CONVERSANDO COM O LEITOR.

Terminou ontem a reedição de uma história que já tinha contado há anos. Vidas Cruzadas, terminou com um final feliz como vocês escreveram nos vossos comentários. Isso para mim, que a escrevi, não foi o mais importante. O que tentei mostrar através dela, foi as vivências de outros tempos, para aqueles que nasceram numa época tão avançada que têm a ilusão de que o mundo sempre foi assim. E não é verdade. Não há mais 70 anos , só meia dúzia de casas, pertencentes a uma certa esfera social, tinham casa de banho, e água canalizada. O consultório médico com o aparelho de radioscopia, que descrevo na história, era o do doutor Agostinho, o único com semelhante aparelho no Barreiro e arredores, quando o próprio hospital do Barreiro era apenas um projeto, que só passou a realidade no final de 1959. A história passa-se pois na então vila, hoje cidade do Barreiro, e em S. Pedro do Sul, mais propriamente nas Termas dessa vila.

Nessa época não era difícil a troca de análises. eu mesma fiz umas aos 15 anos, ainda uma virginal menina, que me deram um resultado de gravidez. Claro que a minha mãe exigiu ao laboratório outras análises, e o diagnóstico foi corrigido. Nesta história o Pedro foi feliz, mas não podemos esquecer a morte do outro jovem. E por muita evolução que o mundo tenha tido, todos os dias continuam a morrer pessoas com esta doença maldita.

Tenho uma nova história mais ou menos a meio, o tempo e a disponibilidade para escrever praticamente não tem existido, entre consultas, aulas, fisioterapia e visitas à nova netinha. De modo que não sei quando vos contarei uma história nova.

Resta-me lembrar, que amanhã é dia de eleições, e peço a todos os amigos portugueses que por aqui passarem, que não deixem de cumprir esse dever.  Em homenagem a todos os que deram a vida para que pudéssemos ter esse direito, seja qual for a vossa ideologia, não se abstenham. Lembrem-se, quem não cumpre com esse dever, não tem qualquer moral para reclamar direitos.

Bom feriado. E VIVA A REPÚBLICA