Durante meses, esteve de baixa com antidepressivos e apoio
psicológico.
Porém, foi mais no apoio de Paula e do marido, bem como na
ternura da pequena Patrícia que adorava a “madinha” do que no tratamento, que
Anabela acabou encontrando o equilíbrio para a sua alma atormentada.
Logo que se sentiu melhor, Anabela procurou um advogado e
entrou com o pedido de divórcio.
Mas aí, Óscar voltou com as suas ameaças. Ultimamente dera em beber e tornara-se muito mais agressivo. Chegou a esperá-la à porta do hospital ameaçando que a mataria se ela decidisse ir para a frente com o divórcio.
Ela respondera-lhe que a esquecesse que ela faria o mesmo. Então ele
apertara-lhe brutalmente um braço, enquanto lhe encostava uma faca ao pescoço e
lhe dizia que se ela não fosse dele não era de mais ninguém.
Ela fora à polícia, com as marcas bem visíveis no braço e
dera queixa dele. Dissera que ele era muito violento e que ameaçava matá-la.
Ele fora levado à presença do juiz e fora proibido de se aproximar dela.
Anabela queria prosseguir com o divórcio, mas tinha medo dele.
Estudada a situação, decidiu abandonar o hospital e a cidade. Felizmente ela nunca lhe contara sobre o dinheiro que tinha numa outra conta, noutro banco, uma boa poupança, dinheiro que sobrara da venda da propriedade, que a “avó Arminda” lhe deixara e cujas aplicações lhe foram rendendo bons juros ao longo dos anos.
Tinha intenção de o fazer depois de casada, quando estabilizasse no emprego, mas a descoberta do vício do marido, fez com que resolvesse não lhe contar.
Esse dinheiro lhe seria útil para pagar ao advogado que estava a tratar do
processo de divórcio e para se afastar da cidade. Paula pusera à sua disposição
o apartamento de férias que tinha em Lagos e ela partira uma manhã, depois de
ter pedido uma licença sem vencimento no hospital.
Durante dois meses, procurou sem conseguir, esquecer o caos em que se tinha tornado a sua vida. Tinha ido para a cidade com tantos sonhos, com tanto desejo de conseguir um bom emprego de formar uma família, de se sentir amada.
Tinham-se passado doze anos, ela tinha tirado dois cursos, era
considerada por todos como uma boa profissional, por médicos e doentes, mas a nível
pessoal, todos os seus sonhos se transformaram em pesadelos.
Com a notícia recebida essa manhã, ela era enfim uma mulher
livre. Nada mais tinha a recear do marido, mas perdera a confiança no sexo
oposto e nunca mais deixaria que o seu coração lhe pregasse a partida de se
envolver de novo numa relação.
9 comentários:
O álcool fez tantas vítimas como ela.
E continua a fazer.
Vícios que destroem a pessoa e quem está em redor.
Bfds
Como diz o povo, há males que vêm por bem, a morte do bicho libertou-a da cruz que carregava.
Bom dia (com muito frio)!
A passar por cá para acompanhar a história!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Livrar-se de uma bomba como ele ,nada melhor pra reconstruir sua vida
!Que aproveite a liberdade! beijos, ótimo fds! chica
Diz o povo e com razão: "Não há bem que sempre dure nem mal que não acabe". Esperemos que Anabela encntre a felicidade.
Mas, o que representa a Felicidade se não houver alguém que nos ame e a quem amemos? A realização profissional é muito, mas não é tudo.
Esperemos que Anabela no seu trauma amoroso, ao deperdice a chance de ser feliz no amor, se ele lhe surgir de novo.
Peço desculpa Elvira. Espero nao me arrepender desta chamada de atenção, mas, parece-me que houve troca no título deste capítulo.
ENCRUZILHADA, foi outra novela que já por cá passou.
Esta agora traz-nos "Cicatrizes na Alma".
Um abraço e um bom fim de semana.
Janita:
A minha gratidão pela chamada de atenção. Como eu disse esta história não está acabada. Quando comecei a escrever batizei-a de "Encruzilhada" provisoriamente. Depois alterei o nome. Como anteontem não dormi para fazer ontem um exame com prova de sono, quando publiquei o capítulo troquei o nome.
Já fiz a emenda.
Uma vez mais muito obrigada.
Abraço
Há vidas assim, tramadas!
Tudo vai mudar a partir de agora. Vai, Elvira?!
Beijo, feliz fim-de-semana.
Ora essa, amiga. Estas coisas acontecem.👍
Um forte abraço e as suas melhoras.
Boa noite Elvira,
Uma vida sofrida a de Anabela.
Vamos ver se ela ainda encontra a felicidade que merece.
Beijinhos e saúde.
Ailime
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