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17.2.21

SONHO AO LUAR - PARTE XVIII

 

- Esperava esclarecer tudo na volta. Mas então fugiste e não me atendias o telefone. Fui ter com a tua avó e abri-lhe o coração. É por isso que estou aqui.
- Meu Deus! – Exclamou a jovem, incapaz de entender, tudo o que ele lhe dizia.
- Desnudei-te a minha alma, Isabel. Agora é a tua vez. Porque foste até mim, com um nome falso? Porquê, abandonares a tua carreira de advogada, para estares ao meu lado?
- Tenho mesmo que to dizer? Não basta a humilhação que sofri há dez anos?

Pôs-se de pé. Doía-lhe o peito, ardiam-lhe os olhos, tremiam-lhe as mãos. Ele pôs-se igualmente de pé, aproximou-se dela, pôs-lhe as mãos nos ombros e fitou-a com seriedade.
- Santo Deus, Isabel! Que querias que eu fizesse? Que tomasse o que com tanta generosidade me oferecias? Seria monstruoso. Eras uma menina. Tinhas só dezasseis anos.

- Mas nunca mais me procuraste. E passaram dez anos, - queixou-se ela.
- Nos primeiros cinco anos esperei com ansiedade que voltasses. Todos os anos no verão, telefonava aos amigos, perguntava por ti. Se me tivessem dito que tinhas regressado, eu voltaria imediatamente. Para ti, para o teu amor.  Mas tu não voltaste. Então, pensei que o que te tinha movido, tinha sido apenas um impulso, uma criancice de menina que desponta para a vida e se confunde com o que sente. Pensei que estarias arrependida, e nem me querias ver. Tentei esquecer-te e dediquei-me à escrita. 

Depois tive o acidente, e já não fazia sentido procurar-te. Fiquei tão feliz quando apareceste. Tentei que falasses, logo no primeiro dia, quando te perguntei se não nos conhecíamos. Mas fingiste que não. Que podia eu fazer senão seguir o teu jogo, e aguardar?

-Mas disseste que eu era uma irmã, - queixou-se
- Foi por isso que fugiste? Porque eu disse que dez anos atrás, tinha tido uma amiguinha a quem amava como irmã? Não te parece uma maluquice, ter ciúmes daquela miúda?
-Não foram ciúmes. Foi o pensamento de que nunca seria, mais para ti. do que uma irmã.

13 comentários:

Pedro Coimbra disse...

San Tai Kin Hong
(Votos típicos de Ano Novo Lunar e que significam boa saúde durante o ano).

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história.
Isabel Sá  
Brilhos da Moda

Ailime disse...

Bom dia Elvira,
Agora que parece ter ficado tudo esclarecido entre os dois, vamos aguardar o próximo capítulo.
Beijinhos e ótimo dia com saúde.
Ailime

Tintinaine disse...

Pensei que leria, hoje, o final desta novela, mas vou ter que esperar.

chica disse...

As coisas sendo colocadas às claras! Lindo! beijos, chica

Maria João disse...

Os nós vão-se desenredando pacificamente, por enquanto...

Muita saúde e um forte abraço, Elvira!

teresadias disse...

Tudo esclarecido, venha um brinde ao amor.
Hum, a Isabel não está muito convencida.
Beijo.

noname disse...

A vida é cheia de caminhos de pedra e escolhas difíceis.

Bom dia, Elvira

Beatriz Pin disse...

A historia está chegando a fim. Eu gosto ler porque me distrae e também porque aprendo, ainda que pouco a pouco, a familiarizarme co idioma, cas diferenzas do nosso idioma, quero dizer.
Um prazer, como sempre, querida Elvira. Obrigada por enviar-lhe o conto á minha amiga. Não sei se ela agradeçeu ja. Disse que não puido abrir.

Teresa Isabel Silva disse...

Gosto de acompanhar esta história!

Bjxxx
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Janita disse...

Como é a falar que as pessoas se entendem, espero que ambos esclareçam tudo, pois dez anos já foi tempo de afastamento suficiente. Todos queremos ver a Isabel realizar esse seu velho sonho: Ser amada pelo homem que sempre amou... :)

Um abraço e uma boa noite, Elvira.

Edum@nes disse...

Para sempre serem felizes. O destino os juntará. Se dúvidas haviam já as não há!

Continuação de boa semana. Um abraço.

João Santana Pinto disse...

Um momento de algum dramatismo no meio do romance, muito bem colocado. Já nos tinha oferecido a explicação do passado e agora está a criar as possíveis bases para o avançar deste romance que marca um sonho a dois, que marca a evolução de um amor jovem dez anos depois.

Um abraço