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16.2.22

ARMADILHAS DO DESTINO - PARTE XIII

 




Luísa reuniu com a diretora, mal chegou à escola. Esta disse-lhe que não teria aulas nesse dia, era sexta-feira, os alunos das duas turmas que seguiam no carro acidentado, estavam na maioria internados, e mesmos os feridos menos graves iriam às aulas apenas na segunda-feira. Depois ela passara o dia anterior no hospital, deveria descansar nesse dia. 

Luísa agradeceu, meteu-se no carro e foi para o hospital. Sabia que as visitas eram só de tarde, mas talvez lhe dessem alguma informação sobre a colega, que tinha ficado em observação, e as crianças que tinham sofrido ferimentos mais graves e tinham tido que ser operadas.
Meia hora mais tarde, saiu do hospital, com o coração mais sossegado depois de saber que estavam todos a recuperar bem.

O mês de Maio estava a caminho do fim, e o dia apresentava-se radioso, como costumam ser estes dias, já com a primavera a querer rivalizar com o verão que se aproxima.
Luísa respirou fundo, pôs os óculos escuros e seguiu a caminho do parque onde tinha deixado o automóvel.
Sem ser uma grande beleza, com os seus traços finos e delicados, o rosto orlado pela farta cabeleira, da cor do trigo maduro, que lhe tocava os ombros em suaves ondulações, a alta e esbelta figura, envolta num camiseiro de seda azul, e nas calças de ganga, com as sandálias de meio salto, chamava a atenção de quem com ela se cruzava, apesar dos óculos escuros que escondiam uns maravilhosos olhos azuis, tal belos, como a mais bela das safiras.

Entrou no carro, mas antes de o ligar, retirou o telemóvel da mala, e marcou um número
- Fátima?
- Olá Luísa, que surpresa! Não devias estar em aulas? Espera, ouvi falar do acidente com um autocarro de miúdos da tua escola. Eram os teus alunos? Estavas com eles?
- Sim. Eram duas turmas. Uma delas era a minha. E claro que estava com eles mas felizmente saí ilesa. Preciso de ti. Tens um tempinho para mim?
- Para a amiga, ou para a paciente?
- Podia ser para as duas?
- Quando? Hoje?
- Sim.
- Bom, que tal almoçarmos juntas? Depois se necessário marco-te uma hora para o início da noite. Tenho marcações para toda a tarde.
-Eu também preciso da tarde, para ver a minha colega e as crianças que estão internadas.
- Então onde nos encontramos?
- Já alguma vez almoçaste no mercado de Campo de Ourique?
- Já. Queres ir lá?
-Ainda não conheço. Estou curiosa.
- Então está combinado. Meio-dia e meia. Está bom para ti?
-Está. Encontramo-nos lá. E obrigada.
- Até logo.

Desligou o telemóvel e voltou a metê-lo na mala. Olhou o relógio. Onze e vinte. Ainda tinha tempo de ir fazer algumas compras. Uns mimos, para as crianças internadas. Ligou o motor e rodou para a saída do parque.






10 comentários:

Janita disse...

Hajam alegrias ou tristezas, a Vida segue, indiferente aos problemas dos seres que habitam este Planeta Azul, que anda no universo às voltas, e nós, aos trambolhões...

Abraço.

Tintinaine disse...

Já tinha pensado que hoje íamos ficar a seco!
Afinal, demorou, mas apareceu!

noname disse...

Acompanhando.

Beijinho, Elvira

Paula Saraiva disse...

Interessante!!

Boa Tarde.
Beijos

chica disse...

Acompanhando e aprovando muito! beijos, chica

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Acompanhando com prazer o desenrolar dos acontecimentos.
Beijinhos e saúde.
Ailime

Maria João Brito de Sousa disse...

Estava enganada... afinal foi aqui que comecei a faltar às leituras...

teresadias disse...

Seguindo...
Almoçar no Mercado de Campo de Ourique? Hum, não recomendo.
Bjs

João Santana Pinto disse...

Que saudades de ir a Campo de Ourique (sorrisos).
Ela fez o que devia e conhecendo os sinais procurou imediatamente ajuda. Estou curioso com a visita ao hospital… até já

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Retomado a leitura desta bela história!
Abraços fraternos!