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10.3.21

CASAMENTO POR PROCURAÇÃO - PARTE VIII




Assim que ele saiu, a jovem foi à sala e telefonou para o café-mercearia  da aldeia. Falou com a ti' Arminda, e pediu-lhe que avisasse os pais que a viagem tinha corrido bem, e já estava em casa.  Depois voltou ao quarto e só então reparou bem nele.
 Todo pintado de branco , tinha como  estrela principal,  a enorme cama de casal coberta com uma fina colcha de lã. Sobre ela, tal como no resto da casa, almofadas coloridas. Na parede por cima da cama, molduras coloridas exibiam pedaços de pano, igual ao das almofadas. 

De cada lado da cama, uma pequena cómoda pintada de amarelo, servia de mesa-de-cabeceira. Ao fundo um grande armário pintado de branco.
Completava a decoração os cortinados estampados de branco e amarelo.
A jovem estava espantada. Habituada ao mobiliário simples e sóbrio da aldeia, aquela profusão de cores tornava-se gritante e um tanto estranha. Abriu a mala e começou a arrumar as suas roupas. Foi à casa de banho e refrescou-se um pouco. Apetecia-lhe tomar um banho, mas estava demasiado cansada.
Retirou as almofadas, e estendeu-se sobre a cama.
Pouco depois o cansaço e as emoções tinham-na vencido.

Acordou sobressaltada com um toque no rosto. Sentou-se na cama e viu Quim de pé, junto da mesma.
- Desculpa, são quase sete horas. Seria bom que te despachasses para irmos jantar. Queres tomar banho?
- Sentir-me-ia melhor.
- Vou ligar-te o esquentador. E vou dar uma espreitadela na televisão enquanto te arranjas.

Saiu sem esperar resposta, e mentalmente Sofia agradeceu-lhe por não lhe impor uma presença que ia deixá-la constrangida. Vinte minutos mais tarde, ela entrava na sala envergando uma blusa branca estilo camiseiro, semicoberta por uma casaquinha vermelha, uma ampla saia rodada azul com bolas brancas e sapatos brancos.

- Estás muito bonita – disse Quim levantando-se, não sem antes desligar a televisão.
-Obrigada. Pelo que vi nas ruas quando vim para cá, devo estar completamente fora de moda.
- De modo algum. O que se passa, é que aqui, tudo é permitido.  Podes sair à rua com calças compridas, com minissaia, ou com vestido até aos pés. Ninguém repara. A tua vontade é soberana. A moda agora, é não seguir moda nenhuma.  Vamos?


11 comentários:

noname disse...

Que coisa estranha este casamento. Qualquer pessoa que estivesse por perto jamais os faria um casal. Curiosa, cada vez mais, para ver como isto acaba, ou melhor dizendo, no que isto dá.

Boa noite, Elvira

Pedro Coimbra disse...

O ambiente parece mais desanuviado...

Ailime disse...

Bom dia Elvira,
A pouco e pouco o casal vai iniciando a vida em comum sem grandes sobressaltos.
Beijinhos e saúde.
Ailime

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história!

Isabel Sá  
Brilhos da Moda

Tintinaine disse...

Ora cá estou eu a acompanhar (relembrar) esta história de amor.
Obrigado, Elvira, pelos parabéns enviados ontem. Fazer anos é bom, mas faz-nos mais velhos!

Maria João Brito de Sousa disse...

:) Esse rapaz já me conquistou um pouco ao demonstrar que reparou que a moda era "não seguir moda nenhuma", que foi exactamente o que eu sempre fiz, rsrsrsrs

Bom, eles lá vão, aos poucos, começando a conhecer-se.

Forte abraço, Elvira!

Alexandra disse...

Olá Elvira!

Tenho andado, como já reparou, um pouco perdida. Não vou comentar o que aqui escreveu. Vou sim, ler o que está atrás, assim que me fôr possível.

Obrigada pelas suas passagens.

Um abraço e saúde.

" R y k @ r d o " disse...

A estória vai avançando ficando cada vez mais interessante
.
Abraço … Cuide-se
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

teresadias disse...

Agora gostei!
Portou-se bem o Quim.
E lá vai Sofia conhecer os familiares do marido.
E eu fico curiosa e torcendo para que o encontro corra bem.
Beijo, Elvira.

Edum@nes disse...

Também gosta de ser amada,
como toda a mulher que ama
Sofia acordou sobressaltada
viu Quim de pé junto à cama!

Tenha uma boa noite amiga Elvira. Um abraço.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Riqueza de detalhes na decoração do ambiente, a cor, a luminosidade, cada detalhe torna a história atraente.
Abraços fraternos!