A certa altura, Óscar aproximou-se e meteu conversa com um dos jovens do grupo de Anabela, que tendo já bebido mais do que devia, o convidou a juntar-se à festa.
Ele aproveitou para se aproximar da jovem, e não mais a
deixou, enredando-a na sua teia de sedutor.
Quando Maria Rosa e o namorado lhe fizeram saber que eram
horas de regressar a casa e Óscar perguntou se podia acompanhá-los, Anabela não
viu inconveniente. Afinal ele tinha-se mostrado muito gentil, coisa a que a
jovem não estava muito habituada.
Muito tempo depois, Anabela perguntava-se onde tinha a
cabeça para ter confiado num desconhecido tão rapidamente, mas a verdade é que
ela parecia ter ficado completamente cega e surda a todas as advertências que
os amigos mais chegados lhe faziam, sobre um namoro tão rápido e um casamento
relâmpago, mal tinha começado a trabalhar no Serviço de Medicina Física e de Recuperação no Hospital de Santa Maria.
Todavia o casamento foi a maior deceção da sua vida. Em vez do lar e da família com que sonhava, Anabela teve quase
três anos de inferno.
Quando pouco tempo depois do casamento, Anabela começou a
notar as alterações bruscas de humor do marido, chegou a pensar se ele não
seria bipolar. Chegou até a tentar convencê-lo a procurar ajuda médica.
Viria a descobrir que o problema era outro, acidentalmente
através de um pequeno caderno de apontamentos que ele deixara cair sem se
aperceber e ela encontrara entre a mesa de cabeceira e a cama, enquanto limpava o
quarto. Ele era um viciado no jogo.
Cedo ela aprendeu a saber quando ele perdia ou
ganhava pela maneira como se comportava.
Inicialmente eram apenas as alterações de humor, com o
tempo começaram as agressões psicológicas. Depois, o dinheiro que guardava na
cómoda para o governo mensal que desaparecia. Verdade que quando ganhava, ele
repunha a quantia, às vezes até mais do que levara, mas a incerteza em que
vivia, e os maus humores do marido roubaram-lhe a alegria, e faziam com que
vivesse com o coração e a alma repletos de tristeza. Os únicos momentos de
alegria que tinha, eram os que passava em casa da amiga Paula, com a sua
filhinha Patrícia, de quem ela era madrinha.
Estava casada há dois anos quando ficou grávida. Não fora
uma gravidez desejada, ela tomava a pilula, mas uma inflamação gástrica e a
medicação que fizera, tinham anulado o efeito da pílula.
Profissionalmente era
considerada pelos médicos e colegas como uma excelente profissional. Mas
como pessoa continuava a ser uma jovem ingénua. Tanto assim que que se encheu
de esperança, julgando que a gravidez ia mudar o marido e fazer dele um homem
responsável.
Foi mais um choque a juntar ao que tivera quando descobrira a verdade sobre o marido porque quando lhe contou, ele gritou com ela, disse que não queria filhos, que não tinha paciência para aturar pirralhos, e mandou que ela se livrasse da criança.
Discutiram e ele deu-lhe um encontrão que a derrubou no
chão da cozinha. Quando depois dele sair de casa, telefonou a Paula, ela e o
marido imediatamente a foram buscar para sua casa e a aconselharam a pedir o
divórcio.
8 comentários:
Ela que se livre logo de um traste assim...Coitada! Belo capítulo e vamos ver e esperar o que acontecerá! beijos, tudo de bom,chica
Ninguém é infeliz porque quer - nem ingénua por vontade.
Compreendo bem o sentir da Anabela.
Boa semana e um abraço desejando saúde, Elvira.
Ter um viciado no jogo em casa é terrível.
Espero que ela se livre desse Óscar, a menos que haja um milagre e ele mude drasticamente de vida.
Boa semana, amiga Elvira.
Um beijo.
Muito bom. Gostei muito :)
.
Numa viagem ao passado ...
.
Beijos e uma excelente semana.
Boa tarde Elvira
Anabela confiou demais.
Vamos ver como se desenrolarão
os acontecimentos.
Desejo-lhe uma boa semana com muita saúde.
Beijinhos,
Ailime
Acho que perdi alguma coisa, mas estou a gostar!
Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram | Youtube
Viciado em jogo... Elvira não podia ter encontrado pior marido para a ingénua Anabela.
Esta trama promete.
Beijo, boa semana, saúde.
A coisa vai de mal a pior! Coitada da nossa heroína!
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