Chegou à cidade no início da tarde. Parara numa estação de
serviço para comer qualquer coisa, e logo se dirigiu à esquadra onde se
identificou.
Fizeram-na entrar num pequeno gabinete, onde um oficial de
meia-idade com os óculos na ponta do nariz examinava uns papéis que tinha na
frente.
Depois de ouvir a apresentação que o agente lhe fazia, apresentou-se
como sendo o inspetor Chaves, encarregado da investigação da morte do marido dela,
pediu que ela se sentasse, retirou os óculos do nariz e depois de lhe explicar
onde e como tinham encontrado o corpo de Óscar, iniciou uma série de perguntas
acerca do seu relacionamento com o marido, onde estivera etc.
Ficou claro para a jovem, que ele já sabia da queixa de violência doméstica que ela apresentara em tempos, e também das ameaças de morte que o marido lhe fizera. Também sabia que não viviam juntos e que ela queria o divórcio.
As suas perguntas foram tão insistentes sobre ela ter deixado o emprego e ter ido para parte incerta que Anabela ficou com a clara impressão de que o inspetor desconfiava que ela estivesse de algum modo ligada à morte do marido. Principalmente quando lhe disse que a morte de Óscar naquela altura tinha sido muito conveniente para ela, pois não teriam de se enfrentar num desgastante caso de divórcio.
Levantou-se indignada.
-Parece que o senhor inspetor, insinua que eu estive de
algum modo ligada à morte do meu marido. Não sei que deduções tirou, a minha
vida sempre esteve dentro da lei, e por muito que eu tenha sofrido e acredite
que sofri com o meu casamento, eu sou enfermeira, a minha missão é ajudar a
salvar vidas, não acabar com elas. Mais, se enveredar por esse caminho, vai
deixar que o assassino fique em liberdade para fazer o mesmo com outro qualquer
desgraçado que lhes caia em mãos.
-Acalme-se. O meu interrogatório não tem a ver com
desconfianças sobre a senhora. Sabemos que seu marido era um viciado no jogo e
que ultimamente talvez para pagar as dividas de jogo, se envolvera no tráfico da
droga. Suspeitamos que ele tenha usado o dinheiro da venda em proveito próprio
em vez de o entregar aos fornecedores. O tiro a meio da testa parece ser uma
execução e é um aviso para os outros vendedores. Só tentava perceber se a
senhora sabia disto ou se poderia estar de posse de alguma informação que
levasse os assassinos a quererem vingar-se em si. Sabe que a sua casa foi
assaltada, e o seu recheio praticamente destruído?
- Como havia de saber se acabo de chegar do Algarve, e o
senhor ainda não me tinha informado? Além do mais, não é a minha casa desde que
me separei do meu marido há vários meses. Vivo num quarto, numa residencial
junto do hospital onde trabalho, como o senhor saberá, uma vez que disseram à minha comadre, que já me tinham procurado lá.
-Sei. Mas terá de ir lá a casa, e quando o fizer quero que
me avise e um agente vai acompanhá-la. Afinal como viúva terá de ser a senhora
a desocupar a casa e entregar as chaves ao senhorio.
E dizendo isto, abriu a gaveta e entregou-lhe as chaves e
os documentos encontrados com o corpo.
-Agora pode ir, mas não esqueça de me avisar quando for
tratar desse assunto. Não quero que vá sozinha.
-Obrigada. Os meus sogros já foram informados?
-Foram informados ontem. Ah! E o corpo do seu marido
encontra-se na morgue do Hospital de S. José.
-Mais uma vez muito obrigado. E com quem devo falar, quando
for tratar de entregar as chaves?
- Peça para falar comigo.
DESCULPEM passei o fim de semana num desespero com uma dor de dentes. O meu dentista só tem consulta dia 21 de Março. Hoje tenho que encontrar um que me atenda, antes que endoideça.
8 comentários:
Dor de dentes é horrível.
Boa semana
Bom dia
Em primeiro lugar as melhoras .
A história está a ficar interessante .
JR
Tua inspiração sempre maravilhosa e sabes arrumar os enredos... Melhoras pra ti! Essa dor incomoda demais! beijos, chica
olá minh aquerida Elvira
Espero que encontre um dentista e que elimine a sua dor para poder aproveitar estes lindos dias de sol.
Bjs
Bom dia Elvira,
Anabela já passou por muito.
Admiro a Elvira e a sua enorme capacidade criativa.
Beijinhos e saúde.
Ailime
Vidinha intrincada a desta moça, vamos esperar e ver o que lhe reserva a vida futura.
Bom dia Ekvira, Beijinhos
Continua uma confusão a vida da Anabela...
Elvira, espero que o seu desespero tenha terminado. Dor de dentes é obra!!!
Beijo, boa semana.
Ai, os dentes...Así nos nacen os dentes cando non nos enteiramos, cando somos bebés
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