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16.1.23

CICATRIZES DA ALMA - PARTE VI



 

Anabela, foi à cozinha, apanhou a roupa que pusera a enxugar na véspera, e levou-a para o quarto, onde as meteu na mala com a restante roupa, deixando de fora apenas aquela que iria vestir para a viagem. Retirou os lençóis da cama, e meteu-os num saco de plástico para levar para lavar e fez a cama de novo com os lençóis da casa, que tinha retirado quando chegara. 

Foi à casa de banho e limpou-a, não sem antes retirar e guardar todos os seus produtos de higiene. Depois despiu o robe e vestiu-se, metendo o robe no saco com os lençóis sujos. Deu um olhar ao espaço a ver se não se esquecia de nada, pegou nas suas coisas e levou-as para junto da porta. Verificou uma vez mais as janelas e as restantes divisões, e saiu.

No elevador carregou no primeiro andar e entregou as chaves à dona Julieta, sogra da Paula, dizendo-lhe:

- Bom dia. Tenho de regressar inesperadamente. Deixei o frigorífico ligado pois tenho lá carne e um polvo. Está demasiado calor para levar na viagem, nem sequer tenho uma geleira. E é um crime deitar fora, a senhora pode aproveitar. Peço-lhe que vá lá buscá-los e de seguida desligue o frigorífico.

- Obrigada. Mas que pena, ter de ir já, o tempo está tão bom para a praia.

- Bom, tenho de ir. Quer que leve alguma coisa à Paula?

- Na verdade, para ela não, mas tenho ali uma casinha de bonecas para a minha neta. Como ela faz anos para a semana e provavelmente só a vou ver para o Natal...

-Então vá buscar. A mãe guarda-a até ao dia de aniversário e ela vai ficar radiante.

A senhora foi até à sala e voltou com um embrulho enorme dizendo:

-Eu vou até lá abaixo ao carro, consigo. Isto não pesa, mas é grande e tem as suas coisas para levar.

Minutos mais tarde, Anabela tinha guardado tudo no carro e despedia-se de dona Julieta com um abraço.

-Obrigado, por tudo.

-Vá com Deus, minha filha. E diga lá à minha gente que estou cheia de saudades.

Anabela entrou no carro, levantou o braço e com um último aceno para a senhora que continuava na entrada do prédio, partiu em direção à baixa, onde pretendia dejejuar antes de seguir viagem.

11 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Continuando a acompanhar mais este produto da sua imaginação.
Boa semana

Ailime disse...

Bom dia Elvira,
Sempre criativa.
Acompanhando com prazer esta bela história.
Beijinhos e saúde.
Ailime

Tintinaine disse...

Muito arrumadinha a nossa Anabela!
Uma boa semana e cuidado com o frio que vem aí, pois pode trazer algumas gripes!

chica disse...

Sempre rica em detalhes que fazem a história Muito bom! beijos, chica

" R y k @ r d o " disse...

E assim se escrevem com classe fascinantes contos.
.
Saudações poéticas.
.

Jaime Portela disse...

Estou a gostar dos primeiros capítulos.
Boa semana, amiga Elvira.
Um beijo.

teresadias disse...

Continuo encantada, Elvira.
Venham mais capítulos.
Beijo, boa semana.

Cidália Ferreira disse...

Mais um episódio interessante! :)
.
Coisas de uma Vida
.
Beijos. Uma excelente semana.

Teresa Isabel Silva disse...

Passando para acompanhar com a curiosidade habitual!

Bjxxx
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Janita disse...

Algo me diz que uma vida nova vai começar para a nossa heroína.
Tomara que a morte do traste, lhe traga paz de espírito.

Elvira, por favor não leve a mal, mas agora, ao olhar para os temas das etiquetas, vi que até o polvo faz parte deles. Lembrei-me logo do cigano maltês, ou eja, o polvo nosso amigo! :))

Abraço, boa semana.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Maravilha de capítulo, vida nova se vislumbra!
Abraços!