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14.4.20

À MÉDIA LUZ - PARTE II




O advogado chegou e Sandra introduziu-o no gabinete do chefe. A reunião durou pouco mais de vinte minutos, não devia ser nada sério, já que ela não foi chamada, para tomar qualquer nota. Depois saíram os dois.
Sandra terminou os documentos que o chefe lhe pedira e entrou no gabinete para os deixar em cima da secretária.
Com mãos trementes, experimentou as gavetas. Estavam abertas.
Febrilmente foi verificando uma a uma, procurando nem ela sabia bem o quê. Qualquer coisa, que pudesse utilizar como uma prova.
Não encontrou nada. Passou a mão pela testa, e suspirando dirigiu-se para a porta.
Tinha sido uma estupidez, pensar que poderia encontrar alguma coisa ali “à mão de semear”.
As provas, se as havia, e ela acreditava que sim, estariam bem guardadas no cofre, e fora do seu alcance.
Uma lágrima rolou pelo seu rosto, e ela limpou-a com raiva. Lembrou-se do pai. Do seu olhar triste, do tremor das suas mãos, segurando as dela, e jurando-lhe inocência. Ela acreditava nele. Sabia que estava inocente. Mas estava há quase quatro anos, preso por desfalque. Fora condenado a dez anos, tinha ainda quase dois até chegar a meio da pena e tentar ganhar a liberdade condicional. Seu pai, era o contabilista daquela firma quando  desaparecera da mesma,  mais de meio milhão de euros. E os livros tinham sido rasurados, para emendar as contas. O que como era óbvio condenou o pai. Ele jurara que não o tinha feito, mas era evidente que quem o fizera, 
soubera bem como fazer, para o incriminar.  
Sandra sentia-se revoltada, queria provar a inocência do pai, mas não sabia como fazê-lo, por onde começar, nem de quem desconfiar, pois segundo o pai, várias pessoas podiam tê-lo feito. Porém quando soubera que Gabriel Santana, comprara a parte do seu sócio, e era agora o único dono da empresa, começou a pensar, se não teria sido ele, a desviar aquela importância, para fazer com que o sócio lhe vendesse a sua parte. Daí até se candidatar ao lugar de secretária, quando viu o anúncio, foi apenas questão de minutos. Felizmente para ela, a entrevista correra muito bem, sempre foi uma profissional competente e dedicada, como o atestava o seu anterior patrão, e não foi difícil conseguir o lugar.

17 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Pois, esta narrativa faz-me recordar pessoas muito reais.
E mais não digo...
Boa semana

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Mais uma historia para recordar dia a dia .

JAFR

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Está interessante.
Um abraço e uma boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Maria João Brito de Sousa disse...

Passando para acompanhar a história, deixo-lhe o meu abraço, Elvira.

Isa Sá disse...

Vamos lá continuar a acompanhar mais uma história.
Isabel Sá  
Brilhos da Moda

chica disse...

Gostando de reler...beijos, ótimo dia! chica

" R y k @ r d o " disse...

É sempre sedutor ir lendo e acompanhando a Estória

Uma semana de luz

Fá menor disse...

Ora muito bem! Vou gostar de re-acompanhar a história que se inicia.

Boa semana Pascal!

Beijinhos.

Janita disse...

Este episódio já me fez recordar algo, não posso dizer que me lembrei de todo o desenrolar da trama, que isso seria impossível no meio de tantas que por aqui tenho lido, mas sei que a acompanhei.

Aquela sua aparência antiquada deve ser para disfarçar a sua beleza natural e não atrair as atenções do fulano.

Amanhã, cá estarei.

Um abraço e até lá. :)

Edum@nes disse...

Enquanto Sandra procura algo que possa provar a inocência de seu pai. Eu continuo acompanhando este conto.

Tenha uma boa noite amiga Elvira.

aluap disse...

A Elvira escreve de uma forma que nos transporta para o cenário da história.
Abraço.

Cidália Ferreira disse...

Estou a gostar da estória! :)
-
Segue o meu imaginário ...
-
Beijos e uma excelente noite!
"Protejam-se"

redonda disse...

Estou-me a lembrar da história enquanto leio
um beijinho e uma boa noite

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Uma história empolgante, muito criativa e que prende o leitor.
Adorei.
Um beijinho,
Ailime

João Santana Pinto disse...

O enredo começou e surge um objetivo e a luta pela inocência do pai, primeiro suspeito o patrão, segundo a ex amante do patrão… terceiro, seria o pai da personagem principal ser efetivamente culpado, mas isso iria contra a moral que normalmente está por detrás dos textos da Elvira e que nos transportam para a esperança e o acreditar num mundo melhor, mais justo onde as oportunidades acontecem aos puros de coração.

Vou passar ao terceiro texto

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Gostando demais e tomara que ela consiga logo as provas da inocência do pai.
Abraços afetuosos!

teresa dias disse...

Continuo a gostar e já «presa» à trama.
Muito bom, Elvira.
Beijo.