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22.7.17

SINFONIA DA MEMÓRIA - PARTE XII


O menino que conversava animado com a mãe, sobre as peripécias da festa de aniversário do seu amiguinho, calou-se quando entrou na sala, olhando espantado para o homem que ali se encontrava. A mãe, deu-lhe a mão e disse:
- Diogo, este é Fernando, um amigo da mãe, que veio passar uns dias connosco.
- Olá campeão, - disse ele ajoelhando para ficar à altura do menino e estendendo-lhe a mão. A tua mãe fala muito de ti, mas não pensei que fosses um menino tão bonito.
Sorrindo o garoto estendeu a mão, mas depois como quem muda de ideia, estendeu os braços para o pescoço do homem e deu-lhe dois beijos. Surpreso Fernando retribuiu o abraço tentando esconder a emoção, sem saber se sempre tinha sido assim sensível, ou se isso se devia ao acidente.
- Vamos filho, deixa o Fernando sossegado, está quase na hora de jantar, e tens que tomar banho.
-Jantar? Eu não tenho fome, mamã.


- Calculo. Mas pelo menos tens de comer uma sopa. Anda, vamos tomar banho.
Os dois afastaram-se, deixando Fernando inquieto. Aquilo não podia estar a acontecer, era demasiado surrealista, decerto era um pesadelo do qual acordaria em algum momento. Tentou embrenhar-se na leitura, mas não conseguiu. Desde que recuperara a consciência, não lhe saía da cabeça a mesma pergunta. Quem raio era ele, e como fora aparecer numa estrada deserta, meio morto? A polícia dissera que não foi encontrado nas redondezas, nenhum automóvel acidentado. Teria ido a pé, e alguém o atropelara? Mas para onde ia a pé, se a polícia dissera que do local onde fora encontrado, até à cidade iam dez quilómetros? Por outro lado, também lhe disseram que as suas roupas embora meio despedaçadas, eram roupas caras. As suas mãos também não eram mãos de trabalhador. Então onde estava o carro? E porque ninguém avisava a polícia do seu desaparecimento?Será que ele era sozinho no mundo? Eram demasiadas perguntas sem resposta.
O menino voltou para a sala, de pijama e robe, e a mãe avisou que ia apenas aquecer a comida para jantarem. Ele pousou o livro e dando a mão ao menino, disse.
-Vamos ajudar a mãe, campeão?
- A mamã não me deixa ajudar, desde que uma vez quebrei um prato, -
lastimou-se a criança.




14 comentários:

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história!

Isabel Sá
Brilhos da Moda

Joaquim Rosario disse...

Simplesmente emocionante e adorável !!!
JAFR

Tintinaine disse...

Também estou a fazer a minha parte nesta história, ler.
Bom fim de semana.

chica disse...

Ficarão amigos ele e o menino? Lindo de ler e imaginar! bjs praianos,chica

PAULO TAMBURRO. disse...


Olá,ELVIRA,

sou o seu mais novo seguidor , exatamente o de número 270!
Deixo aqui a chave na porta do meu perfil, para que você consiga abri-la sempre que quiser.
Cheguei até você através do excepcional blog "Escrevinhados da vida" da Smareis, no qual li uma postagem sua.
Voltarei mais tarde a este seu blog porque quero ler todos os capítulos já publicados de Sinfonia da memória.
E como também sou blogueiro estou lhe convidando para conhecer os meus e quem sabe você goste?
Um abração carioca.

Edum@nes disse...

Se ninguém comunicou o seu desaparecimento. Se foi encontrado ferido e abandonado num estrada. Se calhar foi alguma amante que se quis ver livre dele. Deu-lhe uma boleia no seu carro, atirou com ele para a estrada e pôs-se em fuga?

Tenhas umas boas ferias, e bons mergulhas amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.

FILOSOFANDO NA VIDA disse...

Linda história que me deixou curiosa. Também imagino que alguém fez isso pensando em da um fim ou se ver livre dele.
Parabéns, escreves muito bem.
Abraços, fica na paz de Deus.

Anete disse...

Desejo que esteja em ótimas férias...
Um capítulo que traz muitas expectativas...
Abçs

aluap disse...

Outra vez nas mãos do "Fernando". Será ele músico, Elvira? Um pianista?
Que recupere rápido a memória, seria um milagre do Natal.

Boas férias.
Um abraço.

Cantinho da Gaiata disse...

Estou a gostar muito, mas será que algum dia ele se vai lembrar? Acho que sim, quero saber tudo...😂
Bjs

Odete Ferreira disse...

Terminadas as férias, cá estou a atualizar a leitura da história.
Bjinho :)

redonda disse...

Bem o menino ter gostado dele assim pode querer dizer que ele é mesmo boa pessoa...espero...

Rosemildo Sales Furtado disse...

Pela forma carinhosa como ele trata o menino, demonstra já ter experiência no trato com crianças. Será com filho(s)? Continuo gostando.

Abraços,

Furtado

Berço do Mundo disse...

Já parecem uma família