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30.10.20

CILADAS DA VIDA - PARTE LII


 

Com todos os cuidados que lhe dispensavam, Teresa sentia-se agora mais confiante, embora como toda a grávida de risco, continuasse com um certo receio que, no entanto, tentava afugentar com a leitura, ou a música.

As enfermeiras, eram simpáticas e muito profissionais. Estavam sempre atentas aos seus mais pequenos gestos, zangavam-se quando não queria comer tudo, e mimavam-na quando acontecia o contrário, fazendo-a recordar os cuidados da mãe quando ela era criança. Por vezes tinha vontade de se insurgir, mas ao lembrar-se dos três bebés que tinha no ventre e das advertências médicas, engolia a revolta e fazia o que lhe mandavam.

Com os comprimidos para o enjoo, as náuseas eram agora mais raras, e assim foi ganhando peso, e a cor voltou ao seu rosto, antes sempre lívido.

Continuava com muito sono, levava grande parte dos dias a dormir e dava graças por isso, porque fazia com que o tempo de imobilidade não lhe parecesse tão longo.

A cozinheira da empresa confecionava os almoços e jantares durante a semana, para o patrão e as enfermeiras, e ao fim de semana, as refeições vinham de um restaurante próximo. As suas continuavam a ser confecionadas pelas enfermeiras que seguiam rigorosamente as indicações da médica. João estabelecera uma certa rotina que consistia em ele comer na hora em que ela o fazia, e passar depois todo o tempo em que as enfermeiras se ausentavam para comer, junto dela.

Interessava-se por saber como se sentia, falava-lhe do seu trabalho, contava-lhe episódios mais ou menos engraçados do seu dia a dia, e Teresa deu por si a desejar essas horas em que estavam os dois sozinhos em ameno convívio.

Olga ia vê-la todas as manhãs e levava sempre um ramo de flores com que lhe alegrava o quarto. Inês também fora vê-la duas vezes e numa delas no último fim de semana, levara Martim, o que muito a alegrara pois adorava o afilhado.

E assim se passaram os dez dias e naquela manhã era dia de voltar ao hospital, para avaliar da sua recuperação.

Pouco antes das onze horas, João parava junto da porta do hospital, onde se faziam as consultas externas, para que Teresa e Sandra saíssem e ia depois estacionar o automóvel. Pouco depois juntava-se-lhes na sala de espera, onde a duas aguardavam pela consulta  que a médica marcara para aquela hora. Vinte minutos mais tarde, Teresa foi chamada.

A médica admirou-se com a diferença operada na jovem, mas antes de a observar mandou-lhe ir fazer uma série de análises. Sempre acompanhada pela enfermeira Sandra, deslocou-se ao laboratório do próprio hospital, fez os exames e regressaram à sala de espera junto ao gabinete para aguardar os resultados.

Então Teresa ligou ao empresário avisando que provavelmente a consulta demoraria, e que talvez ele tivesse trabalho urgente no escritório, elas podiam regressar de táxi, mas ele respondeu-lhe que nada era mais prioritário na sua vida do que ela e as crianças que esperava.

Felizmente as análises não foram muito demoradas, já que meia hora depois, a médica voltava a chamá-la.

- As suas análises estão ótimas. Não há qualquer vestígio de infeção, nem de diabetes e a anemia desapareceu. Vamos pesar?

Recuperou peso, mas ainda está abaixo do normal para uma grávida da sua altura, – disse ao verificar o peso. Como é que estamos de náuseas? Melhorou com os comprimidos?

-Muito, embora os vómitos não tenham parado por completo.

- Os vómitos vão parar em breve. Está com oito semanas, muito raramente eles persistem depois das doze semanas. Vamos deitar e preparar para fazer uma ecografia.

19 comentários:

Janita disse...

Com isto e com os actos, cá fica o pessoal todo em suspense até segunda...

Boa noite, Elvira.

noname disse...

:-)

Até segunda. Beijinho e bom fim de semana

Pedro Coimbra disse...

O que é que aí vem???
Bfds

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Estou a gostar.
Um abraço e bom fim-de-semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Tintinaine disse...

E assim vai a vida!
Bom fim de semana, fechada em casa, como mandam as regras!

Maria João Brito de Sousa disse...

Tudo bem, até aqui. Fico a aguardar os resultados do próximo capítulo.

Forte abraço, Elvira!

chica disse...

Só nos resta aguardar ,assim como a ele, que passem os tais enjoos...beijos, tudo de bom,chica

silvioafonso disse...

Você bem que podia adiantar alguma
coisa pra gente não conjecturar quanto
ao próximo capítulo, hein! (risos)
Beijos, Elvira. Beijos.

isabel disse...

Bom fim de semana!

rosa-branca disse...

Amiga Elvira, cá estou eu em pulgas para mais um episódio. Estou a adorar. Bom fim de semana. Beijinhos 😘😘😗😘

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Assim Teresa vai recuperando e pelo que me parece ambos a fortalecer o amor que já os une.
Um beijinho e bom fim de semana, com saúde.
Ailime

Cidália Ferreira disse...

Mais um interessante capitulo... Tudo em bem!:)

--
Olhar atento e saudoso...
-
Beijo, e uma excelente fim de semana.
Fiquem em casa, se puderem! :)

Manuel Veiga disse...

está criado o "clima" para o suspense...
gostei muito

beijo, amiga

Edum@nes disse...

Ontem não vim aqui, mas venho hoje. Teresa continua a ser tratada com todos os cuidos necessários que a sua gravivez exige.

Bom fim de semana amiga Elvira. Um abraço.

lourdes disse...

A coisa vai-se compondo, devagarinho, mas acho que antes dos bebés nascerem eles já terão percebido o que os une.
Fico a aguardar o que vais inventar daqui para a frente.
Bjs.

aluap disse...

Depois da eco será um alívio saberem que está tudo bem com os trigémeos. Será que vão ser idênticos?
Abraço.
Bom domingo.

teresa dias disse...

Tudo bem!!!
Espero pelo resultado da ecografia.
Beijo

João Santana Pinto disse...

Não foi premeditado mas calhou muito bem ler a história sem interrupções (sorrisos)

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Valeu à pena todos os cuidados dele para com ela e os bebês.
Abraços fraternos!