Então se esse era o amor maior, o que podia esperar dos outros.
Quando mais novo, procurara
esse amor, com ânsia, na tentativa de provar a si mesmo que era um homem como
os outros. Mas encontrou-o? Que nada. Encontrou mulheres capazes de jurar amor
eterno, enquanto ele se mostrava generoso, mas quando deixava de o ser, partiam
em busca de outro que satisfizesse os seus caprichos.
Por momentos recordou Glória,
a última mulher que mitigara as suas necessidades de homem jovem e saudável.
Tinha tanto de bonita, quanto de ambiciosa, e apesar da relação ter durado um
pouco mais que as anteriores, nunca em momento algum tocou o seu coração.
Excetuando Olga e a mãe, nunca
encontrara uma mulher em cuja sinceridade pusesse fé.
Então porque confiara em
Teresa? Porque não pusera um investigador em campo para que lhe fizesse um
relatório sobre ela e lhe mostrasse se era ou não confiável? Decerto que fora
pelo receio de que se ela o descobrisse, afastasse dele a hipótese de ter nos
braços o seu filho, ou porque isso a pusesse nervosa e pudesse prejudicar o
desenvolvimento do seu filho, não era de modo algum porque em pouco mais de uma
hora, ela tinha destruído a muralha que ele erguera, e mantivera intacta em
toda a sua vida, na relação com as mulheres. Ou seria?
Bom, a sua decisão estava tomada. Tinha sensivelmente oito meses, para a convencer de que o melhor para a criança seria um casamento entre os dois. Se ela não acreditava nos homens e ele não acreditava nas mulheres, podiam realizar uma união de amizade e respeito mútuo. De resto era a única hipótese que ele via de poderem criar a criança em conjunto. Afinal quando o bebé nascesse, ele estaria quase nos trinta e cinco anos, ela já tinha ultrapassado os trinta. Ambos eram empresários, responsáveis, encarariam o casamento como uma transação entre iguais. Por mais voltas que desse à cabeça era a única solução que lhe parecia viável. Ela dissera que como amigos podiam criar e educar a criança entre os dois. Mas isso só seria possível com os dois a viverem debaixo do mesmo teto. Era uma questão de lógica, não de amor, como Olga insinuava. Amor! Ela só podia estar a sonhar. Afinal ela era uma romântica que por qualquer razão que ele desconhecia, resolvera ficar solteira. Isso era algo que ele nunca entenderia. Porque é que uma mulher bonita, inteligente e simpática, sempre pronta a ajudar os outros, cujos olhos brilhavam quando via alguma criança, nunca se casara? Durante toda a sua meninice, e adolescência, ele viu vários tipos a rondar a sua casa, mas nunca a viu sair com nenhum. Passava a vida no emprego, e em casa com a mãe. A única exceção era a sua casa, onde ia muitas vezes. Na verdade, pensando bem, era ela e a mãe quem cuidavam da sua casa, já que o seu pai, saía para a oficina logo de manhã e regressava à noite, muitas vezes diretamente para a cama, sem se preocupar sequer se o filho tinha ou não jantado.
Passou a mão pelo cabelo, num
gesto habitual quando tomava uma decisão da qual não se afastaria.
15 comentários:
Vamos ver como aceita ela, esta ideia dele.
Boa noite, Elvira
Boa noite Elvira,
O que planeará ele?
A história está a tomar um rumo muito interessante.
Beijinhos,
Ailime
Dois corações magoados que se encontram.
Bfds (publiquei hoje as suas prendas)
Olá Elvira! Como se sente com mais um ano e um dia em cima?
Ontem, falei com o meu camarada Gomes que está no Lar das Misericórdias do Barreiro. Falar é um modo de dizer, pois ele, além de um pouco (?) afectado pelo Alzheimer, está surdo que nem uma porta. Mas soube que anda muito bem, passeia pelo Lar e é autónomo quanto à sua higiene e alimentação. Para quem está a pouca distância dos 100 é obra, vê-se que tem fibra de alentejano dos antigos.
Estou a gostar.
Um abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Vejamos a reação dela...Acho "vai dar samba",rs! beijos, lindo fds! chica
Todas as historias dão sempre certo .esta tambem tem tudo para dar certo. Boa sexta-feira
Dúvidas, dúvidas, dúvidas!
Beijo, Elvira.
Em princípio acho aceitável esta ideia do empresário.
Unidos em prol do bem-estar da criança, quem sabe com o tempo e a convivência, esse amor no qual nenhum deles confia, acabará por despertar nos seus corações...digo eu, que gosto muito de dizer coisas... :)
Um abraço e bom fds, Elvira.
Acompanhando deliciado
.
Cumprimentos
João pensa como será a melhor forma de criar o filho junto dele e da mãe. Se Terera pensar da mesma maneira. Então ambos estão caminhando ao encontro um do outro.
Bom fim de semana amiga Elvira. Um abraço.
Por ser sexta-feira, vim cá e gostei muito de a ler!
Talvez as solteiras sonhem a vida inteira...
Beijinho e bom fim-de-semana
Com as minhas ausências tenho que ir atrás e ler tudo o que escreveu antes. Mas, vale bem a pena!!
Esperando pelos próximos capítulos ;)
Um abraço, Elvira.
Muito adequado o pensamento dele, vamos ver se ela é da mesma opinião.
Abraços fraternos!
Eu diria que ele está insano (sorrisos), mas pago para ler a reação dela...
Como em todas as histórias, todos os caminhos e escolhas são válidos e este pode dar momentos extraordinários nos textos que se seguem... vou ler
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