Luísa reuniu com a diretora, mal chegou à escola. Esta disse-lhe que não teria aulas nesse dia, era sexta-feira, os alunos das duas turmas que seguiam no carro acidentado, estavam na maioria internados, e mesmos os feridos menos graves iriam às aulas apenas na segunda-feira. Depois ela passara o dia anterior no hospital, deveria descansar nesse dia.
Luísa agradeceu, meteu-se no carro e foi para o hospital. Sabia que as visitas eram só de tarde, mas talvez lhe dessem alguma informação sobre a colega, que tinha ficado em observação, e as crianças que tinham sofrido ferimentos mais graves e tinham tido que ser operadas.
Meia hora mais tarde, saiu do hospital, com o coração mais sossegado depois de saber que estavam todos a recuperar bem.
O mês de Maio estava a caminho do fim, e o dia apresentava-se radioso, como costumam ser estes dias, já com a primavera a querer rivalizar com o verão que se aproxima.
Luísa respirou fundo, pôs os óculos escuros e seguiu a caminho do parque onde tinha deixado o automóvel.
Sem ser uma grande beleza, com os seus traços finos e delicados, o rosto orlado pela farta cabeleira, da cor do trigo maduro, que lhe tocava os ombros em suaves ondulações, a alta e esbelta figura, envolta num camiseiro de seda azul, e nas calças de ganga, com as sandálias de meio salto, chamava a atenção de quem com ela se cruzava, apesar dos óculos escuros que escondiam uns maravilhosos olhos azuis, tal belos, como a mais bela das safiras.
Entrou no carro, mas antes de o ligar, retirou o telemóvel da mala, e marcou um número
- Fátima?
- Olá Luísa, que surpresa! Não devias estar em aulas? Espera, ouvi falar do acidente com um autocarro de miúdos da tua escola. Eram os teus alunos? Estavas com eles?
- Sim. Eram duas turmas. Uma delas era a minha. E claro que estava com eles mas felizmente saí ilesa. Preciso de ti. Tens um tempinho para mim?
- Para a amiga, ou para a paciente?
- Podia ser para as duas?
- Quando? Hoje?
- Sim.
- Bom, que tal almoçarmos juntas? Depois se necessário marco-te uma hora para o início da noite. Tenho marcações para toda a tarde.
-Eu também preciso da tarde, para ver a minha colega e as crianças que estão internadas.
- Então onde nos encontramos?
- Já alguma vez almoçaste no mercado de Campo de Ourique?
- Já. Queres ir lá?
-Ainda não conheço. Estou curiosa.
- Então está combinado. Meio-dia e meia. Está bom para ti?
-Está. Encontramo-nos lá. E obrigada.
- Até logo.
Desligou o telemóvel e voltou a metê-lo na mala. Olhou o relógio. Onze e vinte. Ainda tinha tempo de ir fazer algumas compras. Uns mimos, para as crianças internadas. Ligou o motor e rodou para a saída do parque.
10 comentários:
Hajam alegrias ou tristezas, a Vida segue, indiferente aos problemas dos seres que habitam este Planeta Azul, que anda no universo às voltas, e nós, aos trambolhões...
Abraço.
Já tinha pensado que hoje íamos ficar a seco!
Afinal, demorou, mas apareceu!
Acompanhando.
Beijinho, Elvira
Interessante!!
Boa Tarde.
Beijos
Acompanhando e aprovando muito! beijos, chica
Boa noite Elvira,
Acompanhando com prazer o desenrolar dos acontecimentos.
Beijinhos e saúde.
Ailime
Estava enganada... afinal foi aqui que comecei a faltar às leituras...
Seguindo...
Almoçar no Mercado de Campo de Ourique? Hum, não recomendo.
Bjs
Que saudades de ir a Campo de Ourique (sorrisos).
Ela fez o que devia e conhecendo os sinais procurou imediatamente ajuda. Estou curioso com a visita ao hospital… até já
Retomado a leitura desta bela história!
Abraços fraternos!
Enviar um comentário