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30.8.21

SINFONIA DA MEMÓRIA - PARTE XII

 


O menino que conversava animado com a mãe, sobre as peripécias da festa de aniversário do seu amiguinho, calou-se quando entrou na sala, olhando espantado para o homem que ali se encontrava. A mãe, deu-lhe a mão e disse:

- Diogo, este é Fernando, um amigo da mãe, que veio passar uns dias connosco.
- Olá campeão, - disse ele ajoelhando para ficar à altura do menino e estendendo-lhe a mão. A tua mãe fala muito de ti, mas não pensei que fosses um menino tão bonito.
Sorrindo o garoto estendeu a mão, mas depois como quem muda de ideia, estendeu os braços para o pescoço do homem e deu-lhe dois beijos. 

Surpreso Fernando retribuiu o abraço tentando esconder a emoção, sem saber se sempre tinha sido assim sensível, ou se isso se devia ao acidente.

- Vamos filho, deixa o Fernando sossegado, está quase na hora de jantar, e tens que tomar banho.
-Jantar? Eu não tenho fome, mamã.
- Calculo. Mas pelo menos tens de comer uma sopa. Anda, vamos tomar banho.

Os dois afastaram-se, deixando Fernando inquieto. Aquilo não podia estar a acontecer, era demasiado surrealista, decerto era um sonho do qual acordaria em algum momento.

Tentou embrenhar-se na leitura, mas não conseguiu. Desde que recuperara a consciência, não lhe saía da cabeça a mesma pergunta. Quem raio era ele, e como fora aparecer numa estrada deserta, meio morto? 

A polícia dissera que não foi encontrado nas redondezas, nenhum automóvel acidentado. Teria ido a pé, e alguém o atropelara? Mas para onde ia a pé, se a polícia dissera que do local onde fora encontrado, até à cidade iam dez quilómetros? 

Por outro lado, também lhe disseram que as suas roupas embora meio despedaçadas, eram roupas caras. As suas mãos também não eram mãos de trabalhador. Então  quem raio era ele? E onde estava o carro? E porque ninguém avisava a polícia do seu desaparecimento? Será que ele era sozinho no mundo? Eram demasiadas perguntas sem resposta.

O menino voltou para a sala, de pijama e robe, e a mãe avisou que ia aquecer a comida para jantarem. Ele pousou o livro e dando a mão ao menino, disse.
-Vamos ajudar a mãe, campeão?
- A mamã não me deixa ajudar, desde que uma vez quebrei um prato, -
lastimou-se a criança.



12 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Conquistar o filho para conquistar a mãe?
Boa semana

Tintinaine disse...

Boa semana, Elvira, que aqui está com cara de chuva! Já se sente o fresquinho do Outono à beira-mar!

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história e desejar uma ótima semana!


Isabel Sá
Brilhos da Moda

chica disse...

Lindo encontro dos dois e parece se dando muito bem... beijos, linda semana! chica

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Mais um belo capitulo.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados

Janita disse...

Quem os ouvir assim falar, em ambiente tão harmonioso, pensará tratar-se de uma família unida e feliz...:)

Um abraço e boa semana, Elvira.

noname disse...

Para quando o próximo capítulo? Esta espera desespera-me ahahahah

Beijinho, Elvira

Às margens de mim. disse...

Encontros e reencontros acontecem todos os dias. Que assim sejam!
AbraÇo!

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Coitado do Fernando! A sua cabeça deve ser um turbilhão de emoções e sentimentos!
Acompanhando e gostando bastante da história.
Beijinhos e uma boa semana.
Ailime

Duarte disse...

Sempre é bom recordar...
Desejamos que sigais melhorando.
Um grande abraço nosso.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Criança é pura e sabe distinguir uma pessoa boa.
Abraços!

teresadias disse...

Lindo o encontro entre o «desconhecido» e o pequenito.
Elvira, ainda não disse mas digo agora, mais uma história bem contada, que já me cativou.
Beijo