Após uma rápida observação, verificou que estava vivo, embora talvez não por muito tempo, pois além de poder ter alguma coisa partida, poderia ter uma hemorragia interna, e se assim fosse não teria muito tempo de vida. Presa de súbita urgência, ligou para o número das emergências. Identificou-se e deu as indicações sobre o acidente e as coordenadas do local onde se encontrava. Depois levou o filho para o carro, ligou o motor e aproximou o carro do sinistrado, deixando os faróis acesos para que o iluminassem. Pegou na sua mala, e na echarpe que tinha no banco traseiro, e voltou para junto do homem. Com o tecido improvisou um colar que passou à volta da cervical do homem, despiu o casaco que colocou na estrada, e só então com extremo cuidado o virou. Viu-lhe o pulso. Muito fraco. Desapertou-lhe a camisa, e os seus dedos ágeis e treinados percorreram cada cm do tórax dele.
Pegou no telemóvel e voltou a ligar para a emergência.
- Por favor, fala a doutora Helena Correia. Acabei de observar o sinistrado. Há rotura do baço, hemorragia interna e duas costelas fraturadas. O pulso está muito fraco, e também está ferido na cabeça. É importante que avisem o hospital mais próximo para que preparem tudo para uma cirurgia de urgência, assim que a ambulância chegar. Não sei há quanto tempo se deu o acidente, pode não restar muito tempo para a cirurgia de extirpação do baço. A ambulância está a chegar, - disse ao vê-la aproximar-se a toda a velocidade.
- Vamos tratar já de avisar o hospital. A doutora não poderia seguir a ambulância até lá?
- Vou tentar, mas não poderei demorar, tenho comigo o meu filho de cinco anos, cheio de sono.
Os bombeiros chegaram e rápidos e cuidadosos, prepararam o homem para o transporte, arrancando de seguida rumo ao hospital, seguidos pelo carro da doutora.
Quando lá chegaram, já a equipa médica estava a postos para a cirurgia. Helena prestou todos os esclarecimentos relativos a como encontrou o sinistrado, que se verificou estar sem documentos, deu o seu nome e morada, bem como do hospital onde trabalhava, para a contatarem, caso fosse preciso. Porém, como pela urgência do momento não aguardaram pela chegada da polícia, ainda teve que aguardar que o polícia de serviço no hospital, registasse a ocorrência, e examinasse o seu carro, para verificar se havia indícios de ter sido ela a atropelar a vitima, e só depois foi autorizada a regressar a casa.
9 comentários:
O meu pai, que não é médico, passou por embaraço semelhante ao pé de Souselas.
Boa semana
A passar por cá para acompanhar a história!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Afinal, parece que já li esta novela. A cena do ferido na estrada avivou-me a memória.
Bem vinda de regresso ao Barreiro e espero que a razão do regresso antecipado não seja nada de muito grave.
Uma boa semana!
Isto promete :)
Bom dia, Elvira
Sorte a do acidentado ter sido uma médica a passar pelo local do acidente. O destino lá vai tecendo as suas malhas...quem sabe...?
Amiga Elvira, desejo que os motivos do regresso não sejam graves. As melhoras e um forte abraço.
Boa tarde Elvira,
Felizmente que foi uma médica a encontrar o sinistrado!
Como sempre muito bem contada a história com o suspense necessário.
Beijinhos e uma boa semana.
Ailime
Oi Elvira
Voltei os capítulos anteriores e vou conseguir acompanhar o conto que me parece muito interessante ,como sempre . E cheio de percalços .
Grande abraço e bons dias, agora já refeita né?
Cuide-se, querida.
Muito legal essa história!
Beijos!
Elvira, aplaudo a sua fluência de escrita.
E cá continuo, a querer saber mais e mais.
Bjs
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