Os dois homens, entraram na sala, enquanto Anabela se dirigia à cozinha
para avisar Isilda de que podia levar a merenda à salinha e perguntar se ela
precisaria de alguma ajuda para o jantar. Depois subiu ao seu quarto despiu a
bata, tomou um duche e vestiu um conjunto de lã cor-de-mel.
Como Isilda dissera que não precisava da sua ajuda, e o dia apesar do frio intenso, se apresentava bonito, resolveu dar uma volta pela quinta. Hesitou entre o casaco de fazenda grossa, castanho e o casaco parka verde-azeitona, acabando por escolher o último por ser mais quente. Calçou as botas e sentindo-se confortável, desceu as escadas e saiu.
Olhou o relógio. Quatro e meia da tarde.
No fim do ano, os dias eram bem curtos e não tardaria a cair a noite. De
qualquer modo ela não sairia da quinta, precisava apenas esticar um pouco as
pernas e para ser sincera consigo mesma, também não se sentia muito à-vontade com os dois homens. Peter era
simpático, extrovertido e um pouco brincalhão, diferente de Tiago que era um
homem sério e muito intenso. Curioso como dois homens tão diferentes podiam ter
uma relação de amizade, tão forte. Talvez fosse verdade a história de que polos
opostos se atraem.
A bem da verdade, não era Peter quem a inibia, mas sim Tiago. Ela não sabia que se teria passado naqueles dois dias que esteve ausente, para as festas de Natal, mas embora Isilda, não se tivesse apercebido de nada especial, ela sabia que alguma coisa acontecera, e tinha de ter sido muito importante, porque o doente que ela deixara, não era o mesmo que encontrara.
A indiferença que ela lia nos olhos dele, tinha sido substituída por algo que ela juraria ser... desejo, talvez paixão. A rebeldia tão frequente anteriormente, tinha desaparecido. Tiago estava muito mais calmo, aceitava sem contestar e executava com entusiasmo todos os exercícios que ela lhe mandava fazer. Às vezes, Anabela tinha mesmo de se impor, a fim de que o entusiasmo masculino, não o levasse a cometer nenhum excesso que viesse a prejudicar o que já tinham conseguido.
Tinha de telefonar ao doutor Azevedo. A sua presença ali, já não se
justificava, embora Tiago ainda tivesse de fazer mais algum tempo de fisioterapia,
já podia fazê-lo em qualquer clínica, pois mesmo que ainda não pudesse conduzir,
Joaquim que era um verdadeiro faz-tudo na propriedade, podia conduzir por ele.
Afinal era ele que o fazia, sempre que era necessário ir às compras.
A noite caíra e com ela o frio intensificara-se. Anabela levantou o capuz, tentando proteger-se e iniciou o regresso a casa. Talvez Isilda precisasse de ajuda na
cozinha. Na quinta, o jantar era servido
mais cedo que na cidade, e eles tinha em casa um convidado.
9 comentários:
Hummm, ela vai fugir...
Boa noite, Elvira
O frio convida a algumas intimidades...
Ela ainda não se deu conta,mas Tiago sabe o que quer agora! beijos, chica
Bom dia
Vai começar o suspense !
JR
Estou a gostar do doutor paralítico que sentiu o corpo bulir e já sonha com a Anabela toda nua na sua cama!
O mundo rodopia sem nunca parar!
Está a ficar muito interessante a história, Elvira!!!! Beijinhos e espero que tudo esteja a correr bem por aí.
Emilia
O Amor, e todos os sonhos e desejos que tal sentimento acarreta, opera milagres no corpo e na alma de quem o sente.
Um abraço Elvira.
PS- Fartei-me de rir com o comentário do Tintinaine...aquele senhor não existe!! eheheheh
A passar por cá para acompanhar a história!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Boa noite Elvira,
Magnífico capítulo que nos dá conta dos progressos de Tiago e da possível paixão pela sua fisioterapeuta.
Um beijinho e saúde.
Ailime
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