Avós
Minha mão tem manchas,
pintas marrons como ovinhos de codorna.
Crianças acham engraçado
e exibem as suas com alegria,
na certeza – que também já tive –
de que seguirão imunes.
Aproveito e para meu descanso
armo com elas um pequeno circo.
Não temos proteção para o que foi vivido,
insônias, esperas de trem, de notícias,
pessoas que se atrasaram sem aviso,
desgosto pela comida esfriando na mesa posta.
Contra todo artifício, nosso olhar nos revela.
Não perturbe inocentes, pois não há perdas
e, tal qual o novo,
o velho também é mistério.”
Adélia Prado
9 comentários:
Maravilhoso e já li muita coisa desta poetisa.
Beijos e um bom dia
As minhas também já têm muitas pintas!
Bom dia com chuva! Por aqui tem chovido q.b.
Linda, ternurenta partilha.
Beijo.
Belíssimo poema de Adélia Prado, Elvira!
Obrigada pela partilha e um forte abraço!
Muito boa isa reflesião que nos deija o texto. A gente nova, e nos , cando iso fomos, pensamos que nunca imos ser como as persoas velhas coas que convivimos e melhor que não se pense. Ha que vivir a vida como se apresenta em cada fase e deijar que cada quen a viva da melhor maneira. Un abraço, Elvira
Poema deslumbrante que muito me fascinou ler
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Cumprimentos poéticos.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Que poema tão bonito :)
Obrigada pela partilha :)
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A luz, a minha ingénua escuridão...
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Beijo boa noite.
Boa noite Elvira,
Um poema magnífico.
Em criança não pensamos que um dia também seremos velhos e teremos as mãos com pintas.
Beijinhos e saúde.
Ailime
Belo poema
e
defendo uma tese
para um neto
não hà figura mais atrativa
do que a de um velho
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