Seguidores
Mostrar mensagens com a etiqueta croché. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta croché. Mostrar todas as mensagens
15.4.18
RENASCER - XII
11.11.15
FOLHA EM BRANCO PARTE XXIV
imagem publica
O homem, preocupado, sem saber que fazer, e quase sem tempo para adiar uma resolução, pois a data agendada para a próxima exposição aproximava-se. A jovem, assustada, perdida, sabe-se lá em que infernos interiores, quase não jantaram nessa noite, apesar de toda a simpatia do empregado do restaurante e do belo aspecto do peixe assado pedido para o jantar. Depois em casa, rapidamente a jovem recolheu ao quarto. Mas estranhamente, ou não, a porta do quarto ficou aberta, e a luz acesa, acabando por adormecer assim.
Na
sala Miguel continuava perdido nos seus pensamentos, buscando uma solução para
o problema em que se tinha metido.
O
melhor, cogitou, será levá-la para Lisboa. Lá existem bons psiquiatras, poderá
ser tratada lá. Depois se verá. Mas levá-la daqui, que pode ser a sua terra,
não será demasiado arriscado? – Interrogava-se.
Por
fim tomou uma decisão. No dia seguinte teria uma conversa franca com o médico,
e faria o que ele achasse melhor para a jovem, ainda que isso o contrariasse.
Mais calmo, preparou-se para dormir. Como a porta do quarto estava aberta e a
luz acesa, chamou pela jovem julgando-a acordada. Ela não respondeu. Hesitou, um
pouco e depois dirigiu-se ao quarto. Ela dormia, meia destapada, a farta
cabeleira espalhada na almofada. Por alguns instantes ficou contemplando-a. A
imagem era demasiado bela para o olhar de qualquer homem, mas Miguel atribuiu a sua admiração ao facto de ser pintor. Depois suavemente
puxou-lhe a roupa para cima, apagou a luz, e saiu do quarto murmurando:
-Tão
jovem e tão sofrida!
Acordou
perto das onze. Sentou-se no sofá, e enquanto calçava os chinelos, olhou para o
quarto. A porta continuava aberta, mas a cama estava feita, pelo que deduziu
que a jovem se teria levantado à muito.
Encontrou-a
sentada à mesa da cozinha fazendo rabiscos no caderno de desenho. Vestia, umas
calças de ganga, e um camiseiro turquesa. O cabelo apanhado numa só trança,
caía-lhe sobre o ombro direito.
“Caramba,
parece uma miúda”, pensou enquanto saudava:
-Bom
dia Mariana. Dormiu bem?
-
Bom dia Miguel. Dormi sim. E parece que o Miguel também. Pelo menos quando me
levantei, dormia.
-
Adormeci tarde, - desculpou-se sorrindo. Bom, vou tomar o meu duche. Temos que
almoçar mais cedo, por causa da consulta. Está preparada?
Ela
assentiu com a cabeça.
-Ainda
bem.
E
saiu dirigindo-se à arrecadação junto à casa de banho.
Dias depois da chegada
da jovem, ele tinha comprado um armário, que mandou colocar na arrecadação, para
onde mudou todas as suas roupas. Não tinha lógica, e nem lhe parecia correto, ir para o quarto da jovem, sempre que precisava mudar de roupa.
Mariana
fechou o caderno e dirigiu-se à sala. Apanhou a roupa espalhada no chão,
sacudiu-a, dobrou-a cuidadosamente, guardando-a depois no gavetão do sofá.
Depois fechou-o e colocou-lhe por cima a manta alentejana, e as almofadas de
croché.
Subscrever:
Mensagens (Atom)