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20.8.21

SINFONIA DA MEMÓRIA - PARTE VIII

 



Aquela semana, foi muito complicada para Helena. Desde logo porque não conseguia afastar da cabeça, o homem que socorrera, e que fisicamente melhorava de dia para dia, estando prestes a ter alta.

 Helena já tinha conversado com Sandra, a colega que chefiava a equipa de médicos que o tinha a seu cargo, e sabia que no final da semana lhe iam dar alta. Faltava uma semana para o Natal e por essa época todos os doentes que estejam em fase de recuperação, têm alta a fim de passarem a quadra com a família. É todos os anos assim.

 A equipa médica até tinha feito uma “vaquinha” para lhe comprarem alguma roupa, uma vez que aquela com que tinha entrado no hospital, estava imprestável e tinha sido incinerada. Também sabia que a polícia não descobrira nada sobre ele, que continuava com amnésia. 

Não conseguia deixar de pensar nele, o seu rosto povoava-lhe os sonhos. Tentava encontrar desculpa para o seu interesse nos sentimentos humanitários, que no fundo, talvez não  tivesse, se o paciente fosse outro, fosse mais velho, ou menos atraente. 

A verdade, é que tinha quase trinta e dois anos, estava no máximo da sua plenitude sexual e excetuando o caso breve com o pai do filho, não tinha tido outro relacionamento com homem algum. E o que estava a acontecer, é que se estava a apaixonar por aquele desconhecido misterioso e muito atraente.

Sabia que a polícia estava a tentar arranjar um sítio onde o acolher até ver se conseguiam descobrir a sua identidade, mas pretendia levá-lo para sua casa, pelo menos naquela quadra. Tinha dez dias de férias para desfrutar, a partir da próxima semana, esperava passá-los na aldeia com os pais, e podia perfeitamente levá-lo como se fosse um amigo. Pelo menos passaria o Natal em ambiente familiar, e depois se veria. Talvez até, quem sabe, ele recuperasse a memória, nesse espaço de tempo.

 De modo que estava resolvida a falar com a polícia e ficar responsável por ele. Não era uma decisão muito sensata, podia até ser perigosa, pensava.  É que ele tanto podia ser um cavalheiro como um psicopata, mas ela confiava nos seus instintos e eles diziam-lhe que não se tratava de um facínora. E demais se o fosse, a polícia  com todas as fotos que lhe tirara, não o teria já identificado? 

Preparou o quarto de hóspedes, já que ele teria alta no sábado e ela só seguia para a aldeia na segunda-feira, e depois conversou com o filho, para que o menino,  não estranhasse a situação. E assim naquela tarde de sábado, dirigiu-se ao hospital, a fim de o ver e convidá-lo a acompanhá-la.



 



10 comentários:

Pedro Coimbra disse...

O início da caminhada à descoberta.
Bfds

Tintinaine disse...

Bom fim de semana, Elvira. E saúde suficiente para ir desenvolvendo outros escritos para nos oferecer, quando este chegar ao fim.

Janita disse...

Que venha o fim de semana... Para o nosso ilustre desconhecido, para a médica e para nós.

Um abraço.

noname disse...

Caramba! Isto é que é deixar os leitores à beira de um ataque de nervos eheheheheh

Bom fim de semana, Elvira

chica disse...

Passando pra deixar um beijo,desejando ótimo fds! chica

Cidália Ferreira disse...

Que maravilha. Estou a gostar!:)
.
Coisas de Uma Vida
.
Beijos e um bom fim de semana

lis disse...

E corajosa a Helena ! rs
Tomara que o amor o faça retornar a vida, rapidamete.
grande abraço, Elvirinha.
Saúde ,querida!

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Além de boa pessoa, Helena é muito corajosa!
Vamos aguardar o desenrolar dos acontecimentos.
Beijinhos e saúde.
Ailime

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

É muito corajosa mesmo!
Beijos!

teresadias disse...

Mulher de «fibra»!!!
Grande personagem, Elvira.
Bjs.