As duas filhas do Manuel, na última foto antes da saída para a Igreja em 1975
Em Julho, numa nova carta, a filha dizia que o pedido do marido tinha sido deferido, e por isso já não saía da Marinha. O Manuel suspirou de alívio, pois começavam a chegar os navios carregados de gente , anteriormente residente nas colónias e que fugiam da guerra civil que se avizinhava, com os vários partidos de libertação a lutarem todos pelo mesmo objectivo. A cadeira do poder, pós independência.
O resto do ano e os primeiros meses do seguinte, foram de grande preocupação para o Manuel e mulher. Por um lado, tinham a filha mais nova, entusiasmada com os preparativos do casamento, que se realizaria logo que a irmã chegasse. É que em princípio a filha ficará a viver lá em casa após o casamento, e é preciso fazer algumas alterações, porque uma coisa é um casal a viver com os filhos numa casa e outra bem diferente, são dois casais a viver na mesma casa, mesmo esta sendo bastante espaçosa como a que eles habitavam.
Por outro, todos os dias os retornados traziam novas de histórias de horror e guerra, muitos chegavam apenas com a roupa que tinham vestida, tal a pressa com que fugiram, apenas interessados em salvar a vida.
As cartas da filha, iam chegando regularmente, mas se havia um atraso, já eles ficavam numa aflição.
A falar verdade, eles só ficaram descansados, quando em Março de 75, foram ao aeroporto e viram a filha e o genro, saírem do Boeing 707, recém chegado de Angola.
Poucos dias mais tarde, a família está toda reunida para assistir ao casamento da segunda filha do Manuel, que se realizará em Lisboa.
Entretanto a filha mais velha já alugou casa, por sinal a poucos metros da casa paterna.
Finalmente o casal, tem os filhos todos perto, e pode viver agora um pouco mais descansado.
Quase no final de 75, a filha mais nova anuncia que está grávida. O Manuel e a mulher ficam radiantes com a notícia do primeiro neto. Agora eles já sabem que a filha mais velha, tem mantido ao longo dos seis anos de casada uma luta árdua contra a esterilidade, sem sucesso até à data.
17 comentários:
Também casei em 75...em
Angola!
É bom recordar...mesmo o menos bom!
Bj
Também casei em 75...em
Angola!
É bom recordar...mesmo o menos bom!
Bj
É bom ver a família reunida! Os anos passam e cada vez mais queremos ter por perto quem amamos.
Abraço Elvira
O regresso para muitos foi uma tragédia, para outros foi uma luta para se reerguerem de novo. As famílias nem sempre foram uma grande ajuda, a política tinha envenenado as relações e as culpas eram sempre de quem chegava.
Abraço do Zé
Reunidos de novo, que alegria :)
Uma história feliz!
Foron tempos complicados pero as pequeñas noticias como a vinda dun netiño sempre axudan a pasar os malos tragos.
Ter a família toda reunida
é o melhor que se pode ter na vida
Um neto vem a caminho... Tomara que a outra também consiga engravidar brevemente...
Torcendo pelas próximas novidades!
Uma boa 5a feira, Elvira. Beijinhos
Uma vida que nasce no meio do turbilhão.
Passando para acompanhar a história e desejar um ótimo feriado!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Linda e marcante foto e que bom os momentos de felicidades chegando, família junta e ainda a gravidez desejada! beijos, lindo dia! chica( obrigadão pelos votos para o Kiko)
É a vida...
Sem tirar nem por.
Um à parte sobre a foto: antigamente parece que todas as fotos tinham o mesmo cenário, os vestidos eram todos parecidos, os ramos também :) É curioso existir assim um fio comum que marca uma época.
Os meus pais estiveram entre essa multidão de desgraçados, que chegaram a Portugal praticamente só com a roupa do corpo. E aqui estamos nós, vivos e saudáveis.
É preciso ter coragem para recomeçar.
Abraço
Ruthia d'O Berço do Mundo
Lindas as meninas!!!
Bjinho(s) :) :)
Já ando novamente por aqui. Há dias tão atarefados e eu gosto de vir aqui com muita calma e usufruir bem deste momento.
Beijinhos
e bom fim de semana querida Elvira
Adorei a foto :)
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