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17.1.22

ARMADILHAS DO DESTINO - PARTE I

 

Percorria a ala de pediatria no terceiro piso do hospital, quando o som da sirene de uma ambulância lhe chegou aos ouvidos , logo seguido de outros sons igualmente agudos o que lhe trouxe à memória outros sons outras paragens.
Aproximou-se da janela que dava para a entrada do hospital, onde se situavam as urgências. Viu duas ambulâncias paradas e pelo menos mais três que se aproximavam. Apressado deu a volta, e encarando a enfermeira que se encontrava junto de uma das camas, disse:
- Parece que esta visita terá que ficar para mais tarde. Se surgir alguma complicação estarei nas urgências.  
Afastou-se. Estava quase a chegar aos elevadores, quando ouviu ;
- Atenção doutor Albuquerque! Solicita-se a sua comparência imediata nas urgências.
O elevador acabara de parar junto dele e apressou-se a entrar. Era um homem alto, de cabelos negros, já quase grisalho nas têmporas.
Testa alta, nariz retilíneo, olhos cinzentos, queixo firme e boca bem desenhada. Teria pouco mais de quarenta anos, mas a sua expressão dura, e o seu olhar frio, faziam-no parecer mais velho.
Percorreu a distância do elevador até às urgências em meia dúzia de passadas rápidas.
Ali reinava o caos, com várias macas de crianças a chorar.
-Foi um acidente com um autocarro de miúdos que iam em passeio de estudo – informou a enfermeira. 
 O médico não respondeu. Depois de um breve olhar pelas macas dirigiu-se a uma delas e observou a criança. Dirigindo-se à enfermeira com quem falara momentos antes, disse.
-Enfermeira leve esta criança para o bloco operatório, e reúna a equipa de cirurgia. 
Chamou outra das enfermeiras.
- Por favor, verifique os médicos que se encontram no bloco das consultas externas, e diga-lhes para virem para cá. É uma emergência, não sabemos quantos feridos graves serão, é necessário atuar rapidamente. Vou para o bloco operatório. Aquele menino está com uma hemorragia interna. Poderá haver outras crianças na mesma situação.
Debruçou-se sobre um miúdo que chorava em silêncio. Observou-lhe o corte na testa, verificou as suas pupilas e certo de que o corte não oferecia gravidade, afastou-se em direção ao bloco operatório

10 comentários:

Janita disse...

Cá estou, preparada para seguir mais um dos contos da amiga Elvira. Este sim, tem a sua marca e já me despertou o interesse.

Boa noite e um abraço.

Pedro Coimbra disse...

Presente para seguir mais um dos seus contos.
Boa semana

chica disse...

Crianças e suas artes que por vezes acabam nas enfermarias. Lindo início de conto! beijos, ótima semana! chica

Tintinaine disse...

Viva! A nossa contista regressou ao serviço!

teresadias disse...

Olá, Elvira!
Passei para lhe deixar um beijo, desejar boa semana e muita saúde e, sorte a minha, encontrei o início de uma nova história... que promete!!!
Vou ler tudo, mesmo que não dê por mim.
O beijo aqui fica.
Obrigada.

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Um conto que promete.
O médico é de extrema dedicação.
Beijinhos e saúde.
Ailime

Cidália Ferreira disse...

Ora muito bem. Começamos então um pouco mal :)
-
Desenho a marca do teu corpo ausente

Beijos, e votos de uma excelente semana!

noname disse...

Bom dia, Elvira
Eis-me de volta após uma avaria algures que deixou os utilizadores de uma certa operadora sem internete Tv e voz quase por 48H.

Novo conto, e estou a pôr a leitura em dia, Já. já, passo para o segundo capitulo.

Beijinhos

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Eis-me aqui de volta para me inebriar com mais um conto maravilhoso!
Abraços fraternos!

João Santana Pinto disse...

Tive de começar pelo início. Há uma emergência e um personagem que surge como o principal, vamos ver como é que corre.

Abraço e bom início de semana