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20.3.17

CASAMENTO POR PROCURAÇÃO - PARTE XXIV


Nos primeiros dias de Janeiro, a tia Délia sofreu um  ataque cardíaco, que foi a machadada final na sua frágil saúde. Faleceu no mesmo dia.
Sofia, desdobrou-se no apoio ao marido e ao tio, que estava inconsolável. O restaurante foi fechado durante uns dias, e quando reabriu, Sofia que continuava desempregada começou por dar uma ajuda, já que o tio não saía de casa e definhava dia a dia, mas acabou por assumir toda a parte de gerência do mesmo. Um mês depois, o tio não suportando mais a ausência da mulher que amara, partiu também. Foi mais um rude golpe para Quim. E mais uma vez a mulher esteve a seu lado como um pilar de apoio.
Foi nessa altura, depois do funeral do tio, depois da demonstração de um momento de fraqueza e vulnerabilidade de Quim, que eles se tornaram verdadeiramente um casal. Foi amor? Ela não sabia. Da parte dela, sim, conhecia os seus sentimentos, há muito tempo estava apaixonada pelo marido. Da parte dele, não sabia. Talvez não passasse da necessidade de mitigar a dor da perda daqueles que amara como pais. Talvez fosse um desejo instintivo, próprio de homem, por uma mulher jovem e bonita, que afinal até era sua esposa.
Ela não sabia. E para ser verdadeira consigo mesmo, nem lhe importava. Tinha vinte anos, viviam na mesma casa há mais de quatro meses. Certo que ele lhe tinha confessado amar outra mulher. Que lhe tinha pedido paciência. Mas ela reconhecia que não era muito paciente. Talvez mais tarde se arrependesse, mas naquele momento entregava-se de corpo e alma compensando com amor, a inexperiência que recorria do facto de ser virgem.