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2.4.19

UM HOMEM DIVIDIDO - PARTE XV





Eduardo terminara o seu dia de trabalho. Antes de sair perguntou a Susana se o cunhado estava no escritório. Após a confirmação da secretária, abriu a porta e perguntou:
- Posso entrar?
- Entra e senta-te. Queres alguma coisa?
- Eu e o Júlio marcámos a escritura para o dia vinte e seis. Espero que possas ir connosco. Dia trinta é o aniversário do nosso casamento, e prometi à tua irmã que estaria cá nessa altura para uma comemoração especial.
- Bom, a respeito disso temos que conversar. Quero que essa data seja memorável para os dois. Tira uma semana de férias para poderem ter a lua-de-mel que não puderam ter na altura. É o meu presente, uma bonita festa, com renovação de votos, seguida de uma semana de lua-de-mel, no sítio que escolhas. Só gostava que não dissesses nada à Gabi, a fim de que fosse uma surpresa.
- Isso seria maravilhoso, mas e o Pedro? Não pensaste nele?
- Claro que sim. Pode ficar com a avó. Tenho a certeza de que a minha mãe ficaria encantada, e eu me encarrego de o levar e ir buscar à escola.
- É um sonho, mas um sonho muito caro.
-E para que serve o dinheiro senão para realizar os nossos sonhos? Quando vocês casaram, a minha ajuda não passou de uma ninharia. Nem sequer pude vir assistir ao casamento. Vou fazer de conta que se casam agora. Quero ver a vossa felicidade. Amanhã sem falta, traz-me a lista das pessoas que gostarias de ter presente. Decerto terei de acrescentar algumas com quem privamos mais a nível profissional, pois não seria de bom-tom ignorá-las. Não te esqueças, pois fiquei de enviar a lista para a Paula Maldonado amanhã.
- A Paula Maldonado? Meu Deus António, isto faz parte da tua vingança? Porque se assim é, não quero festa nenhuma.
-Não sejas tonto. Contratei-a, ela aceitou. Sou um cliente como qualquer outro.
- Mas arruinaste a sua família. E fizeste uma exigência absurda. Quando ela souber não quer saber de ti.
- Ela sabe. O pai contou-lhe. E disse-me na cara que não está à venda, e que um casamento sem amor é uma espécie de prostituição.
-Santo Deus. E ainda assim vai fazer a festa? Só se for para se vingar de ti, e não nos metas nisto por favor. Quero uma data feliz, não um motivo de sofrimento.
-Fica descansado que tudo correrá bem. A Paula é acima de tudo uma grande profissional, nunca faria nada que lhe arruinasse a carreira.
- Espantas-me. E o pai dela? Sabes que o Jorge Maldonado tem um filho da idade do Pedro?
- Claro que sei, investiguei a vida dele, lembras-te? Mas como sabes tu disso.
-O Pedro apresentou-mo, no dia em que fui buscá-lo à escola. Parece que é o seu melhor amigo.
- Realmente o mundo é uma aldeia. Bom vai-te lá embora, senão a minha irmã acusa-me de te escravizar. E não esqueças a lista amanhã.
-Não vens?
-Não. Ainda tenho trabalho para acabar.