ailime
A Anabela voltou e trouxe com ela Elvira!
Uma boa semana para todos!
Que bom ter de volta Anabela e Elvira ! Linda semana e espero estejas bem! beijos, chica
Suponho que esteja melhor dos seus olhos, agora que voltou às publicações do Cicatrizes da Alma :)
Mas cuidado, não abuse, querida amiga!
Um grande abraço!
Ora muito bem. Ainda bem que já voltou :)
Espero que esteja melhor!
.
Agradecer-vos pelo carinho, é tão pouco...
.
Beijo, e uma excelente semana!
Gostei muito de voltar a 'participar' da vida da Anabela e de todos os que lhe são queridos, porém, espero com mais expectativas o que virá a seguir, quando retomar o seu trabalho...
Gostei igualmente de a saber bem melhor e pronta para voltar à escrita que tanto gosta, amiga.
Um abraço e tudo de bom, Elvira.
É linda a amizade da Anabela e da Paula...
Elvira, espero que tenha recuperado bem.
Beijo.
Enviar um comentário